7 fatos que mostram o outro legado de Billy Graham

Dias após à morte de Billy Graham, não faltam elogios e exaltação das partes mais brilhantes e positivas do legado do pregador. Evangélicos aos montes, nas redes sociais, publicando e compartilhando palavras excessivamente generosas sobre Graham e seu trabalho no mundo. Muitos chegam a dizer que Graham evitou o fundamentalismo e pregou uma mensagem evangélica acolhedora. Manifestações bastante difícil para aqueles que foram alvo do preconceito de Graham. Devemos ter um olhar mais completo sobre fatos que mostram o outro  legado de Billy Graham:

1 – Billy Graham apoiou uma leitura fundamentalista da Bíblia no campo da justiça social.

“Durante seis décadas, Graham ensinou aos americanos que o governo não poderia ser um instrumento de Deus para promover justiça, nem em questões raciais e nem em outras questões importantes. Embora ele acreditasse na igualdade racial, sua teologia o cegou ao que agora sabemos é o melhor meio para alcançar essa igualdade”. The Guardian

2 – Billy Graham defendeu a Guerra Fria como uma batalha espiritual, pregando que a maior e mais eficaz arma contra o comunismo era ser um cristão nascido de novo.

Graham passou a ser “o principal motor do renascimento religioso da guerra fria da América”. Pregando a milhares, Graham apresentou o Evangelho como o único meio de salvação não só do inferno eterno, mas também das “forças do mal do comunismo”:

“A batalha é entre o comunismo e o cristianismo! … Quando o comunismo conquista uma nação, torna todo homem escravo! Quando o cristianismo conquista … faz todo homem um rei!” (Belton, 2010)

3 – Billy Graham defendeu a integridade de Nixon profundamente no escândalo Watergate.

“Quando a Casa Branca mostrou gravações que finalmente provaram o envolvimento do presidente na invasão, a primeira reação de Graham foi expressar o choque com o uso de palavrões pelo presidente.” Slate

4 – Billy Graham tinha pontos de vista homofóbicos. Apesar de não ter sido tão homofóbico quanto seu filho, Franklin Graham.

Em 1974, uma jovem escreveu para Graham dizendo que ela estava atraída por outra mulher. Ele escreveu:

“Seu carinho por outro de seu próprio sexo é mal direcionado e será julgado pelos padrões sagrados de Deus”. Graham também disse à mulher que ela poderia ser “curada” de sua atração pelo mesmo sexo através da crença em Cristo. HuffPost

5 – Billy Graham escolheu apresentar o racismo como um pecado do coração humano individual em vez de um mal cívico a ser corrigido pela autoridade política coletiva.

De acordo com Graham, o racismo, e toda injustiça social não é uma questão social / estrutural; é apenas um sintoma do pecado:

“Portanto, tudo o que precisamos fazer para salvar o país é converter os indivíduos ao cristianismo. Para Graham, simples assim: “Tudo o que você precisa é de Jesus”. Belton 2010

6 – Billy Graham convidou Martin Luther King Jr. para fazer uma oração pública em sua cruzada de Nova York em 1957.

Quando King foi preso em Birmingham, Alabama, em 1963, Graham disse ao New York Times que King deveria “puxar os freios um pouco”. Slate

7 – Billy Graham realizou reuniões segregadas no sul no início dos anos 1950.

Para justificar as reuniões segregadas Graham argumentou que se tratava de costume local. Slate

Historicamente Billy Graham, sobre a questão da justiça racial, jogou em ambos os lados promovendo a prática em teoria, mas nunca assumindo uma posição direta e consistente. Graham teve uma abordagem instintivamente moderada que continua a definir o espírito do evangelicalismo branco dominante.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

Referencias:

https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/feb/21/billy-graham-wrong-side-history

Belton, David. 2010. “A Alma de uma Nação”. Deus na América.  ( http://www.pbs.org/godinamerica/transcripts/hour-five.html ).

https://slate.com/news-and-politics/2018/02/billy-grahams-impact-on-the-culture-not-to-mention-evangelicalism-is-nearly-incalculable.html

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