Negritude

O movimento da negritude foi idealizado pela Diáspora africana, provavelmente nos Estados Unidos, passou pelas Antilhas, Europa, criando corpo na França. O movimento da negritude expandiu-se por toda a África negra e as Américas.

Aqui no Brasil a negritude floresceu como expressão de protesto da pequena-elite intelectual negra à supremacia branca. Foi uma resposta dos negros brasileiros em ascensão social ao processo de assimilação da ideologia do branqueamento. O conceito de negritude popularizou-se no país com o tempo, seu raio de inserção social foi adquirindo novos significados. A partir do final da década de 1970, negritude tornou-se sinônimo do processo mais amplo de tomada de consciência racial do negro brasileiro.

O movimento da negritude permitiu a revalorização da herança ancestral africana; contribuiu para o negro construir uma auto-imagem positiva; propiciou visibilidade e o fim do silêncio que pairava diante da causa negra. A negritude criou uma defesa dos valores raciais do mundo negro. Significou, igualmente, uma libertação subjetiva: o negro deixou de sentir-se inferior e passou a ter orgulho de si mesmo. Foi em função da ideologia da negritude que o Movimento Negro brasileiro passou a encampar os valores da cultura e estética negra, assim como realizou um trabalho mais sistemático de reforço da auto-estima dos afro-descendentes.

Na atualidade, a negritude vem se esgotando na sua capacidade de responder as demandas da sociedade pós-moderna. Assim, a negritude carece  de um conteúdo que abranja toda a complexidade das relações humanas e   Investir no autoconhecimento abrindo as portas para a evolução pessoal e coletiva. A abordagem da Negritude, que se propõe aqui, é uma resposta holística  para restaurar a harmonia individual e, consequentemente, social.

Na perspectiva do Afrokut, Negritude  é Afropresentismo, uma concepção de Negritude que é reflexo do nosso presente, significando: voltar ao passado “Sankofa” para ressignificar o presente colapsando o espaço-tempo em um futuro desejado. Essa Negritude tem quatro aspectos inter-relacionados que agem como um todo, são eles: o Self Kemético, a Sankofa, o Ubuntu/Humanitude, e a Razão Intuitiva. Aspectos vividos no Aqui e Agora do praticante da Negritude

A  Negritude que propomos se entrelaça com a AfroHumanitude, que é África e Humanitude conectada.  Entendendo a África como o berço da humanidade e Humanitude ( Ubuntu/Sumak Kawsay/Teko Porã) que liga toda a humanidadeEssa conexão forma a AfroHumanitude, que contempla: a Negritude, IndigenitudeBranquitude, Parditude, e continua aberta e disponível para outras humanitudes. 

Neste espaço buscamos disponibilizar uma abordagem da identidade, cultura,  história, e autoconhecimento  com foco na negritude.


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