O Rev. James H. Cone, conhecido como o “pai da teologia da libertação negra“, morreu no sábado (28 de abril de 2018). James Hal Cone nasceu em 5 de agosto de 1938, em Fordyce, Arkansas. Formou-se no Seminário Teológico Garrett, em Evanston, Illinois, como bacharel em divindade; fez mestrado e um Ph.D. na Northwestern University, em Evanston.
A lente hermenêutica da Teologia Negra de James Cone começa com a experiência dos afro-americanos e as questões teológicas que ele traz de sua própria vida. Ele incorpora o poderoso papel da Igreja Negra em sua vida, bem como o racismo experimentado pelos afro-americanos. Para Cone, os teólogos que ele estudou na pós-graduação não forneceram respostas significativas para suas perguntas. Essa disparidade tornou-se mais aparente quando ele estava ensinando teologia no Philander Smith College, em Little Rock, Arkansas. Cone escreve:
“O que Karl Barth poderia significar para os estudantes negros que vieram dos campos de algodão de Arkansas, Louisiana e Mississippi?
Cone achava que os cristãos negros na América do Norte não deveriam seguir a “igreja branca“, alegando que era uma parte interessada do sistema que oprimia os negros. Assim, sua teologia foi fortemente influenciada por Malcolm X e pelo movimento Black Power. Também Martin Luther King Jr. foi uma influência importante; Cone descreve King como um teólogo da libertação antes da expressão existir.
“O cristianismo era visto como a religião do homem branco”, disse Cone.
“Eu queria dizer: Não! O Evangelho Cristão não é a religião do homem branco. É uma religião de libertação, uma religião que diz que Deus criou todas as pessoas para serem livres. Mas percebi que, para os negros serem livres, eles devem primeiro amar sua negritude”.
Cone foi autor de livros como “Black Theology and Black Power” (Teologia Negra e Poder Negro) e de “God of the oppressed” (Deus dos oprimidos). Este ano, o Dr. Cone ganhou o Prêmio Grawemeyer em Religião por seu livro mais recente, “he Cross and the Lynching Tree” ( A Cruz e a Árvore do linchamento), que traça paralelos entre a crucificação de Jesus e o linchamento dos negros nos Estados Unidos.
Computadores não se tornam racistas por conta própria. Eles precisam aprender isso de nós.
Durante anos, a vanguarda da ciência da computação tem trabalhado no aprendizado de máquina, geralmente fazendo com que os programas aprendam de maneira semelhante aos humanos – observando o mundo (ou pelo menos o mundo que mostramos) e identificando padrões. Enquanto isso, os cientistas da computação enfrentam um desafio desconhecido: seu trabalho necessariamente olha para o futuro, mas ao abraçar as máquinas que aprendem, elas se vêem amarradas aos nossos velhos problemas do passado. A IA, embora inicialmente neutra, é influenciada por dados que contêm discriminação por seres humanos e está simplesmente refletindo a sociedade humana, essencialmente refletindo preconceitos e ódios humanos.
As máquinas aprendem a linguagem engolindo e digerindo corpos enormes de toda a escrita disponível que existe online. O que isto significa é que as vozes que dominaram o mundo da literatura e da publicação durante séculos – as vozes dos homens ocidentais brancos – são fossilizadas nos padrões linguísticos dos instrumentos que influenciam o nosso mundo hoje, juntamente com as suposições que os homens tinham sobre pessoas que eram diferentes deles. Isso não significa que os robôs sejam racistas: significa que as pessoas são racistas e estamos criando robôs para refletir nossos próprios preconceitos.
Os dados que alimentamos as máquinas refletem a história de nossa própria sociedade desigual, estamos, na verdade, pedindo ao programa que aprenda nossos próprios preconceitos e racismo. As máquinas só podem trabalhar a partir das informações que lhes são dadas, geralmente pelos homens brancos e heterossexuais que dominam os campos da tecnologia e da robótica.
Se você já foi estudante no mundo ocidental, provavelmente cresceu sendo ensinado que os gregos eram os fundadores do mundo moderno e da civilização moderna. Você provavelmente foi ensinado que os gregos inventaram matemática, ciência, filosofia e até medicina. Na verdade, não é nenhuma surpresa que o mundo ocidental acredite que os gregos são nossos pais fundadores porque criaram a “civilização ocidental“.
A Grécia não passa de filha do Antigo Kemet Preto (agora conhecido como Egito). Os europeus não eram, de modo algum, os desenvolvedores da civilização humana. Tudo o que eles aprenderam, eles aprenderam por serem influenciados pelos povos africanos. A maioria dos filósofos famosos da Grécia antiga que hoje conhecemos estudou no Antigo Kemet no Templo de Waset.
O Templo de Waset foi a primeira universidade do mundo que foi construída durante o reinado de Amenhotep III, durante a XVII Dinastia. Para que alguém se graduasse do Templo de Waset, a pessoa média deveria comparecer por pelo menos 40 anos. Nenhum dos gregos que frequentaram Waset se formou, mas ainda são creditados com os fundadores da civilização moderna. Listados abaixo são apenas alguns dos gregos famosos que participaram do Templo de Waset, juntamente com o número de anos em que eles participaram:
1). Platão (Filósofo e Fundador da Academia de Atenas): 11 anos
2). Aristóteles (Creditado Como primeiro cientista da historia): 11 anos
3). Sócrates (Creditado Como fundador da filosofia): 15 anos
4). Pythagoras (Creditado por inventar o “Teorema de Pitagoras”): 22 anos
5). Hipócrates (Creditado Como sendo Pai da Medicina): 20 anos
6). Thales (Primeiro homem que trouxe Geometria a grecia): 20 anos
O povo da antiga Kemet claramente tiveram uma influência incrível sobre o povo da Grécia. Thales é creditado com trazer Geometria para o mundo ocidental. No entanto, apenas olhando as pirâmides, é óbvio que as pessoas de Kemet tinham conhecimento de calcular as áreas de triângulos e outras formas muito antes de Thales mesmo existir. Muitas vezes as pessoas perguntam: “Se o antigo Kemet foi tão grande, o que aconteceu com ele e por que ele não corre mais pelos nativos originais da terra?” Bem, o que aconteceu com o Kemet não aconteceu da noite pro dia, mas parte disso começou porque os nativos eram muito amigáveis para os europeus e outros estrangeiros. O povo de Kemet ensinou aos gregos tudo o que eles são creditados com a invenção, e a ironia de tudo é que os gregos eventualmente acabaram assumindo sua terra.
Como os gregos assumiram o Kemet? Para encurtar a longa história, Sócrates foi à escola em Kemet e trouxe seu conhecimento e sabedoria de volta a Atenas, onde ele foi creditado com ser o homem mais sábio da terra. Platão estudou sob Sócrates. A influência e as filosofias de Sócrates eram tão poderosas que seu próprio povo o condenava à morte por “corromper as mentes da juventude” ensinando-os a questionar tudo.
Após a morte de Sócrates, Platão passou uma jornada da alma para estudar em Kemet, onde aprendeu o conceito de formas, a alegoria da caverna e o que mais tarde seria conhecido como a República de Platão (governo ocidental moderno). Platão acabou por ser descoberto por Philip (governante da Macedônia).
Philip da Macedônia, que passou sua vida lutando contra o Império Persa, acreditou que ele poderia derrotar os governantes persas e absorver seu poderoso império, que incluía as terras de Kemet. Então, depois que Philip descobriu Platão e patrocinou a Academia de Atenas, compreendo o governo, usando os conceitos da República e a Alegoria da Caverna, Platão sabia exatamente como conquistar a mente das pessoas de forma sistemática e prender os nativos de Kemet e do império persa, mentalmente.
Em última análise, a academia de Platão produziu um prodígio com o nome de Aristóteles. Aristóteles tornou-se filho de Felipe de Macedônia, tutor e conselheiro político de Alexandre.
Com o conhecimento de Aristóteles e as filosofias de Platão sobre política e psicologia, o herdeiro de Philip (Alexandre o Grande) acabou por poder assumir o que agora conhecemos como o Egito.
Somente porque Alexandre, o grego, trabalhou mão a mão com Aristóteles (estudante desertor do Templo de Waset e graduado da Academia de Atenas) que se tornaram os cérebros da operação, Alexandre espalhou o helenismo (o caminho grego) em todo seu império.
Em todo lugar que Alexandre, o grego, conquistou, queimou bibliotecas, literatura e histórias de todas as civilizações Kushitas. Foi assim que a Alegoria da Caverna foi usada. A queima de bibliotecas, literatura e história originou espaço para os historiadores brancos-ocidentais RE-escrever a história como é ensinada hoje, incluindo a Arca de Noé e a literatura do folclore hebraico.
A Grécia antiga é apenas uma filha do antigo Kemet. Filósofos e matemáticos gregos são creditados com os pais fundadores da civilização moderna, mas o fato é que eles aprenderam tudo dos pretos de Kemet. Isso foi registrado pelos próprios gregos. A verdade só parece ser mal interpretada por historiadores brancos-ocidentais que dão todo o crédito aos gregos. O Templo de Waset foi uma grande universidade que educou mais de 80 mil pessoas. Sem ele, a filosofia, a medicina, a ciência e a matemática não seriam como a conhecemos hoje.
Por: Samadhi Joan (The Golden Nubian) e Ethiopian Kundalini (Mario Robinson) 360˚ Entendimento Legítimo 720º Sabedoria de Si 1080º Conhecimento de universo, Sabedoria universal, Lógica Intuitiva Suprema
No dia 4 de abril de 1968, o Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, morre ao ser baleado em Memphis, nos Estados Unidos.
No dia 28 de agosto de 1963, ele discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e “raça”.
Relembrando o seu famoso discurso: Eu tenho um sonho – I have a dream
Eu tenho um sonho…
“Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nosso país.
Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.
Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.
De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de felicidade”.
É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.
Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.
Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.
Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora [aplausos] de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.
Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.
Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.
Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes, teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.
Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.
E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder.
Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.
Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente”.
Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.
Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.
Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”
Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.
Eu tenho um sonho que um dia “todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente”.
Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.
Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:
Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.
Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a liberdade!
E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.
E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de Nova Hampshire.
Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.
Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.
Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.
Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.
Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.
Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.
Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a liberdade ressoe.
E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:
Finalmente livres! Finalmente livres!
Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente.”
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Tradução na íntegra do discurso feito por Martin Luther King há 56 anos: Eu tenho um sonho – I have a dream
No dia 28 de agosto de 1963, ele discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e “raça”.
ALBERT EINSTEIN é reverenciado pelo seu intelecto científico, que lançou as bases para a física quântica. Suas opiniões sobre raça, política e guerra também foram incrivelmente progressivas para o seu tempo. Einstein era um anti racista apaixonado e comprometido. Esta faceta da vida de Einstein foi praticamente ignorada pela mídia, de acordo com o livro intitulado Einstein on Race and Racism de Fred Jerome e Roger Taylor, o cientista era um ativista no combate ao racismo e a segregação.Einstein estava profundamente consciente das semelhanças entre a segregação americana e o tratamento dos judeus na Alemanha. Nos últimos 20 anos de sua vida, Einstein se envolveu significativamente em atividades de promoção da justiça racial. Aqui estão 10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial:
1. Einstein apoiou uma campanha para defender jovens negros que foram falsamente acusados;
Sua aliança com a situação dos afro-americanos começou antes mesmo de chegar ao EUA. Em 1931, Einstein enfrentava a ameaça do regime nazista na Alemanha. Ele lia uma história sobre alguns jovens nos Estados Unidos, cujas vidas também estavam em perigo. Os jovens eram os meninos de Scottsboro, um grupo de adolescentes negros que foram injustamente acusados de estuprar duas mulheres brancas. Einstein juntou-se ao polêmico comitê Theodore Dreiser para fazer campanha pela justiça para os jovens.
2. Einstein convidou uma cantora, vitima de racismo, para ficar em sua casa;
Quando o Nassau Inn de Princeton se recusou alugar um quarto para a estrela de ópera, MarianAnderson, devido à sua cor da pele, Einstein convidou a cantora para ficar em sua casa. Sua amizade durou desde 1937 até sua morte em 1955, e a estrela hospedava-se na casa de Einsteins sempre que visitava Princeton.
3. Einstein chamou o racismo de “uma doença de pessoas brancas”;
Em 1946, Einstein deu um discurso raro na Lincoln University, na Pensilvânia, uma universidade historicamente negra(foto acima), onde também aceitou um diploma honorário e louvou por sua lealdade ao movimento dos Direitos Civis. A presença foi significativa porque Einstein tinha o hábito de recusar todas as solicitações para falar nas universidades. Durante seu discurso, ele atestava que o racismo era uma doença de pessoas brancas:
“Minha viagem a esta instituição foi em favor de uma causa que vale a pena”, disse Einstein em seu discurso em Lincoln. “Há uma separação de pessoas negras de pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença de pessoas negras. É uma doença de pessoas brancas. Eu não pretendo ficar quieto sobre isso”.
4. Einstein era um amigo e apoiante do ator e cantor afro-americano Paul Robeson;
Paul Robeson estava sendo perseguido por causa de seu trabalho em direitos civis. Os dois trabalharam juntos em 1946 em uma campanha de petição anti-linchamento. Em 1952, quando a carreira de Robeson tinha terminado por causa da perseguição, Einstein convidou Robeson para Princeton onde trabalharam juntos para defender a justiça racial.
5 – Einstein foi co-presidente de uma organização dedicado a eliminar o linchamento nos Estados Unidos;
A aliança de Einstein com a comunidade negra foi reforçada quando se juntou à NAACP e à American Crusade Against Lynching (ACAL), uma organização fundada pelo ator e cantor ativista Paul Robeson. Einstein foi especialmente apaixonado por promover legislação anti-linchamento e, eventualmente, se tornar co-presidente da ACAL.
6 – Einstein apoiou a NAACP e seu amigo Du Bois;
Durante décadas, Einstein ofereceu incentivo público à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e seu fundador, WEB Du Bois. E em 1951, quando o governo federal indiciou Du Bois, de 83 anos, como “agente estrangeiro”, Einstein ofereceu-se para comparecer como testemunha durante o julgamento. A iniciativa de Einstein fez o juiz abandonar o caso.
7 – Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais;
Einstein aceitou um convite do co-fundador da NAACP, WEB Du Bois, para enviar um artigo à sua revista TheCrisis. Em seu artigo, Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais e incentivou-os a não deixar o racismo manchar sua auto-estima.
8 – Einstein ficou consternado com a segregação nos Estados Unidos;
Em 1933, Einstein fugiu da Alemanha e começou a trabalhar no recém-fundado Insitute For Advanced Study em Princeton, Nova Jersey. Enquanto vivia em Princeton, Einstein ficou consternado com a segregação que dividia a cidade universitária. Como Fred Jerome e Rodger Taylor escreveram em seu livro, Einstein on Race and Racism: “Einstein percebeu que os afro-americanos em Princeton eram tratados como os judeus na Alemanha”.
9 – Einstein tinha amizades profundas com afro-americanos;
Uma das maneiras pelas quais Einstein foi capaz de ser aliado do movimento dos Direitos Civis foi formando amizades profundas com afro-americanos. Jerome e Taylor entrevistaram os antigos residentes de Princeton que recordam o quão envolvido Einstein se tornou na comunidade afro-americana. Eles se lembram de vê-lo vagando pelas ruas segregadas, conversando com seus vizinhos negros e distribuindo doces para crianças.
10 – Einstein foi criticado por outros físicos e colocado sob vigilância pelo FBI.
O trabalho de justiça racial de Einstein aprofundava sua amizade com pessoas negras, e isso incomodava muita gente. O físico Paul Ehrenfesst, amigo íntimo de Einstein, pediu-lhe que permanecesse em silêncio sobre questões fora do domínio científico; Robert Millikan, físico americano e vencedor do Prêmio Nobel, criticou Einstein pelo apoio dos jovens no caso Scottsboro; Henry Fordrepublicou vários ensaios alemães que criticava Einstein. O diretor do FBI, J Edgar Hoover, colocou Einstein sob vigilância.
Nenhum desses esforços conseguiu diminuir a paixão de Einstein pela justiça racial. Albert Einstein, o físico, continuou a usar seu status de celebridade para falar pelo que sabia que era certo até o momento de sua morte em 1955.
Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut
Crédito da imagem de Albert Einstein e estudantes da Lincoln University: Coleção de fotografia de John W. Mosley, coleção afro-americana Charles L. Blockson, Bibliotecas da Universidade de Temple, Filadélfia, PA.
Referências:
livro “Einstein on Race and Racism” http://www.einsteinonrace.com/preface.htm
Na perspectiva do Afrokut, o Afrofuturismo é uma nova tecnologia de cura, memória e justiça, que desestabiliza noções de tempo linear ocidental. O tempo, no mundo do afrofuturismo, é cíclico, pode se mover em todas as direções e trata do passado, presente e futuro como uma experiência ditada pelo ponto de consciência. O Afrofuturismo proposto aqui vai muito além das limitações da ficção científica. Mas como uma lente para entender melhor nossas vidas e suas possibilidades além das circunstâncias atuais. Também reimaginar a ciência e o futuro a partir de uma perspectiva negra.
A Ciclo Sankofa é a nossa nave Afrofuturista onde podemos viajar no tempo e espaço, e coletar percepções no momento dos acontecimentos, disponíveis pela não-localidade quântica, quebrando os conceitos clássicos de tempo e espaço.
A nossa visão é apenas uma face do Afrofuturismo, segundo a Wikipedia o Afrofuturismo é amplo e abrangente, e engloba música, quadrinhos, cinema, moda, artes plásticas e literatura. É uma estética cultural, filosofia da ciência e filosofia da história que combina elementos de ficção científica, ficção histórica, fantasia, afrocentrismo e realismo mágico com cosmologias não-ocidentais para criticar não só os dilemas atuais dos negros, mas também para revisar, interrogar e reexaminar os eventos históricos do passado. Cunhado por por Mark Dery em 1993 e explorado no final da década de 1990 através de conversas lideradas pela estudiosa Alondra Nelson. O afrofuturismo aborda temas e preocupações da diáspora africana através de uma lente de tecnocultura e ficção científica, abrangendo uma variedade de meios de comunicação e artistas com um interesse compartilhado em imaginar futuros negros que decorrem de experiências afrodiasporicas. Os trabalhos semi-afrofuturísticos incluem as romances de Samuel Delany e Octavia Butler; as telas de Jean-Michel Basquiat e Angelbert Metoyer, e a fotografia de Renée Cox; os mitos explicitamente extraterrestre dos músicos do coletivo Parliament-Funkadelic, Jonzun Crew, Warp 9, Deltron3030 e Sun Ra; e os quadrinhos do super-herói Pantera Negra da Marvel Comics.
O afrofuturismo pode ser identificado nas práticas artísticas, científicas e espirituais em toda a diáspora africana. Apesar de o Afrofuturismo ter sido cunhado em 1993, os estudiosos tendem a concordar que a música, a arte e o texto afrofuturísticos tornaram-se mais comuns e difundidos no final da década de 1950. Lisa Yazsek, professora da Escola de Literatura, Mídia e Comunicação da Georgia Institute of Technology, argumenta que o romance Invisible Man de Ralph Ellison, publicado em 1952, deve ser pensado como um antecessor da literatura afrofuturista. Yaszek ilustra que Ellison se baseia em ideias afrofuturistas que ainda não haviam prevalecido na literatura afro-americana. Ellison critica as previsões tradicionais para o futuro dos negros nos Estados Unidos, mas também não oferece aos leitores um futuro diferente para se imaginar. Invisible Man pode não ser afrofuturista, no sentido de que não oferece um futuro melhor – ou mesmo nenhum – para os negros nos Estados Unidos, mas pode ser pensado como um chamado para que as pessoas comecem a pensar e a criar arte com uma mentalidade afrofuturista. Nesse sentido, Yaszek conclui que o romance de Ellison é um cânone na literatura afrofuturista, servindo de “esse tipo de futuro – arte histórica” para aqueles que o sucedem.
A prática contemporânea identifica e documenta retroativamente instâncias históricas da prática afrofuturista e as integra no cânone. Exemplos são as antologias Dark Matter, que apresentam ficção científica negra contemporânea, mas também incluem obras mais antigas de W. E. B. Du Bois, Charles W. Chesnutt e George S. Schuyler. Desde que o termo foi introduzido em 1994, a prática afrofuturista auto-identificada tornou-se cada vez mais onipresente.
A abordagem afrofuturista na música foi proposta por Sun Ra. Nascido no Alabama, a música de Sun Ra surgiu em Chicago em meados da década de 1950, quando, junto com The Arkestra, começou a gravar canções baseadas no hard bop e fontes e modais, mas criou uma nova síntese, que também usava títulos afrocêntricos e temáticos, refletindo o vínculo de Ra com a cultura africana antiga, especificamente o Egito, e a vanguarda da era espacial. Durante muitos anos, Ra e seus companheiros de banda viveram, trabalharam e se apresentaram na Filadélfia enquanto faziam turnês em festivais de jazz e música progressiva em todo o mundo. A partir de 2016, a banda ainda está compondo e atuando, sob a liderança de Marshall Allen. O filme de Ra, Space Is the Place mostra The Arkestra em Oakland, em meados da década de 1970, em regalia de espaço completo, repleta de imagens de ficção científica, bem como outros materiais cômicos e musicais.
As ideias do afrofuturista foram retomadas em 1975 por George Clinton e suas bandas Parliament e Funkadelic com o álbum MothershipConnection como sua obra-prima e os subsequentes The Clones of Dr. Funkenstein, P-Funk Earth Tour, FunkentelechyVs. the Placebo Syndrome, e Motor Booty Affair. Nos fundamentos temáticos da mitologia P-Funk (“puro funk clonado”), Clinton em seu alter ego Starchild falou sobre “Afronauats certificados, capazes de funkitizargaláxias“.
Outros músicos normalmente considerados como trabalhando ou influenciados pela tradição afrofuturista incluem os produtores de reggae Lee “Scratch” Perry e Scientist, os artistas de hip hopAfrika Bambaataa e Tricky, a banda brasileira de manguebeatNação Zumbi,[ os músicos eletrônicos Larry Heard, A Guy Called Gerald, Juan Atkins, Jeff Mills, Newcleus e LottiGolden e Richard Scher, produtores de eletro hip hop Warp 9, compuseram de “Light Years Away“, um relato de ficção científica de visitação alienígena antiga, descrito como uma “pedra angular do beatbox afrofuturista dos anos 80″.
No início da década de 1990, uma série de críticos culturais, notadamente Mark Dery em seu ensaio de 1994 “Black to the Future“, começaram a escrever sobre as características que eles pareciam comuns na ficção científica, música e arte afro-americanas. Dery apelidou desse fenômeno “Afrofuturism“. Segundo o crítico cultural KodwoEshun, o jornalista britânico Mark Sinker teorizava uma forma de afrofuturismo nas páginas de The Wire, uma revista de música britânica, no início em 1992.
As ideias afrofuturistas foram expandidas por estudiosos como Alondra Nelson, Greg Tate, Tricia Rose, Kodwo Eshun e outros. Em uma entrevista, Alondra Nelson explicou o afrofuturismo como uma forma de olhar para a posição da pessoa negra que abrange temas de alienação e aspirações para um futuro utópico. A ideia de “alien” ou “outro” é um tema que muitas vezes é explorado. Além disso, Nelson observa que as discussões em torno da raça, acesso e tecnologia muitas vezes reforçam afirmações acríticas sobre a chamada “divisão digital“. A divisão digital insiste demais na associação da desigualdade racial e econômica com o acesso limitado à tecnologia. Esta associação então começa a construir a escuridão “como sempre oposição às cronologias de progresso tecnicamente conduzidas”. Como uma crítica ao argumento neo crítico de que as identidades históricas do futuro acabarão com o estigma pesado, o afrofuturismo sustenta que a história deve continuar sendo uma parte da identidade, particularmente em termos de raça.
Uma nova geração de músicos abraçou o afrofuturismo em sua música e moda, incluindo Solange Knowles, Rihanna e Beyoncé. Esta tradição continua em trabalhos de artistas como ErykahBadu, MissyElliott, JanelleMonáe e Ellen Oléria que incorporaram temas ciborgísticos e metálicos em seu estilo. Outros músicos do século XXI que tenham sido caracterizados como Afrofuturistasincluem a cantorFKATwigs, duo musical Ibeyi, e DJ/produtor Ras G.
Janelle Monáe fez um esforço consciente para restaurar a cosmologia afrofuturista na vanguarda do urbancontemporary. Seus trabalhos notáveis incluem os videos musicais “Prime Time” e “Many Moons“, que exploram os domínios da escravidão e da liberdade através do mundo dos ciborgues e da indústria da moda. Ela é credenciada com o proliferante Afrofuturist funk em um novo Neo-Afrofuturism pelo uso de seu alter-ego inspirado em Metropolis, Cindi Mayweather, que incita uma rebelião contra a Grande Divisão, uma sociedade secreta, para libertar cidadãos que caíram sob sua opressão. Este papel ArchAndroid reflete as figuras afrofuturísticas anteriores, Sun Ra e George Clinton, que criaram seus próprios visuais como seres extraterrestres que resgatam afro-americanos das naturezas opressivas da Terra. Suas influências incluem Metropolis, Blade Runner e Star Wars. A Sociedade Coletivade Artes Negras de Wondaland, da qual Monáe é fundadora, declarou: “Nós acreditamos que as canções são naves espaciais. Nós acreditamos que a música é a arma do futuro. Nós acreditamos que os livros são as estrelas“. Outros artistas musicais que emergiram desde a virada do milênio considerado afrofuturista incluem dBridge, SBTRKT, ShabazzPalaces, HeavyweightDubChampion, e “pioneiros tecnológicos” Drexciya (com Gerald Donald).
Uma série de autores contemporâneos de ficção científica/ficção especulativa também foram caracterizados como afrofuturistas ou empregando temas afrofuturístas. NnediOkorafor tem sido rotulado desta forma, tanto para sua novela Bindi, vencedora de um Prêmio Hugo, e para o seu romance WhoFearsDeath, Steven Barnes foi chamado de autor de afrofuturista por seus romances de história alternativa Lion’s Blood e Zulu Heart. NKJemisin, Nalo Hopkinson e ColsonWhitehead também foram referidos como autores afrofuturistas.
Chicago é o lar de uma vibrante comunidade de artistas que exploram o afrofuturismo. Nick Cave, conhecida pelo seu projeto Soundsuits, ajudou a desenvolver talentos mais jovens como diretor do programa de moda graduada da Escola de Arte do Instituto de Chicago. Outros artistas incluem artistas visuais HebruBrantley, bem como o artista contemporâneo RashidJohnson, um nativo de Chicago atualmente com sede em Nova York. Em 2013, a residente de Chicago YtashaL.Womack escreveu o estudo Afrofuturism: The World of Black Science Fiction and Fantasy e William Hayashi publicaram os três volumes de sua Trilogia deDarkside, que conta a história do que acontece na América, quando o país descobre que os afro-americanos vivem secretamente na parte de trás da lua desde antes da chegada de Neil Armstrong, uma visão extrema de segregação imposta pelos negros tecnologicamente avançados.
O movimento cresceu globalmente nas artes. A Sociedade Afrofuturista foi fundada pelo curador Gia Hamilton em Nova Orleans. Artistas como DemetriusOliver de Nova York, CyrusKabiru de Nairobi, Lina Iris Viktor da Libéria e Wanuri Kahiu, do Quênia, mergulharam seu trabalho no cosmos ou na ficção científica.
As posições geométricas e as posturas observadas nos hieróglifos e nas paredes dos templos do antigo Kemet (Antigo Egito, o nome Egito é a versão grega da palavra) são algumas das primeiras manifestações do Yoga.
A Yoga Kemética,Ioga Africana, ou Ioga egípcia é um antigo sistema egípcio de iluminação baseado nas práticas de movimentos físicos combinados com respiração profunda controlada e meditação. AYoga Kemética remonta de uma das civilizações mais antigas, o Kemet, no Nordeste da África. A versão moderna deste antigo sistema foi desenvolvida a partir de pesquisas primárias conduzidas na década de 1970 pelo Dr. Asar Hapi e Mestre Yirser Ra Hotep (Kemetic Yoga), bem como o Dr. Muata Ashby e Karen Ashby (Egyptian Yoga), que estudaram, traduziram e interpretaram os textos hieroglíficos e imagens de posturas de ioga que apareceram nas paredes dos templos Keméticos. O Dr. Muata Ashby escreveu o livro Egyptian Yoga pela primeira vez em 1994, e até hoje já lançou mais de 35 livros sobre o assunto. O Mestre Sunyata Saraswati pratica ioga egípcia há mais de 50 anos. A moderna Yoga Kemética foi reintroduzida por pesquisadores e teólogos africanos e afro-americanos como uma filosofia de vida.
A Filosofia Kemética (do Antigo Egito Negro) fala de métodos para alcançar a imortalidade através da prática de técnicas que permitem que a mente se desassocie do mundo material. Esta ideia de desassociação e transcendência foi referenciada em todos os primeiros escritos yóguicos da Índia. Este processo dependia da prática da contemplação e da meditação, em vez da realização de centenas ou mesmo de milhares de posturas de Ioga que caracterizam o Ioga moderno. De acordo com o livro “Metu Neter, O Grande Oráculo de Tehuti e o Sistema Egípcio de Cultivo Espiritual” de Ra UN Nefer Amen, esses antigos africanos migraram para a Índia e se tornaram o que agora são conhecidos como os indianos. Eles passaram ensinamentos e práticas espirituais que mais tarde evoluíram para as crenças hindus e práticas de Ioga.
No entanto, existem diferenças importantes nas abordagens do Ioga, como foi entendido e praticado no antigo Egito e na Índia. Um aspecto fundamental da ciência espiritual egípcia antiga (que é idêntico em toda a África) é a conexão aos antepassados. Na Ciência Espiritual Keméticaconectar-se com os espíritos dos antepassados através da meditação, oração e ritual é um pilar da prática do Ioga Kemético. O propósito da meditação não é apenas transcender os limites do mundo material, mas também se conectar e se comunicar com os espíritos vivos daqueles que foram antes de nós.
Portanto, IogaKemética é uma filosofia de vida e uma prática baseada nos sistemas keméticos de autodesenvolvimento que alimentaram a criação da civilização Kemética que gerou ciência ocidental, filosofia e religião. Os jovens egípcios (Kamitas) do Nordeste da África foram educados em um sistema de conhecimento superior chamado “Sistema de Mistério” por egiptólogos. Eles tiveram que adquirir um alto nível de competência em Ioga antes de serem considerados mentalmente e espiritualmente preparados para dominar os rigores da matemática, engenharia, medicina, astronomia, astrologia, arquitetura, literatura, religião, metafísica, ética e filosofia.
Dias após à morte de Billy Graham, não faltam elogios e exaltação das partes mais brilhantes e positivas do legado do pregador. Evangélicos aos montes, nas redes sociais, publicando e compartilhando palavras excessivamente generosas sobre Graham e seu trabalho no mundo. Muitos chegam a dizer que Graham evitou o fundamentalismo e pregou uma mensagem evangélica acolhedora. Manifestações bastante difícil para aqueles que foram alvo do preconceito de Graham. Devemos ter um olhar mais completo sobre fatos que mostram o outro legado de Billy Graham:
1 – Billy Graham apoiou uma leitura fundamentalista da Bíblia no campo da justiça social.
“Durante seis décadas, Graham ensinou aos americanos que o governo não poderia ser um instrumento de Deus para promover justiça, nem em questões raciais e nem em outras questões importantes. Embora ele acreditasse na igualdade racial, sua teologia o cegou ao que agora sabemos é o melhor meio para alcançar essa igualdade”. The Guardian
2 – Billy Graham defendeu a Guerra Fria como uma batalha espiritual, pregando que a maior e mais eficaz arma contra o comunismo era ser um cristão nascido de novo.
Graham passou a ser “o principal motor do renascimento religioso da guerra fria da América”. Pregando a milhares, Graham apresentou o Evangelho como o único meio de salvação não só do inferno eterno, mas também das “forças do mal do comunismo”:
“A batalha é entre o comunismo e o cristianismo! … Quando o comunismo conquista uma nação, torna todo homem escravo! Quando o cristianismo conquista … faz todo homem um rei!” (Belton, 2010)
3 – Billy Graham defendeu a integridade de Nixon profundamente no escândalo Watergate.
“Quando a Casa Branca mostrou gravações que finalmente provaram o envolvimento do presidente na invasão, a primeira reação de Graham foi expressar o choque com o uso de palavrões pelo presidente.” Slate
4 – Billy Graham tinha pontos de vista homofóbicos. Apesar de não ter sido tão homofóbico quanto seu filho, Franklin Graham.
Em 1974, uma jovem escreveu para Graham dizendo que ela estava atraída por outra mulher. Ele escreveu:
“Seu carinho por outro de seu próprio sexo é mal direcionado e será julgado pelos padrões sagrados de Deus”. Graham também disse à mulher que ela poderia ser “curada” de sua atração pelo mesmo sexo através da crença em Cristo. HuffPost
5 – Billy Graham escolheu apresentar o racismo como um pecado do coração humano individual em vez de um mal cívico a ser corrigido pela autoridade política coletiva.
De acordo com Graham, o racismo, e toda injustiça social não é uma questão social / estrutural; é apenas um sintoma do pecado:
“Portanto, tudo o que precisamos fazer para salvar o país é converter os indivíduos ao cristianismo. Para Graham, simples assim: “Tudo o que você precisa é de Jesus”. Belton 2010
6 – Billy Graham convidou Martin Luther King Jr. para fazer uma oração pública em sua cruzada de Nova York em 1957.
Quando King foi preso em Birmingham, Alabama, em 1963, Graham disse ao New York Times que King deveria “puxar os freios um pouco”. Slate
7 – Billy Graham realizou reuniões segregadas no sul no início dos anos 1950.
Para justificar as reuniões segregadas Graham argumentou que se tratava de costume local. Slate
Historicamente Billy Graham, sobre a questão da justiça racial, jogou em ambos os lados promovendo a prática em teoria, mas nunca assumindo uma posição direta e consistente. Graham teve uma abordagem instintivamente moderada que continua a definir o espírito do evangelicalismo branco dominante.
Ubuntu é uma filosofia africana que vem sendo usada desde a origem da humanidade na Africa. É uma palavra originária do tronco linguístico banto, não tem tradução literal para o português, trata-se de um conceito amplo sobre a essência do ser humano, como palavra mais próxima tenho usado Humanitude.
Adama Samassékou, do Mali, presidente da Conferência Mundial de Humanidades, tem utilizado o conceito de Humanitude para traduzir essa filosofia de vida Africana. Em um artigo: “Humanitude,ou como saciar a sede por humanidade“ (Unesco) Samassékou diz:
“Foi com essas considerações em mente que, vários anos atrás, eu sugeri que explorássemos um novo conceito – humanitude – em referência à negritude, um conceito que herdei de meu mentor, o poeta Aimé Césaire, da Martinica.”
“Utilizo este conceito de humanitude para traduzir o que, na África, nós chamamos de maaya (em bamanankan, a língua bambara), neddaaku (em fulfulde, a língua fula), boroterey (em songai, a língua songai), nite (em wolof) e ubuntu (nas línguas bantu), entre outros. Existem muitos termos que significam, literalmente, “a qualidade de ser humano”.” Diz: Adama Samassékou.
Assim Ubuntu/Humanitude é: humanidade, bondade, compaixão, partilha, humildade, respeito mútuo e responsabilidade, interconexão, harmonia – um vínculo universal que liga toda a humanidade.
Por que o Ubuntu é uma filosofia quântica? A mecânica quântica ecoa o antigo conhecimento do ubuntu e do Kemet (Egito Negro) e outras culturas antigas em todo o mundo como: “a crença em um vínculo universal de partilha que liga toda a humanidade”. Ubuntu está bem descrito em ensinamentos antigos que são analisados na ciência moderna, incluindo a noção de totalidade e similaridade, postulada no campo de física quântica por David Bohm.
A filosofia africana do Ubuntu afirma que estamos todos conectados e a física quântica está constantemente apontando para a conexão como o caminho do Universo da mesma forma que as tradições espirituais defendidas pelos antigos Africanos.
A Lei do Mentalismo, a primeira das sete Leis Universais Quântica do antigo Egito Negro (Kemet), nos diz que existe uma Consciência Universal da qual todas as coisas se manifestam. Todas as energias e assuntos em todos os níveis são criados e subordinados à Mente Universal Onipresente.
O Ubuntu baseia-se na ideia de que todas as pessoas estão relacionadas e faz parte de uma grande família. Assim como na física quântica, o Ubuntu sustenta que a separação não existe: estamos todos entrelaçados (os átomos), num emaranhado de conexões, infinitas. Quando estamos em sintonia com essa conexão, significa que estamos trazendo abertura e magnanimidade para os outros.
Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – do Afrokut
O filme Pantera Negra é um acontecimento muito especial e ousado da Marvel, o que torna Pantera Negra um filme especialmente fascinante é a introdução da terra natal do Pantera Negra: o reino de Wakanda, uma maravilhosa terra repleta de tecnologias e com uma forte cultura rica que prospera nos tempos modernos no coração da África, simulando uma versão da África que foi permitida prosperar sem a imposição de cultura e colonização.
No filme, o Pantera Negra, cuja identidade secreta é a de T’Challa, também príncipe de Wakanda, volta para sua terra natal depois que seu pai é assassinado, tornando-se assim, o rei. Wakanda é um reino africano que prosperou graças à extração de um mineral raro e com diversas propriedades chamado vibranium, o metal mais raro e precioso do universo. O vibranium foi usado nas roupas e garras do Pantera Negra (é o material fundamental no escudo do Capitão América). Principalmente pela abundância do mineral, Wakanda é considerado um dos países mais ricos e cientificamente avançados nesta ficção da Marvel.
Devido ao isolacionismo intencional do país, Wakanda está à frente dos países vizinhos em avanços tecnológicos, criando sistemas informáticos impermeáveis à ataques externos. Também é reconhecida por sua medicina avançada e cura, como um subproduto de uma forte ordem religiosa. As práticas religiosas de Wakanda estão interligadas com a monarquia da nação, mantendo os antigos valores religiosos e culturais. Por isso, brilha como um reino construído em tecnologia e magia, sem deixar vestígios de pobreza ou doença, sendo verdadeiramente um reflexo de um afrofuturismo que pode ser encontrado nas histórias do Pantera Negra desde sua criação.
O que torna o filme Pantera Negra tão inovador, foi estabelecer Wakanda longe dos estereótipos “primitivos” e “selvagens” habituais associados à África, como se vê em filmes como Tarzan e muitos outros. Diferente disso, mostra-se um poderoso poder em Wakanda que nunca sentiu os efeitos do colonialismo ou imperialismo branco. Os criadores do Pantera Negra parecem determinados a corrigir as coisas, recorrendo a viagens de pesquisa para a África, recursos históricos e referências culturais específicas. Além do elenco de atores africanos e afro-americanos e a língua nacional de Wakanda sendo o idioma africano, Xhosa.
Pantera Negra não é apenas um filme de super-heróis que agrada e busca audiência, é uma história sobre reis e reinos, também é uma história sobre pais, linhagens e conflitos geracionais. Mesmo parecendo uma história contada em muitos enredos de filmes, o Pantera Negra está dizendo isso de uma maneira nova (Isso sem mencionar a representatividade, o que significa a identidade desses heróis negros e todo o reino mostrados de forma tão poderosa para meninos e meninas negras, heróis negros sendo representados com maior profundidade no Universo Cinematográfico Marvel.) É um momento vital na história do cinema e uma exploração sincera e reflexiva das cicatrizes do colonialismo e da esperança de cura. No Pantera Negra existe empoderamento e orgulho. Um filme com a finura preternatural da “magia negra” no cinema, o que poderia ser uma visualização daquela utopia negra que os pan-africanistas já sonharam.
Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut