10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial

ALBERT EINSTEIN é reverenciado pelo seu intelecto científico, que lançou as bases para a física quântica. Suas opiniões sobre raça, política e guerra também foram incrivelmente progressivas para o seu tempo. Einstein era um anti racista apaixonado e comprometido. Esta faceta da vida de Einstein foi praticamente ignorada pela mídia, de acordo com o livro intitulado Einstein on Race and Racism de Fred Jerome e Roger Taylor, o cientista era um ativista no combate ao racismo e a segregação. Einstein estava profundamente consciente das semelhanças entre a segregação americana e o tratamento dos judeus na Alemanha. Nos últimos 20 anos de sua vida, Einstein se envolveu significativamente em atividades de promoção da justiça racial. Aqui estão 10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial:

1. Einstein apoiou uma campanha para defender jovens negros que foram falsamente acusados;

Sua aliança com a situação dos afro-americanos começou antes mesmo de chegar ao EUA. Em 1931, Einstein enfrentava a ameaça do regime nazista na Alemanha. Ele lia uma história sobre alguns jovens nos Estados Unidos, cujas vidas também estavam em perigo. Os jovens eram os meninos de Scottsboro, um grupo de adolescentes negros que foram injustamente acusados de estuprar duas mulheres brancas. Einstein juntou-se ao polêmico comitê Theodore Dreiser para fazer campanha pela justiça para os jovens.

2. Einstein convidou uma cantora, vitima de racismo, para ficar em sua casa;

Quando o Nassau Inn de Princeton se recusou alugar um quarto para a estrela de ópera, Marian Anderson, devido à sua cor da pele, Einstein convidou a cantora para ficar em sua casa. Sua amizade durou desde 1937 até sua morte em 1955, e a estrela hospedava-se na casa de Einsteins sempre que visitava Princeton.

3. Einstein chamou o racismo de “uma doença de pessoas brancas”;

Em 1946, Einstein deu um discurso raro na Lincoln University, na Pensilvânia, uma universidade historicamente negra(foto acima), onde também aceitou um diploma honorário e louvou por sua lealdade ao movimento dos Direitos Civis. A presença foi significativa porque Einstein tinha o hábito de recusar todas as solicitações para falar nas universidades. Durante seu discurso, ele atestava que o racismo era uma doença de pessoas brancas:

“Minha viagem a esta instituição foi em favor de uma causa que vale a pena”, disse Einstein em seu discurso em Lincoln. “Há uma separação de pessoas negras de pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença de pessoas negras. É uma doença de pessoas brancas. Eu não pretendo ficar quieto sobre isso”.

4. Einstein era um amigo e apoiante do ator e cantor afro-americano Paul Robeson;

Paul Robeson estava sendo perseguido por causa de seu trabalho em direitos civis. Os dois trabalharam juntos em 1946 em uma campanha de petição anti-linchamento. Em 1952, quando a carreira de Robeson tinha terminado por causa da perseguição, Einstein convidou Robeson para Princeton onde trabalharam juntos para defender a justiça racial.

5 – Einstein foi co-presidente de uma organização dedicado a eliminar o linchamento nos Estados Unidos;

A aliança de Einstein com a comunidade negra foi reforçada quando se juntou à NAACP e à American Crusade Against Lynching (ACAL), uma organização fundada pelo ator e cantor ativista Paul Robeson. Einstein foi especialmente apaixonado por promover legislação anti-linchamento e, eventualmente, se tornar co-presidente da ACAL.

6 – Einstein apoiou a NAACP e seu amigo Du Bois;

Durante décadas, Einstein ofereceu incentivo público à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e seu fundador, WEB Du Bois. E em 1951, quando o governo federal indiciou Du Bois, de 83 anos, como “agente estrangeiro”, Einstein ofereceu-se para comparecer como testemunha durante o julgamento. A iniciativa de Einstein fez o juiz abandonar o caso.

7 – Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais;

Einstein aceitou um convite do co-fundador da NAACPWEB Du Bois, para enviar um artigo à sua revista The Crisis. Em seu artigo, Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais e incentivou-os a não deixar o racismo manchar sua auto-estima.

8 – Einstein ficou consternado com a segregação nos Estados Unidos;

Em 1933, Einstein fugiu da Alemanha e começou a trabalhar no recém-fundado Insitute For Advanced Study em PrincetonNova Jersey. Enquanto vivia em Princeton, Einstein ficou consternado com a segregação que dividia a cidade universitária. Como Fred Jerome e Rodger Taylor escreveram em seu livro, Einstein on Race and Racism: “Einstein percebeu que os afro-americanos em Princeton eram tratados como os judeus na Alemanha”.

9 – Einstein tinha amizades profundas com afro-americanos;

Uma das maneiras pelas quais Einstein foi capaz de ser aliado do movimento dos Direitos Civis foi formando amizades profundas com afro-americanos. Jerome e Taylor entrevistaram os antigos residentes de Princeton que recordam o quão envolvido Einstein se tornou na comunidade afro-americana. Eles se lembram de vê-lo vagando pelas ruas segregadas, conversando com seus vizinhos negros e distribuindo doces para crianças.

10 – Einstein foi criticado por outros físicos e colocado sob vigilância pelo FBI.

O trabalho de justiça racial de Einstein aprofundava sua amizade com pessoas negras, e isso incomodava muita gente. O físico Paul Ehrenfesst, amigo íntimo de Einstein, pediu-lhe que permanecesse em silêncio sobre questões fora do domínio científico; Robert Millikan, físico americano e vencedor do Prêmio Nobel, criticou Einstein pelo apoio dos jovens no caso Scottsboro; Henry Fordrepublicou vários ensaios alemães que criticava Einstein. O diretor do FBIJ Edgar Hoover, colocou Einstein sob vigilância.

Nenhum desses esforços conseguiu diminuir a paixão de Einstein pela justiça racialAlbert Einstein, o físico, continuou a usar seu status de celebridade para falar pelo que sabia que era certo até o momento de sua morte em 1955.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut

Crédito da imagem de Albert Einstein e estudantes da Lincoln University: Coleção de fotografia de John W. Mosley, coleção afro-americana Charles L. BlocksonBibliotecas da Universidade de Temple, Filadélfia, PA.

Referências:

livro “Einstein on Race and Racism” http://www.einsteinonrace.com/preface.htm

https://www.livescience.com/50051-albert-einstein-civil-rights.html

http://thewisdomdaily.com/the-little-known-history-of-how-einstein-used-his-status-to-fight-racism/

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