Immortel Cheikh Anta Diop

Tributo da dupla Les Nubians em homenagem a Cheikh Anta Diop.

Les Nubians é uma dupla musical francesa, composta pelas irmãs Hélène e Célia Faussart de Paris , França. Em 1985, as irmãs se mudaram com os pais para o Chade . Sete anos depois, eles retornaram a Bordeaux , na França, e começaram a cantar uma capela, produzindo poesia em Bordeaux e Paris e cantando vocais de fundo para vários artistas em todo o mundo. O álbum de estréia da dupla, Princesses Nubiennes, foi lançado pela Virgin Records , França, em 1998.

Elas se tornaram um dos grupos musicais franceses de maior sucesso nos EUA, mais conhecidos por seu single “Makeda” da Billboard R&B do seu álbum indicado ao Grammy, Princesses Nubiennes .


Letra e tradução da musica: Immortel Cheikh Anta Diop

Não diga que ele morreu porque permanece imortal Cheikh Anta Diop
Ne dites pas qu?il est mort car il demeure immortel Cheikh Anta Diop

Não diga que ele morreu porque os ancestrais aos quais se juntou
Ne dites pas qu?il est mort car les ancêtres il a rejoins

Não chore porque no grande trono ele agora está sentado
Ne fondez pas en larmes car sur le grand trône désormais il siège

O trono dos faraós dos faraós eternos
Le trône des pharaons des pharaons éternels

Olha, olha como ele nos chama de povos da África
Regardez plutôt regardez comme il nous interpelle peuples d?Afrique
Você dá o seu melhor
De vous même donnez le meilleur

E salve a humanidade toda a humanidade.
Et sauvez l?humanité l?humanité entière.

Não diga que ele morreu Cheikh Anta Diop
Ne dites pas qu?il est mort Cheikh Anta Diop

Você que é o melhor de si na África
Toi qui le meilleur de toi-même à l?Afrique

Deu ao mundo das trevas, à humanidade
As donné au monde noir, à l?humanité

Como você paga a homenagem que você merece?
Comment te rendre l?hommage mérité?
A floresta entrelaçada com videiras espinhosas que você podou
La forêt entrelacée de lianes épineuses tu as élaguée

Traçando os caminhos da ciência
Traçant les sentiers de la science

Pântanos infestados de monstros carnívoros
Les marécages infestés de monstres carnivores

Falsificadores da história que você cruzou
Faussaires de l?histoire tu as traversés

Procurando os fósseis da verdade, a noite da tinta e da fria solidão
Recherchant les fossiles de la vérité, la nuit d?encre et froide de solitude
Geração sacrificada que somos você disse
Génération sacrifiée que nous sommes disais-tu

Sacrificado, sim você estava, sim vê?
Sacrifié, oui tu l?as été, oui see?est bien cela

Você se jogou na batalha, se esgotou
Tu t?es jeté dans la bataille, tu t?es exténué

Contanto que possamos andar orgulhosamente com a cabeça erguida
Pourvu que nous puissions marcher fiers, la tête haute
É verdade que você morreu Cheikh?
Est-ce vrai que tu es mort Cheikh?

Que você não é mais um Cheik?
Que tu n?es plus Cheikh?

Você que por alguns momentos ainda me pediu para redobrar meu ardor
Toi qui quelques instants encore m?exhortais à redoubler d?ardeur

Enfrentar os golpes de uma África que se procura
A braver les coups bas d?une Afrique qui se cherche

Você que me convidou a reunir boas vontades para um futuro glorioso
Toi qui m?invitais à rassembler les bonnes volontés pour un avenir glorieux

É você quem não é mais, Cheikh Anta Diop?
Est-ce toi qui n?es plus, Cheikh Anta Diop?
Nós, os povos da África, imploramos por ele e
Nous, peuples d?Afrique, plaidons pour lui et

Digamos isso por todo o bem que ele fez à humanidade
Le disons pour tout le bien qu?il a fait à l?humanité

Seja louvado, oh Deus, veja o Cheik Anta Diop vem até você
Soyez loué, ô dieu, voyez Cheikh Anta Diop vient à vous

Sem pecado, sem dano
Sans péché, sans mal

Ele dava pão aos famintos, água aos sedentos
Il a donné do pain à l?affamé, de l?eau à qui avait soif
Roupas a quem estavam nus, uma caixa a quem não tinha barco
Des vêtements à qui était nu, un bac à qui n?avait pas de bateau

Ele fez oferendas aos deuses
Il a fait des offrandes aux Dieux

E presentes funerários para os mortos abençoados
Et des dons funéraires aux morts bienheureux

Salve Cheikh Anta Diop, mantenha-o
Sauvez Cheikh Anta Diop, gardez-le
Cheikh Anta Diop é um homem que tem uma boca pura
Cheikh Anta Diop est un homme qui ala bouche pure

Mãos puras e bem-vindo a quem a vê
Les mains pures et à ceux qui le voient, sois le bienvenu

Nós, os povos da África, imploramos por ele e
Nous, peuples d?Afrique, plaidons pour lui et

Digamos isso por todo o bem que ele fez à humanidade
Le disons pour tout le bien qu?il a fait à l?humanité
Então esse é o nosso apelo, nós povos da África, para você, Sheikh
Voilà donc notre plaidoyer, nous peuples d?Afrique, pour toi, Cheikh

Agora você pode ir, você pode ir em paz
Maintenant, tu peux partir, tu peux partir en paix

O pacto é selado, permaneceremos fiéis a você
Le pacte est scellé, nous te resterons fidèles

África vai enfrentar o desafio, o desafio do futuro
L?Afrique elle, relèvera le défi, le défi do futur
A humanidade será salva, e para você retornaremos o que é seu
L?humanité sera sauvée, et à toi, nous rendrons ce qui te revient

Glória, glória no frontão da história
La gloire, la gloire au fronton de l?histoire

Descanse em paz, mas esteja sempre conosco, filhos da África
Repose en paix, mais toujours sois avec nous, fils d?Afrique

Cheikh, Cheikh Anta, Cheikh Anta Diop, você o imortal
Cheikh, Cheikh Anta, Cheikh Anta Diop, toi l?immortel

Não diga que ele morreu porque permanece imortal Cheikh Anta Diop
Ne dites pas qu?il est mort car il demeure immortel Cheikh Anta Diop

Compositores: Celia Faussart / Helene Faussart / Kum A’n Iii Dumbee / Mounir Belkhir
Letra de Immortel Cheikh Anta Diop © Sony/ATV Music Publishing LLC

Do Afrokut

Exposição sobre Antigo Kemet inaugura em SP

Exposição inédita sobre o Kemet (Egito Antigo), considerada uma das mais importantes civilizações da história da humanidade. Por meio de um amplo panorama sobre o cotidiano, a espiritualidade e os costumes ligados à crença na eternidade, o recorte reúne esculturas, pinturas, objetos, sarcófagos e até uma múmia, vindos do Museu Egípcio de Turim (Itália), segundo maior acervo egípcio do mundo. A múmia, chamava-se Tararo, que data de 700 anos A.C. Era ela uma mulher integrante da 25ª dinastia, que ficou conhecida como Dinastia Núbia ou “Faraós Negros”. Além de instalações cenográficas e interativas que permitem uma viagem ao tempo dos faraós.

 A exposição “Egito Antigo: Do Cotidiano À Eternidade” vão ocupar os seis andares do CCBB São Paulo, já está em cartaz  e vai até 11 de maio. Curadoria: Paolo Marini e Pieter Tjabbes.


Local:  CCBB SP. Rua Álvares Penteado, 112, Centro  –  tel: 3113-3651.

Quarta a segunda, 9h às 21h. Grátis. 19 de fevereiro a 11 de maio.

Do Afrokut  com  informações do CCBB. Imagem crédito: Museo Egizio

Veja tambem:

https://afrokut.com.br/blog/exposicao-sobre-o-kemet-antigo-egito/

A consciência de “ser africano no mundo”

Racismo e modernidade a partir da ideia de realidade simulada: física quântica e psicologia negra Sakhu Sheti

Um ensaio sobre a compreensão do racismo a partir da ideia de realidade simulada – Por José Evaristo S. Netto

O escravizamento histórico e a exploração contemporânea do povo africano só poderiam ter sucesso se os significados africanos de ser humano fossem apagados e/ou redefinidos. Apenas quando o centro de sua consciência for afastado dos significados africanos do que é ser humano, ou esses significados forem removidos da sua consciência, o africano pode ser permanentemente escravizado — eis um preceito central da afrocentricidade. Esse processo de descentramento e desafricanização constitui a problemática psicológica chave na compreensão da experiência dos africanos em toda a diáspora.

Afrofuturismo— Fabio Kabral

Retornando a uma parte da perspectiva ioruba de “ser no mundo” que Wade W. Nobles nos traz, e que foi descrita acima:

Como pessoa, o individuo também possui a cabeça interior, ou ori inu. Oludumaré (o ser supremo) dá essa cabeça diretamente. Ela constitui o “espírito” particular da pessoa. Ori inu é o guardião do eu; carrega o nosso destino e influencia a personalidade. Além de emi (essência divina) e ori inu (essência pessoal), a pessoa tem okan. Essa palavra significa coração, mas, como aspecto constituinte da pessoa, representa o elemento imaterial (essência) que é a sede da inteligência, do pensamento e da ação. Assim, por vezes é chamado de “alma-coração” da pessoa. Acredita-se que a okan exista antes mesmo de a pessoa nascer. É a okan dos ancestrais que reencarna no recém-nascido.

A violência da escravização, a colonialidade e o racismo, resumem o maafa que foi a nossa tragédia enquanto povo, o descarrilhamento do nosso caminho de desenvolvimento a partir da nossa centralidade, do significado original de “ser e existir no mundo” sendo uma pessoa negra, africana, não ocidentalizada. Precarizou o nosso espírito particular, nosso Ori inu, enfraqueceu a nossa essência divina, nossa Emi e o contato com as memórias e arquétipos imateriais, os corpos sutis dos nossos ancestrais e antepassados, nosso Okan. Uma vez que não conseguimos mais localizar a nossa essência divina, perdendo também as nossas referências sobre o nosso próprio espírito particular, sobre aquilo que nos é particular, que nos torna únicos, somados ao enfraquecimento dos nossos laços com a nossa história e ancestralidade, fica mais fácil entender como somos dominados por uma realidade simulada que manipula os nossos sentidos e diz o que significa existir no mundo. Hoje, consumimos para existir, talvez porque perdemos estas estruturas e recursos de ser no mundo que eram os trilhos do percurso de desenvolvimento dos nossos povos.

Acredito que somente quando pudermos refletir profundamente sobre a realidade, reelaborando-a baseando na circunscrição da nossa experiência no mundo — e dos nossos ancestrais, conseguiremos produzir um desenvolvimento que fortaleça nossa humanidade, ao invés de nos precarizar.

Podemos construir a própria realidade a partir de uma mudança radical da consciência do que é “ser e existir no mundo”?

Para não perder o foco:

  1. é importante o resgate de que este texto trata de simulação da realidade e do racismo, e em como uma perspectiva ou leitura de realidade considerando as contribuições da física teórica podem auxiliar à um existir no mundo que supere a experiência da colonialidade e do racismo.
  2. retorno a África como forma de reaprendizagem das habilidades ancestrais para acessar arquétipos supre mentais que possibilitassem a nós, nos reconstruirmos sem os viesses da colonialidade e do racismo. Sankofa — se você esquecer, não é proibido voltar atrás e reconstituir.
  3. a história como uma mentira, uma simulação, realidade falseada que cria infraestrutura para a construção da modernidade, onde os povos africanos são inferiores. Este é um exemplo de realidade simulada, que se faz presente hoje de forma hologramática em nossos mecanismos de dialogicidade e construção (reforço) da realidade.

 

Este é um ensaio. Pretendo fazer uma discussão destes assuntos com mais profundidade, articulando-os com as Teorias de Autodeterminação que explicam a motivação humana, e com as Teorias Sócio Cognitivas que explicam conceitos como Agência Pessoal. O próximo texto será a continuação desta discussão, e pretendo trabalhar com alguns conceitos chave da Afrocentricidade. Estou aberto a discussões e ponderações criticas.

 

Por José Evaristo S. Netto – Educador, dedicado aos estudos sobre corporeidade, cultura, identidades, sociocognição, racismo e colonialidade. Mestre em Educação Física.

A Consciência é a base de todo o ser

Wade W. Nobles. Professor emérito do Departamento de Estudos da Africana da Universidade Estadual de São Francisco.

Racismo e modernidade a partir da ideia de realidade simulada: física quântica e psicologia negra Sakhu Sheti

Um ensaio sobre a compreensão do racismo a partir da ideia de realidade simulada – Por José Evaristo S. Netto

A Consciência é a base de todo o ser, afirma Amit Goswami!

No mundo que conhecemos hoje, realidade em que fazemos parte, é muito difícil imaginar uma rotina diária que favorecesse um “existir no mundo” onde possamos praticar o acesso aos nossos ancestrais, aos nossos antepassados, a partir da consciência não-local (da água da piscina). No paradigma ocidental da colonialidade e do racismo, estas formas de existir no mundo são tidas como inferiores, são exotizadas, rotuladas por serem práticas de matrizes africanas, e por isso tidas como não racionais, inferiores, primárias, tribais. O racismo e a colonialidade reelaboraram estas formas de existir no mundo criando o rótulo da cultura negra, da cultura africana, a cultura do Outro. E o Outro não é universal, nem sequer é civilizado e desenvolvido à altura da cultura europeia/ocidental. Aqui, acredito que a física quântica de Amit Goswami trás de volta a possibilidade de um existir no mundo diferente do que é imposto pelo racismo e pela modernidade ocidental.

Parece possível construir pontes entre o conhecimento sobre a consciência não-local da física quântica, com a construção da realidade a partir dos seus colapsos em eventos reais, e as formas de existir no mundo dos nossos antepassados do continente africano. O campo de estudos afrocentrados de psicologia negra Sakhu Sheti do dr. Wade W. Nobles contribui fundamentalmente para este percurso.

Em seu artigo Sakhu Sheti: Retomando e Reapropriando Um Foco Psicológico AfrocentradoWade W. Nobles afirma que o problema fundamental que todos nós sofremos, africanos em diáspora, em decorrência do racismo e da colonialidade que teve início da escravidão negra produzida pela Europa, é que nos foi alterado o senso de consciência de ser africano, e do que é ser africano. É preciso portanto voltar ao passado para compreender como os nossos antepassados lidam/lidaram com a sua humanidade, e o que resultou destes traumas, e das resistências e lutas contra a desumanização. Assim, é possível criar experiências que elaborem formas de existir afrocentradas, ou seja, fortalecedoras do nosso senso de consciência de ser africano.

Voltar ao passado para reaprender a lidar com a nossa humanidade, a partir dos conhecimentos e práticas dos nossos antepassados, dos nossos ancestrais. Como? Como fazer isso? Parece fantasioso, mas não é! Aqui esta um dos meus insights para a escrita deste singelo texto:

Acredito que a incorporação de práticas cotidianas suficientemente potentes para ressignificar a nossa percepção de existir no mundo, fortalecendo a nossa centralidade africana, seja o caminho para superarmos o controle da “colonialidade do saber” que domina as nossas mentes e produz esta realidade simulada pela lógica do consumo, na qual todos interagimos. Vivemos numa realidade simulada pelo racismo, pela colonialidade, pela lógica do consumo onde consumir significa existir no mundo. Na verdade, como no filme Matrix, estamos em coma induzido, consumindo, sustentando industrias, governos, sem darmos conta de quem somos, sem elaborarmos minimamente a nossa própria agência pessoal.

Vou me arriscar bastante com um exemplo:
Acredito que a fé em orixá seja um caminho, e uma experiência muito forte de ressignificação da nossa percepção de existir no mundo, capaz de nos fortalecer a ponto de superarmos o controle da colonialidade do saber que constrói esta a realidade simulada que domina as nossas mentes. A fé em orixá nos coloca num lugar onde desenvolvemos ferramentas e movimentamos recursos não para consumir almejando mostrar que existe para si mesmo e para outras pessoas, mas sim para acessar as memórias imateriais, os corpos sutis, que são, eles próprios, os nossos antepassados, energia que se configura naquilo que Amit Goswami chama de consciência não-local. Aqui cabe um adendo importante, isso não é uma explicação técnica de fenômenos espirituais do Candomblé, longe disso, mas apenas uma perspectiva que pode, e deve, motivar e estimular as pessoas a uma reflexão, ajudando na compreensão de um existir no mundo que fortaleça a sua humanidade. Compreendendo a perspectiva de existir no mundo da lógica ioruba como trouxe o psicólogo Wade W. Nobles, onde somos formados pela divindade Orisa-nla, pela força espiritual emi, a essência ou espírito individual Ori inu, e pelo alma-coração dos nossos ancestrais okan, e comparando-a com a compreensão de existir no mundo oferecida pela colonialidade através do paradigma do “consumo, logo existo”, não há como não percebermos que o racismo e a colonialidade provoca uma profunda precarização do sentido de existência. Talvez por isso, consciente ou inconscientemente muitas pessoas têm procurado as religiões de matrizes africanas e as “ciências tradicionais/ancestrais africanas”, para o auxílio das suas demandas pessoais nestas últimas décadas.

Aníbal Quijano é um sociólogo e pensador humanista peruano que se debruçou sobre a ideia central de que o racismo foi, e é, elemento fundamental da racionalidade moderna, eurocêntrica. Na obra Colonialidade do poder, eurocentrismo e America Latina (capitulo do livro A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas), ele trabalha com esta tese:

“A globalização em curso é, em primeiro lugar, a culminação de um processo que começou com a constituição da América e do capitalismo colonial/moderno e eurocentrado, como um novo padrão de poder mundial. Um dos eixos fundamentais desse padrão de poder é a classificação social da população mundial de acordo com a ideia de raça, uma construção mental que expressa a experiência básica da dominação colonial e que desde então permeia as dimensões mais importantes do poder mundial, incluindo a sua racionalidade específica, o eurocentrismo.”

Anibal Quijano é conhecido por ter desenvolvido o conceito de “colonialidade do poder”, trabalhando com a ideia de que a colonialidade é, antes de qualquer coisa uma construção mental, uma racionalidade que parte da classificação social da população a partir da ideia de raça. Desta forma, o racismo se torna o eixo paradigmático desta nova racionalidade que vai estruturar as sociedades modernas, desde o século XV e XVI. De lá para cá o racismo foi se complexificando, assumindo os contornos culturais das épocas subsequentes, até imbricar-se com a lógica do consumo, paradigma vigente nos dias atuais. Acredito que Wade W. Nobles avança neste entendimento, contribuindo com a explicação sobre o impacto desta construção mental racista (colonialidade) na precarização do senso de consciência do que é ser africano no mundo, fazendo com que percamos a nossa centralidade, referencial e perspectiva para prática da nossa própria agência pessoal.

Viver experiências significativas e positivas é fundamental para todo e qualquer processo de conscientização e reforço da humanidade. Considerando que vivemos uma realidade simulada onde o racismo e a colonialidade são os algoritmos deste sistema operacional, desta Matrix, a produção de espaços de convivência que possibilitem vivências a partir de referenciais que possibilitem em “um retorno à África” como traz o Dr. Wade Nobles, ou uma prospecção quântica que nos possibilite contato com a memória imaterial dos nossas ancestrais e antepassados como traz Amit Goswami, pode auxiliar na construção de “subjetividades hackeadoras” da lógica racista e automatizadora da colonialidade.

O racismo, desde a escravização dos povos africanos até agora, se complexificou a ponto de se imbricar nas estruturas computantes do “Ser Humano”. Desta maneira, o racismo estaria no bojo da produção cultural, ou, de outra forma, influenciando dentro da produção de conhecimento e, ao mesmo tempo, se alimentando dela. Cheikh Anta Diop, argumenta que nos mais de 500 anos deste mundo ocidental, o papel da África na história humana têm sido sumariamente negada e, mais ainda, todas as formas de viver e se relacionar com o mundo foram ajustadas socioculturalmente para contemplar, legitimar e naturalizar a escravidão, o racismo e a dominação racial. Marimba Ani, antropóloga, ao se debruçar sobre o evento da escravidão negra, cunhou o conceito maafa, definido como o grande desastre contra as sociedades africanas, morte, sofrimento e destruição desmedidos, além da compreensão humana. Wade W. Nobles acrescenta:

“… a característica básica do maafa é a negação da humanidade dos africanos, acompanhada do desprezo e do desrespeito, coletivos e contínuos, ao seu direito de existir. O maafa autoriza a perpetuação de um processo sistemático de destruição física e espiritual dos africanos, individual e coletivamente.”

Quando reconhecemos o maafa, a partir do percurso histórico, passamos a considerar o fato de que os nossos antepassados tiveram que diversificar e reelaborar muito profundamente o significado de “ser e existir no mundo”, a ponto de, num dado momento, ocorrer cisalhamentos na própria percepção de realidade a partir do desligamento de arquétipos basilares à organização natural de “ser quem você é”, tamanha foi a violência voltada a nossa desumanização. A violência imediata, física, sem precedentes, dos europeus contra os africanos na escravidão foi acompanhada da construção pelas instituições europeias, de um sistema sociocultural, filosófico e científico, que tinha (e ainda tem) como agenda forjar um “modo de ser no mundo” circunscrito à experiência do europeu, e da pessoa branca. Mais do que isso, objetivamente, esta agenda geopolítica e econômica construiu uma nova realidade às pessoas no planeta, a que chamamos modernidade, ou a era moderna, onde novas regras sociais, valores, éticas, jurisprudências, governos, diplomacias, foram impostas, sob o argumento do desenvolvimento civilizatório das nações do mundo pela Europa. O racismo foi, e é, o elemento estruturador desta nova realidade geopolítica, sociocultural, e econômica no mundo. A Matrix estava completa e produzindo esta realidade simulada.

Considerando esta nova ordem social, Nobles contribui enormemente no entendimento do impacto que o processo de dominação colonial causou à consciência de “ser africano no mundo” da população africana e seus descendentes, até os dias atuais. A partir do conceito de descarrilhamento, ele elabora o entendimento chave de que o povo africano, escravizado e submetido a todo tipo de desumanidade, desviou-se do seu caminho natural de desenvolvimento.

CONTINUA…:

 

Por José Evaristo S. Netto – Educador, dedicado aos estudos sobre corporeidade, cultura, identidades, sociocognição, racismo e colonialidade. Mestre em Educação Física.

Yoga Kemética no Brasil

Em agosto de 2019, o Mestre Yirser Ra Hotep veio ao Brasil para ministrar os primeiros cursos, em São Paulo e Rio de Janeiro, de formação de instrutores em yoga com base africana do método Yoga Skills. O Mestre Yirser Ra Hotep, é o instrutor responsável pela única certificação em Kemetic Yoga reconhecida pela organização internacional Yoga Alliance.

Uma iniciativa importante na difusão de Yoga Kemética no Brasil foi a atuação de Emaye Ama Mizani, instrutora de Yoga kemética no Rio de Janeiro. 

Ela teve primeiro contato com a Yoga kemética em 2011, quando começou a praticar através de vídeos no YouTube. Emaye Ama Mizani, teve a oportunidade de conhecer  o mestre Yirser Ra Hotep, e formou-se na YogaSkills Kemetic Yoga School.

A Kemetic Yoga ou, em português, Ioga Kemética, tem sido praticado há milhares de anos como uma forma de refinar a mente, corpo e espírito do Iniciado de Espiritualidade Africana. A Yoga Kemética é uma nova maneira revolucionária de entender e praticar a Ciência Espiritual Kemética

Na Yoga Kemética, os ensinamentos espirituais do Kemet (nome Original do Egito Antigo) assumem uma luz inteiramente nova e, à medida que os ensinamentos são estudados da perspectiva do Yoga, torna-se evidente que a Filosofia Mística do Yoga foi aplicada pela primeira vez na África antiga e mais tarde surgiu na Índia, os precursores do Yoga Kemética na Índia foram os Dravidianos, e de lá se espalhou por todo mundo. Os Dravidianos Negros lançaram as bases da cultura indiana e construíram um império próspero que durou até a invasão da cultura ariana de pele mais clara do norte. Veja a série de artigos de “Introdução ao Yoga Kemética“.

Yirser Ra Hotep

O Kemetic Yoga ressurge na década de 70, nos Estados Unidos, desenvolvida pelo Dr. Asar Hapi e, posteriormente, por seu discípulo Yirser Ra Hotep, que  é o criador do Método Yoga Skills.

Yirser Ra Hotep é o instrutor mais sênior de Kemetic Yoga nos Estados Unidos, com mais de 42 anos de experiência praticando e ensinando. Yirser esteve envolvido com a pesquisa original e a documentação do Kemetic Yoga junto com o instrutor mestre Asar Hapi nos anos 70. Ele treinou e certificou milhares de instrutores de Kemetic Yoga em todo o mundo através de sua escola, a YogaSkills School of Kemetic Yoga, e realiza passeios históricos, culturais, espirituais do Egito, Etiópia, Gana, África do Sul e outras partes da diáspora africana. O mestre Yirser Ra Hotep veio especialmente ao Brasil ministrar os cursos e certificar os novos instrutores formados.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut


Veja Também:

https://membro.afrokut.com.br/2020/10/10/introducao-ao-yoga-kemetica/


O que é Ubuntu?

Ubuntu é uma filosofia africana que vem sendo usada desde a origem da humanidade na África. É uma palavra originária do tronco linguístico banto, não tem tradução literal para o português, trata-se de um conceito amplo sobre a essência do ser humano, como palavra mais próxima tenho usado Humanitude.

Assim Ubuntu/Humanitude é:

humanidade, bondade, compaixão, partilha, humildade, respeito mútuo e responsabilidade, interconexão, harmonia – um vínculo universal que liga toda a humanidade.

Ô Ubuntu também é Quântico. A mecânica quântica ecoa o antigo conhecimento do Ubuntu e do Kemet (Egito Negro) e outras culturas antigas em todo o mundo como:

 “a crença em um vínculo universal de partilha que liga toda a humanidade”.

Ubuntu está bem descrito em ensinamentos antigos que são analisados na ciência moderna, incluindo a noção de totalidade e similaridade, postulada no campo de física quântica por David Bohm.

A Filosofia Africana do Ubuntu afirma que estamos todos conectados e a Física Quântica está constantemente apontando para a conexão como o caminho do Universo da mesma forma que as tradições espirituais defendidas pelos antigos Africanos.

Por Hernani Francisco da Silva

O Natal em África

A Africa é um continente vasto composto de 54 países e grande diversidade étnica, o natal em África, com toda a sua riqueza e tradição, é marcado por inúmeras celebrações. Neste texto apenas segue celebrações de natal em alguns lugares em África.

Congo

No Congo na África, um grupo é designado apenas para preparar o desfile anual de Natal. Na manhã de Natal, as pessoas caminham ao redor da aldeia e cantam músicas natalinas. Nas suas casas vestem roupas de festa e levam oferendas para o serviço especial que é realizado na casa de culto, onde é celebrada o aniversário de Jesus. Após o serviço, as pessoas convidam amigos para a ceia de Natal organizadas na frente de suas casas.

África do Sul

No Natal na África do Sul é verão, com sol e flores a desabrochar com a graça do Natal. É tempo de férias de verão nas escolas. Nos grandes centros, há exibição especial de shows natalinos. As pessoas usam ramos de pinheiro para decoração de Natal em suas casas como arvores de natal com presentes para as crianças.

Gana

Em Gana, na costa oeste da África, igrejas e casas são decoradas quatro semanas antes do Natal. Época do Natal é o tempo para a colheita de cacau e, portanto, as pessoas estão prósperas e com dinheiro de sobra. Todo mundo volta para casa na véspera de Natal incluindo os agricultores e mineiros. As crianças cantam canções de Natal e marchar pelas ruas gritando: “Cristo está chegando!”. Em casa se vestem com trajes indígenas ou ocidentais e vão para igreja. À noite, um serviço especial é realizado nas igrejas, que estão decoradas com árvores verdes e de palma e velas acesas. Celebrações de Natal são realizadas e as pessoas cantam canções de Natal. No 26 de dezembro é feriado um dia para relaxar.

Libéria

Na Libéria a festa de Natal tradicional consiste em arroz, carnes, mingau, sopa ou guisado de quiabo e cole inhame chamado fufu. Famílias e amigos próximos se reúnem na festa e compartilham presentes. Uma arvore de palma decorada com sinos é utilizado como a árvore de Natal na Libéria. Na manhã de Natal, eles acordam com canções e compartilhar itens de utilidade, como sabonetes e lápis como presentes de Natal. O jantar de Natal na Libéria é organizada ao ar livre e os pratos tradicionais são compostos de carne, arroz e biscoitos. Jogos tradicionais de Natal servem como passatempo na parte da tarde, enquanto os adventos de Cristo são celebrados na noite com fogos de artifício.

Etiópia

A Etiópia é um dos mais antigos países da África e um dos poucos onde o antigo calendário Juliano, de acordo com a Igreja Copta, ainda é seguida. Isso significa que aqui, o Natal é comemorado em 7 de janeiro, em vez de 25 de dezembro e a festas de Natal se refere como “Ye Ganna Bal“, que significa “Nascimento de Cristo“. Neste dia, freqüentar a igreja é uma estrita observância religiosa, em vez de ser apenas uma formalidade festiva. O Natal na Etiópia é uma festividade muito colorida e às vezes pode durar dias. Familiares e amigos se reúnem para saborear uma boa comida, celebrar cultos e jogos tradicionais. A Etiópia é um país vasto composto de mais de oitenta línguas e culturas, sem dúvida, então, que as tradições são muito diversas. Natal etíope é um amálgama de muitos costumes diferentes.

Se você conhece alguma celebração de Natal em África compartilhe conosco, e acrescente na lista. Muita Paz!

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

O Natal Kwanzaa

No final de dezembro, a época de festas está a todo vapor. Os cristãos celebram o Natal, que comemora o nascimento de Jesus. Os judeus celebram o Chanucá, que celebra a recuperação de seu templo sagrado em Jerusalém. Esses feriados são celebrações cheias de alegria em que as famílias e os amigos se juntam para compartilhar comida e presentes. As pessoas de descendência africana têm sua própria celebração de dezembro, em que elas se juntam com os entes queridos para reafirmar os elos com a família e a cultura e também para compartilhar a comida e trocar presentes. Ela é chamada de Kwanzaa, e, embora seja relativamente nova se comparada com os outros feriados, ela se tornou um importante aspecto da prática da cultura africana nos outros continentes.

Neste artigo, vamos conhecer as raízes do Kwanzaa, descobrir o significado de seus símbolos e aprender sobre as tradições únicas que dão existência a essa celebração.

Kwanzaa é um feriado pan-africano, o que significa que ele foi concebido para unir as pessoas de descendência africana de todos os lugares do mundo. Ele vai de 26 de dezembro a 1º de janeiro. Diferente do Natal e do Chanucá, que são feriados religiosos, o Kwanzaa é um feriado cultural (na verdade, muitas pessoas comemoram o Kwanzaa e o Natal). Durante os sete dias, descendentes de africanos se juntam para celebrar a família, a comunidade, a cultura e os elos que os unem como povo. Eles também relembram sua herança, agradecem pelas coisas boas que têm e exultam a bondade da vida. O sete é um tema importante do Kwanzaa. O feriado dura sete dias, um dia para cada um dos sete princípios. Há sete símbolos básicos usados na cerimônia do Kwanzaa (um deles são as sete velas) e cada símbolo se une a um ou mais dos sete princípios.

Embora o Kwanzaa tenha começado há poucas décadas, suas raízes vêm das antigas celebrações africanas da colheita. O nome “Kwanzaa” vem da frase em Swahili, “matunda ya kwanza,” que significa “os primeiros frutos“. Muitas das celebrações dos primeiros frutos, como, por exemplo, o Umkhost de Zululand na África do Sul, também tinham duração de sete dias. O Kwanzaa foi uma criação do Dr. Maulana Karenga, professor e diretor do Departamento de Estudos Negros da Universidade do Estado da Califórnia (em inglês) e ex-ativista dos direitos civis. Ele apresentou o Kwanzaa em 1966, uma época em que os afro-americanos lutavam por direitos iguais, como meio de ajudá-los a se conectarem com os valores e tradições africanas. O Dr. Karenga também quis que o Kwanzaa servisse como um elo para unificar os afro-americanos como comunidade e como povo. Ele escolheu as datas de 26 de dezembro a 1º de janeiro para coincidir com os feriados judeu e cristão, que já são uma época de celebração. E escolheu um nome que vem do idioma Swahili porque ele é falado por um grande número de pessoas no leste africano.

Na época das celebrações da colheita, os africanos se juntavam para celebrar suas safras e reafirmar seus elos como comunidade. Eles ofereciam graças ao seu criador por uma colheita generosa e uma vida plena. Eles honravam seus ancestrais e reafirmavam seu compromisso com sua herança cultural e também celebravam sua cultura e sua comunidade. Os ideias da colheita inspiraram o Dr. Karenga a criar os Sete Princípios do Kwanzaa.

Os sete princípios do Kwanzaa

O Kwanzaa está centrado nos sete princípios, Nguzo Saba (En-GOO-zoh Sah-BAH), que representa os valores da família, da comunidade e da cultura para os africanos e para os descendentes de africanos. Os princípios foram desenvolvidos pelo fundador do Kwanzaa, Dr. Maulana Karenga, baseados nos ideais das colheitas dos primeiros frutos. Os princípios são:

Umoja (oo-MOE-jah): União
Estar unido como família, comunidade e raça;

Kujichagulia (koo-jee-cha-goo-LEE-ah): Auto-determinação                                                                                                                        Responsabilidade em relação a seu próprio futuro;

Ujima (oo-JEE-mah): Trabalho coletivo e responsabilidade
Construir juntos a comunidade e resolver quaisquer problemas como um grupo;

Ujamaa (oo-JAH-mah): Economia cooperativa
A construção e os ganhos da comunidade através de suas próprias atividades;

Nia (nee-AH): Propósito
O objetivo de trabalho em grupo para construir a comunidade e expandir a cultura africana;

Kuumba (koo-OOM-bah): Criatividade
Usar novas idéias para criar uma comunidade mais bonita e mais bem-sucedida;

Imani (ee-MAH-nee):
Honrar os ancestrais, as tradições e os líderes africanos e celebrar os triunfos do passado sobre as adversidades. Durante as festividades do Kwanzaa, os princípios são ilustrados por sete símbolos.

Os sete símbolos do Kwanzaa são exibidos durante a cerimônia do Kwanzaa para representar os sete princípios da cultura e da comunidade africana:

Mkeka (M-kay-cah): é a esteira (geralmente feita de palha, e que também pode ser feita de tecido ou papel) sobre a qual todos os outros símbolos do Kwanzaa são colocados. A esteira representa a base das tradições africanas e da história .

Mazao (Maah-zow): as safras, frutas e vegetais representam as celebrações da colheita africanas e mostram respeito pelas pessoas que trabalharam no cultivo.

Kinara (Kee-nah-rah): o candelabro representa a base original da qual todos os ancestrais africanos vieram e contém sete velas.

Mishumaa (Mee-shoo-maah): nas sete velas, cada uma representa um dos sete princípios. As velas são vermelhas, verdes e pretas, cores que simbolizam o povo africano e sua luta.

Muhindi (Moo-heen-dee): o milho representa as crianças africanas e a promessa de futuro para elas. Um sabugo de milho é colocado para cada criança da família. Em um família sem crianças, um sabugo de milho é colocado simbolicamente para representar as crianças da comunidade.

Kikombe cha Umoja (Kee-com-bay chah-oo-moe-jah): a Taça da União simboliza o primeiro princípio do Kwanzaa, ou seja, a união da família e do povo africano. A taça é usada para derramar a libação (água, suco ou vinho) para a família e os amigos.

Zawadi (Sah-wah-dee): os presentes representam o trabalho dos pais e a recompensa para seus filhos. Os presentes são dados para educar e enriquecer as crianças, e podem ser um livro, uma obra de arte ou um brinquedo educativo. Pelo menos um dos presentes é um símbolo da herança africana.

Os sete dias do Kwanzaa

As velas do Kwanzaa. No primeiro dia do Kwanzaa, 26 de dezembro, o líder ou ministro convida todos a se juntarem e os cumprimenta com a pergunta oficial: “Habari gani?” (O que está acontecendo?), à qual eles respondem com o nome do primeiro princípio: “umoja”. O ritual é repetido em cada dia de celebração do Kwanzaa, mas a resposta muda para refletir o princípio associado àquele dia.

No segundo dia, por exemplo, a resposta é “Kujichagulia”. Em seguida, a família diz uma prece. Depois, eles recitam um chamado de união, Harambee (Vamos nos Unir). A libação é então realizada por um dos adultos mais velhos, e uma pessoa (geralmente a mais jovem) acende uma vela do Kinara. O grupo discute o significado do princípio do dia e os participantes podem contar uma história ou cantar uma música relacionada a esse princípio. Os presentes são oferecidos um a cada dia ou podem ser todos trocados no último dia do Kwanzaa.

O banquete do Kwanzaa é no dia 31 de dezembro. Ele não inclui só comida, é também um momento de cantar, orar e celebrar a história e a cultura africana.

O dia 1º de janeiro, o último dia do Kwanzaa, é um momento de reflexão para cada um e para todo o grupo. As pessoas se perguntam: “quem sou eu?” “sou realmente quem digo que sou?” e “sou tudo o que posso ser?” A última vela do Kinara é acesa e então todas as velas são apagadas sinalizando o fim do feriado.

Nas próximas seções, vamos ver em detalhes os elementos da celebração do Kwanzaa.

Autor: Stephanie Watson – traduzido por HowStuffWorks Brasil – Via CEERT

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