56 anos da morte de Martin Luther King

No dia 4 de abril de 1968, o Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, morre ao ser baleado em Memphis, nos Estados Unidos.

No dia 28 de agosto de 1963, ele discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e “raça”.

Relembrando o seu famoso discurso: Eu tenho um sonho – I have a dream

Eu tenho um sonho…

“Estou feliz por estar hoje com vocês num evento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nosso país.

Há cem anos, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinou a Proclamação da Emancipação. Esse decreto fundamental foi como um grande raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de uma vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para pôr fim à longa noite de cativeiro.

Mas, cem anos mais tarde, devemos encarar a trágica realidade de que o negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro está ainda infelizmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação.

Cem anos mais tarde, o negro ainda vive numa ilha isolada de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro ainda definha nas margens da sociedade americana estando exilado em sua própria terra. Por isso, encontramo-nos aqui hoje para dramatizar essa terrível condição.

De certo modo, viemos à capital do nosso país para descontar um cheque. Quando os arquitetos da nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam a assinar uma nota promissória da qual todo americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantia aos direitos inalienáveis de “vida, liberdade e à procura de felicidade”.

É óbvio que a América de hoje ainda não pagou essa nota promissória no que concerne aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar esse compromisso sagrado, a América entregou ao povo negro um cheque inválido devolvido com a seguinte inscrição: “Saldo insuficiente”.

Porém recusamo-nos a acreditar que o banco da justiça abriu falência. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidade desse país. Então viemos para descontar esse cheque, um cheque que nos dará à vista as riquezas da liberdade e a segurança da justiça.

Viemos também para este lugar sagrado para lembrar à América da clara urgência do agora. Não é hora de se dar ao luxo de procrastinar ou de tomar o remédio tranquilizante do gradualismo. Agora é tempo de tornar reais as promessas da democracia.

Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora [aplausos] de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência desse momento. Esse verão sufocante da insatisfação legítima do negro não passará até que chegue o revigorante outono da liberdade e igualdade. Mil novecentos e sessenta e três não é um fim, mas um começo. E aqueles que creem que o negro só precisava desabafar e que agora ficará sossegado, acordarão sobressaltados se o país voltar ao ritmo normal.

Não haverá nem descanso nem tranquilidade na América até o negro adquirir seus direitos como cidadão. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir os alicerces do nosso país até que o resplandecente dia da justiça desponte.

Há algo, porém, que devo dizer a meu povo, que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça: no processo de ganhar o nosso legítimo lugar não devemos ser culpados de atos errados. Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. Devemos sempre conduzir nossa luta no nível elevado da dignidade e disciplina.

Não devemos deixar que o nosso protesto criativo se degenere na violência física. Repetidas vezes, teremos que nos erguer às alturas majestosas para encontrar a força física com a força da alma.

Esta nova militância maravilhosa que engolfou a comunidade negra não nos deve levar a desconfiar de todas as pessoas brancas, pois muitos dos irmãos brancos, como se vê pela presença deles aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino.

E estão conscientes de que sua liberdade está intrinsicamente ligada à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos em frente. Não podemos retroceder.

Há quem pergunte aos defensores dos direitos civis: “Quando é que ficarão satisfeitos?” Não estaremos satisfeitos enquanto o negro for vítima dos indescritíveis horrores da brutalidade policial. Jamais poderemos estar satisfeitos enquanto os nossos corpos, cansados com as fadigas da viagem, não conseguirem ter acesso aos hotéis de beira de estrada e das cidades.

Não poderemos estar satisfeitos enquanto a mobilidade básica do negro for passar de um gueto pequeno para um maior. Não podemos estar satisfeitos enquanto nossas crianças forem destituídas de sua individualidade e privadas de sua dignidade por placas onde se lê “somente para brancos”.

Não poderemos estar satisfeitos enquanto um negro no Mississippi não puder votar e um negro em Nova Iorque achar que não há nada pelo qual valha a pena votar. Não, não, não estamos satisfeitos e só estaremos satisfeitos quando “a justiça correr como a água e a retidão como uma poderosa corrente”.

Eu sei muito bem que alguns de vocês chegaram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês acabaram de sair de pequenas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde a sua procura de liberdade lhes deixou marcas provocadas pelas tempestades de perseguição e pelos ventos da brutalidade policial.

Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento injusto é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Luisiana, voltem para as favelas e guetos das nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, essa situação pode e será alterada. Não nos embrenhemos no vale do desespero.

Digo-lhes hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia essa nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: “Consideramos essas verdades como auto-evidentes que todos os homens são criados iguais.”

Eu tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos descendentes de donos de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia mesmo o estado do Mississippi, um estado desértico sufocado pelo calor da injustiça, e sufocado pelo calor da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia o estado do Alabama, com seus racistas cruéis, cujo governador cospe palavras de “interposição” e “anulação”, um dia bem lá no Alabama meninos negros e meninas negras possam dar-se as mãos com meninos brancos e meninas brancas, como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje.

Eu tenho um sonho que um dia “todos os vales serão elevados, todas as montanhas e encostas serão niveladas; os lugares mais acidentados se tornarão planícies e os lugares tortuosos se tornarão retos e a glória do Senhor será revelada e todos os seres a verão conjuntamente”.

Essa é a nossa esperança. Essa é a fé com a qual eu regresso ao Sul. Com essa fé nós poderemos esculpir na montanha do desespero uma pedra de esperança. Com essa fé poderemos transformar as dissonantes discórdias do nosso país em uma linda sinfonia de fraternidade.

Com essa fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ser presos juntos, defender a liberdade juntos, sabendo que um dia haveremos de ser livres. Esse será o dia, esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado:

Meu país é teu, doce terra da liberdade, de ti eu canto.

Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada lado das montanhas ressoe a liberdade!

E se a América quiser ser uma grande nação, isso tem que se tornar realidade.

E que a liberdade ressoe então do topo das montanhas mais prodigiosas de Nova Hampshire.

Que a liberdade ressoe das poderosas montanhas de Nova Iorque.

Que a liberdade ressoe das elevadas montanhas Allegheny da Pensilvânia.

Que a liberdade ressoe dos cumes cobertos de neve das montanhas Rochosas do Colorado.

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia.

Mas não só isso; que a liberdade ressoe da montanha Stone da Geórgia.

Que a liberdade ressoe da montanha Lookout do Tennessee.

Que a liberdade ressoe de cada montanha e de cada pequena elevação do Mississippi. Que de cada encosta a liberdade ressoe.

E quando isso acontecer, quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada lugar, de cada estado e cada cidade, seremos capazes de fazer chegar mais rápido o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar as palavras da antiga canção espiritual negra:

Finalmente livres! Finalmente livres!

Graças a Deus Todo Poderoso, somos livres, finalmente.”

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Tradução na íntegra do discurso feito por Martin Luther King há 56 anos: Eu tenho um sonho  I have a dream 

No dia 28 de agosto de 1963, ele discursou para cerca de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade em que todos seriam iguais sem distinção de cor e “raça”.

10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial

ALBERT EINSTEIN é reverenciado pelo seu intelecto científico, que lançou as bases para a física quântica. Suas opiniões sobre raça, política e guerra também foram incrivelmente progressivas para o seu tempo. Einstein era um anti racista apaixonado e comprometido. Esta faceta da vida de Einstein foi praticamente ignorada pela mídia, de acordo com o livro intitulado Einstein on Race and Racism de Fred Jerome e Roger Taylor, o cientista era um ativista no combate ao racismo e a segregação. Einstein estava profundamente consciente das semelhanças entre a segregação americana e o tratamento dos judeus na Alemanha. Nos últimos 20 anos de sua vida, Einstein se envolveu significativamente em atividades de promoção da justiça racial. Aqui estão 10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial:

1. Einstein apoiou uma campanha para defender jovens negros que foram falsamente acusados;

Sua aliança com a situação dos afro-americanos começou antes mesmo de chegar ao EUA. Em 1931, Einstein enfrentava a ameaça do regime nazista na Alemanha. Ele lia uma história sobre alguns jovens nos Estados Unidos, cujas vidas também estavam em perigo. Os jovens eram os meninos de Scottsboro, um grupo de adolescentes negros que foram injustamente acusados de estuprar duas mulheres brancas. Einstein juntou-se ao polêmico comitê Theodore Dreiser para fazer campanha pela justiça para os jovens.

2. Einstein convidou uma cantora, vitima de racismo, para ficar em sua casa;

Quando o Nassau Inn de Princeton se recusou alugar um quarto para a estrela de ópera, Marian Anderson, devido à sua cor da pele, Einstein convidou a cantora para ficar em sua casa. Sua amizade durou desde 1937 até sua morte em 1955, e a estrela hospedava-se na casa de Einsteins sempre que visitava Princeton.

3. Einstein chamou o racismo de “uma doença de pessoas brancas”;

Em 1946, Einstein deu um discurso raro na Lincoln University, na Pensilvânia, uma universidade historicamente negra(foto acima), onde também aceitou um diploma honorário e louvou por sua lealdade ao movimento dos Direitos Civis. A presença foi significativa porque Einstein tinha o hábito de recusar todas as solicitações para falar nas universidades. Durante seu discurso, ele atestava que o racismo era uma doença de pessoas brancas:

“Minha viagem a esta instituição foi em favor de uma causa que vale a pena”, disse Einstein em seu discurso em Lincoln. “Há uma separação de pessoas negras de pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença de pessoas negras. É uma doença de pessoas brancas. Eu não pretendo ficar quieto sobre isso”.

4. Einstein era um amigo e apoiante do ator e cantor afro-americano Paul Robeson;

Paul Robeson estava sendo perseguido por causa de seu trabalho em direitos civis. Os dois trabalharam juntos em 1946 em uma campanha de petição anti-linchamento. Em 1952, quando a carreira de Robeson tinha terminado por causa da perseguição, Einstein convidou Robeson para Princeton onde trabalharam juntos para defender a justiça racial.

5 – Einstein foi co-presidente de uma organização dedicado a eliminar o linchamento nos Estados Unidos;

A aliança de Einstein com a comunidade negra foi reforçada quando se juntou à NAACP e à American Crusade Against Lynching (ACAL), uma organização fundada pelo ator e cantor ativista Paul Robeson. Einstein foi especialmente apaixonado por promover legislação anti-linchamento e, eventualmente, se tornar co-presidente da ACAL.

6 – Einstein apoiou a NAACP e seu amigo Du Bois;

Durante décadas, Einstein ofereceu incentivo público à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e seu fundador, WEB Du Bois. E em 1951, quando o governo federal indiciou Du Bois, de 83 anos, como “agente estrangeiro”, Einstein ofereceu-se para comparecer como testemunha durante o julgamento. A iniciativa de Einstein fez o juiz abandonar o caso.

7 – Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais;

Einstein aceitou um convite do co-fundador da NAACPWEB Du Bois, para enviar um artigo à sua revista The Crisis. Em seu artigo, Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais e incentivou-os a não deixar o racismo manchar sua auto-estima.

8 – Einstein ficou consternado com a segregação nos Estados Unidos;

Em 1933, Einstein fugiu da Alemanha e começou a trabalhar no recém-fundado Insitute For Advanced Study em PrincetonNova Jersey. Enquanto vivia em Princeton, Einstein ficou consternado com a segregação que dividia a cidade universitária. Como Fred Jerome e Rodger Taylor escreveram em seu livro, Einstein on Race and Racism: “Einstein percebeu que os afro-americanos em Princeton eram tratados como os judeus na Alemanha”.

9 – Einstein tinha amizades profundas com afro-americanos;

Uma das maneiras pelas quais Einstein foi capaz de ser aliado do movimento dos Direitos Civis foi formando amizades profundas com afro-americanos. Jerome e Taylor entrevistaram os antigos residentes de Princeton que recordam o quão envolvido Einstein se tornou na comunidade afro-americana. Eles se lembram de vê-lo vagando pelas ruas segregadas, conversando com seus vizinhos negros e distribuindo doces para crianças.

10 – Einstein foi criticado por outros físicos e colocado sob vigilância pelo FBI.

O trabalho de justiça racial de Einstein aprofundava sua amizade com pessoas negras, e isso incomodava muita gente. O físico Paul Ehrenfesst, amigo íntimo de Einstein, pediu-lhe que permanecesse em silêncio sobre questões fora do domínio científico; Robert Millikan, físico americano e vencedor do Prêmio Nobel, criticou Einstein pelo apoio dos jovens no caso Scottsboro; Henry Fordrepublicou vários ensaios alemães que criticava Einstein. O diretor do FBIJ Edgar Hoover, colocou Einstein sob vigilância.

Nenhum desses esforços conseguiu diminuir a paixão de Einstein pela justiça racialAlbert Einstein, o físico, continuou a usar seu status de celebridade para falar pelo que sabia que era certo até o momento de sua morte em 1955.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut

Crédito da imagem de Albert Einstein e estudantes da Lincoln University: Coleção de fotografia de John W. Mosley, coleção afro-americana Charles L. BlocksonBibliotecas da Universidade de Temple, Filadélfia, PA.

Referências:

livro “Einstein on Race and Racism” http://www.einsteinonrace.com/preface.htm

https://www.livescience.com/50051-albert-einstein-civil-rights.html

http://thewisdomdaily.com/the-little-known-history-of-how-einstein-used-his-status-to-fight-racism/

O que é Afrofuturismo

Na perspectiva do Afrokut, o Afrofuturismo é uma nova tecnologia de cura, memória e justiça, que desestabiliza noções de tempo linear ocidental. O tempo, no mundo do afrofuturismo, é cíclico, pode se mover em todas as direções e trata do passado, presente e futuro como uma experiência ditada pelo ponto de consciência. O Afrofuturismo proposto aqui vai muito além das limitações da ficção científica. Mas como uma lente para entender melhor nossas vidas e suas possibilidades além das circunstâncias atuais. Também reimaginar a ciência e o futuro a partir de uma perspectiva negra.

A Ciclo Sankofa é a nossa nave Afrofuturista onde podemos viajar no tempo e espaço, e coletar percepções no momento dos acontecimentos, disponíveis pela não-localidade quântica, quebrando os conceitos clássicos de tempo e espaço.

A nossa visão é apenas uma face do Afrofuturismo, segundo a Wikipedia o Afrofuturismo é amplo e abrangente, e engloba música, quadrinhos, cinema, moda, artes plásticas e literatura.  É uma estética cultural, filosofia da ciência e filosofia da história que combina elementos de ficção científica, ficção histórica, fantasia,  afrocentrismo e realismo mágico com cosmologias não-ocidentais para criticar não só os dilemas atuais dos negros, mas também para revisar, interrogar e reexaminar os eventos históricos do passado. Cunhado por por Mark Dery em 1993 e explorado no final da década de 1990 através de conversas lideradas pela estudiosa Alondra Nelson. O afrofuturismo aborda temas e preocupações da diáspora africana através de uma lente de tecnocultura e ficção científica, abrangendo uma variedade de meios de comunicação e artistas com um interesse compartilhado em imaginar futuros negros que decorrem de experiências afrodiasporicas. Os trabalhos semi-afrofuturísticos incluem as romances de Samuel Delany e Octavia Butler; as telas de Jean-Michel Basquiat e Angelbert Metoyer, e a fotografia de Renée Cox; os mitos explicitamente extraterrestre dos músicos do coletivo Parliament-FunkadelicJonzun CrewWarp 9Deltron 3030 e Sun Ra; e os quadrinhos do super-herói Pantera Negra da Marvel Comics.

afrofuturismo pode ser identificado nas práticas artísticas, científicas e espirituais em toda a diáspora africana. Apesar de o Afrofuturismo ter sido cunhado em 1993, os estudiosos tendem a concordar que a música, a arte e o texto afrofuturísticos tornaram-se mais comuns e difundidos no final da década de 1950. Lisa Yazsek, professora da Escola de Literatura, Mídia e Comunicação da Georgia Institute of Technology, argumenta que o romance Invisible Man de Ralph Ellison, publicado em 1952, deve ser pensado como um antecessor da literatura afrofuturistaYaszek ilustra que Ellison se baseia em ideias afrofuturistas que ainda não haviam prevalecido na literatura afro-americana. Ellison critica as previsões tradicionais para o futuro dos negros nos Estados Unidos, mas também não oferece aos leitores um futuro diferente para se imaginar. Invisible Man pode não ser afrofuturista, no sentido de que não oferece um futuro melhor – ou mesmo nenhum – para os negros nos Estados Unidos, mas pode ser pensado como um chamado para que as pessoas comecem a pensar e a criar arte com uma mentalidade afrofuturista. Nesse sentido, Yaszek conclui que o romance de Ellison é um cânone na literatura afrofuturista, servindo de “esse tipo de futuro – arte histórica” ​​para aqueles que o sucedem.

A prática contemporânea identifica e documenta retroativamente instâncias históricas da prática afrofuturista e as integra no cânone. Exemplos são as antologias Dark Matter, que apresentam ficção científica negra contemporânea, mas também incluem obras mais antigas de W. E. B. Du BoisCharles W. Chesnutt e George S. Schuyler. Desde que o termo foi introduzido em 1994, a prática afrofuturista auto-identificada tornou-se cada vez mais onipresente.

A abordagem afrofuturista na música foi proposta por Sun Ra. Nascido no Alabama, a música de Sun Ra surgiu em Chicago em meados da década de 1950, quando, junto com The Arkestra, começou a gravar canções baseadas no hard bop e fontes e modais, mas criou uma nova síntese, que também usava títulos afrocêntricos e temáticos, refletindo o vínculo de Ra com a cultura africana antiga, especificamente o Egito, e a vanguarda da era espacial. Durante muitos anos, Ra e seus companheiros de banda viveram, trabalharam e se apresentaram na Filadélfia enquanto faziam turnês em festivais de jazz e música progressiva em todo o mundo. A partir de 2016, a banda ainda está compondo e atuando, sob a liderança de Marshall Allen. O filme de Ra, Space Is the Place mostra The Arkestra em Oakland, em meados da década de 1970, em regalia de espaço completo, repleta de imagens de ficção científica, bem como outros materiais cômicos e musicais.

As ideias do afrofuturista foram retomadas em 1975 por George Clinton e suas bandas Parliament e Funkadelic com o álbum Mothership Connection como sua obra-prima e os subsequentes The Clones of Dr. FunkensteinP-Funk Earth TourFunkentelechy Vsthe Placebo Syndrome, e Motor Booty Affair. Nos fundamentos temáticos da mitologia P-Funk (“puro funk clonado”), Clinton em seu alter ego Starchild falou sobre “Afronauats certificados, capazes de funkitizar galáxias“.

Outros músicos normalmente considerados como trabalhando ou influenciados pela tradição afrofuturista incluem os produtores de reggae Lee “Scratch” Perry e Scientist, os artistas de hip hop Afrika Bambaataa e Tricky, a banda brasileira de manguebeat Nação Zumbi,[ os músicos eletrônicos Larry Heard, A Guy Called GeraldJuan AtkinsJeff MillsNewcleus e Lotti Golden e Richard Scher, produtores de eletro hip hop Warp 9, compuseram de “Light Years Away“, um relato de ficção científica de visitação alienígena antiga, descrito como uma “pedra angular do beatbox afrofuturista dos anos 80″.

No início da década de 1990, uma série de críticos culturais, notadamente Mark Dery em seu ensaio de 1994 “Black to the Future“, começaram a escrever sobre as características que eles pareciam comuns na ficção científica, música e arte afro-americanas. Dery apelidou desse fenômeno “Afrofuturism“. Segundo o crítico cultural Kodwo Eshun, o jornalista britânico Mark Sinker teorizava uma forma de afrofuturismo nas páginas de The Wire, uma revista de música britânica, no início em 1992.

As ideias afrofuturistas foram expandidas por estudiosos como Alondra NelsonGreg Tate, Tricia Rose, Kodwo Eshun e outros. Em uma entrevista, Alondra Nelson explicou o afrofuturismo como uma forma de olhar para a posição da pessoa negra que abrange temas de alienação e aspirações para um futuro utópico. A ideia de “alien” ou “outro” é um tema que muitas vezes é explorado. Além disso, Nelson observa que as discussões em torno da raça, acesso e tecnologia muitas vezes reforçam afirmações acríticas sobre a chamada “divisão digital“. A divisão digital insiste demais na associação da desigualdade racial e econômica com o acesso limitado à tecnologia. Esta associação então começa a construir a escuridão “como sempre oposição às cronologias de progresso tecnicamente conduzidas”. Como uma crítica ao argumento neo crítico de que as identidades históricas do futuro acabarão com o estigma pesado, o afrofuturismo sustenta que a história deve continuar sendo uma parte da identidade, particularmente em termos de raça.

Uma nova geração de músicos abraçou o afrofuturismo em sua música e moda, incluindo Solange KnowlesRihanna e Beyoncé. Esta tradição continua em trabalhos de artistas como Erykah BaduMissy ElliottJanelle Monáe e Ellen Oléria que incorporaram temas ciborgísticos e metálicos em seu  estilo. Outros músicos do século XXI que tenham sido caracterizados como Afrofuturistasincluem a cantorFKA Twigs, duo musical Ibeyi, e DJ/produtor Ras G.

Janelle Monáe fez um esforço consciente para restaurar a cosmologia afrofuturista na vanguarda do urban contemporary. Seus trabalhos notáveis ​​incluem os videos musicais “Prime Time” e “Many Moons“, que exploram os domínios da escravidão e da liberdade através do mundo dos ciborgues e da indústria da moda. Ela é credenciada com o proliferante Afrofuturist funk em um novo Neo-Afrofuturism pelo uso de seu alter-ego inspirado em MetropolisCindi Mayweather, que incita uma rebelião contra a Grande Divisão, uma sociedade secreta, para libertar cidadãos que caíram sob sua opressão. Este papel ArchAndroid reflete as figuras afrofuturísticas anteriores, Sun Ra e George Clinton, que criaram seus próprios visuais como seres extraterrestres que resgatam afro-americanos das naturezas opressivas da Terra. Suas influências incluem MetropolisBlade Runner e Star Wars. A Sociedade Coletiva de Artes Negras de Wondaland, da qual Monáe é fundadora, declarou: “Nós acreditamos que as canções são naves espaciaisNós acreditamos que a música é a arma do futuroNós acreditamos que os livros são as estrelas“. Outros artistas musicais que emergiram desde a virada do milênio considerado afrofuturista incluem dBridgeSBTRKTShabazz PalacesHeavyweight DubChampion, e “pioneiros tecnológicos” Drexciya (com Gerald Donald).

Uma série de autores contemporâneos de ficção científica/ficção especulativa também foram caracterizados como afrofuturistas ou empregando temas afrofuturístas. Nnedi Okorafor tem sido rotulado desta forma, tanto para sua novela Bindi, vencedora de um Prêmio Hugo, e para o seu romance Who FearsDeathSteven Barnes foi chamado de autor de afrofuturista por seus romances de história alternativa Lion’s Blood e Zulu HeartNK JemisinNalo Hopkinson e Colson Whitehead também foram referidos como autores afrofuturistas.

Chicago é o lar de uma vibrante comunidade de artistas que exploram o afrofuturismoNick Cave, conhecida pelo seu projeto Soundsuits, ajudou a desenvolver talentos mais jovens como diretor do programa de moda graduada da Escola de Arte do Instituto de Chicago. Outros artistas incluem artistas visuais Hebru Brantley, bem como o artista contemporâneo Rashid Johnson, um nativo de Chicago atualmente com sede em Nova York. Em 2013, a residente de Chicago Ytasha L. Womack escreveu o estudo AfrofuturismThe World of Black Science Fiction and Fantasy e William Hayashi publicaram os três volumes de sua Trilogia de Darkside, que conta a história do que acontece na América, quando o país descobre que os afro-americanos vivem secretamente na parte de trás da lua desde antes da chegada de Neil Armstrong, uma visão extrema de segregação imposta pelos negros tecnologicamente avançados.

O movimento cresceu globalmente nas artes. A Sociedade Afrofuturista foi fundada pelo curador Gia Hamilton em Nova Orleans. Artistas como DemetriusOliver de Nova York, Cyrus Kabiru de Nairobi, Lina Iris Viktor da Libéria e Wanuri Kahiu, do Quênia, mergulharam seu trabalho no cosmos ou na ficção científica.

Com informações do Afrokut e Wikipedia


O que é Afropresentismo?

O que é Yoga Kemética?

As posições geométricas e as posturas observadas nos hieróglifos e nas paredes dos templos do antigo Kemet (Antigo Egito, o nome Egito é a versão grega da palavra) são algumas das primeiras manifestações do Yoga.

A Yoga Kemética, Ioga Africana, ou Ioga egípcia é um antigo sistema egípcio de iluminação baseado nas práticas de movimentos físicos combinados com respiração profunda controlada e meditação. A Yoga Kemética remonta de uma das civilizações mais antigas, o Kemet, no Nordeste da África. A versão moderna deste antigo sistema foi desenvolvida a partir de pesquisas primárias conduzidas na década de 1970 pelo Dr. Asar Hapi e Mestre Yirser Ra Hotep (Kemetic Yoga), bem como o Dr. Muata Ashby e Karen Ashby (Egyptian Yoga), que estudaram, traduziram e interpretaram os textos hieroglíficos e imagens de posturas de ioga que apareceram nas paredes dos templos Keméticos. O Dr. Muata Ashby escreveu o livro Egyptian Yoga pela primeira vez em 1994, e até hoje já lançou mais de 35 livros sobre o assunto. O Mestre Sunyata Saraswati pratica ioga egípcia há mais de 50 anos. A moderna Yoga Kemética foi reintroduzida por pesquisadores e teólogos africanos e afro-americanos como uma filosofia de vida. 

Filosofia Kemética (do Antigo Egito Negro) fala de métodos para alcançar a imortalidade através da prática de técnicas que permitem que a mente se desassocie do mundo material. Esta ideia de desassociação e transcendência foi referenciada em todos os primeiros escritos yóguicos da Índia. Este processo dependia da prática da contemplação e da meditação, em vez da realização de centenas ou mesmo de milhares de posturas de Ioga que caracterizam o Ioga moderno. De acordo com o livro “Metu Neter, O Grande Oráculo de Tehuti e o Sistema Egípcio de Cultivo Espiritual” de Ra UN Nefer Amen, esses antigos africanos migraram para a Índia e se tornaram o que agora são conhecidos como os indianos. Eles passaram ensinamentos e práticas espirituais que mais tarde evoluíram para as crenças hindus e práticas de Ioga.

No entanto, existem diferenças importantes nas abordagens do Ioga, como foi entendido e praticado no antigo Egito e na Índia. Um aspecto fundamental da ciência espiritual egípcia antiga (que é idêntico em toda a África) é a conexão aos antepassados. Na Ciência Espiritual Kemética  conectar-se com os espíritos dos antepassados ​​através da meditação, oração e ritual é um pilar da prática do Ioga Kemético. O propósito da meditação não é apenas transcender os limites do mundo material, mas também se conectar e se comunicar com os espíritos vivos daqueles que foram antes de nós.

Portanto, Ioga Kemética é uma filosofia de vida e uma prática baseada nos sistemas keméticos de autodesenvolvimento que alimentaram a criação da civilização Kemética que gerou ciência ocidental, filosofia e religião. Os jovens egípcios (Kamitas) do Nordeste da África  foram educados em um sistema de conhecimento superior chamado “Sistema de Mistério” por egiptólogos. Eles tiveram que adquirir um alto nível de competência em Ioga antes de serem considerados mentalmente e espiritualmente preparados para dominar os rigores da matemática, engenharia, medicina, astronomia, astrologia, arquitetura, literatura, religião, metafísica, ética e filosofia.

Por Hernani Francisco da Silva –  Do Afrokut

Imagem: Quarta Past

 

7 fatos que mostram o outro legado de Billy Graham

Dias após à morte de Billy Graham, não faltam elogios e exaltação das partes mais brilhantes e positivas do legado do pregador. Evangélicos aos montes, nas redes sociais, publicando e compartilhando palavras excessivamente generosas sobre Graham e seu trabalho no mundo. Muitos chegam a dizer que Graham evitou o fundamentalismo e pregou uma mensagem evangélica acolhedora. Manifestações bastante difícil para aqueles que foram alvo do preconceito de Graham. Devemos ter um olhar mais completo sobre fatos que mostram o outro  legado de Billy Graham:

1 – Billy Graham apoiou uma leitura fundamentalista da Bíblia no campo da justiça social.

“Durante seis décadas, Graham ensinou aos americanos que o governo não poderia ser um instrumento de Deus para promover justiça, nem em questões raciais e nem em outras questões importantes. Embora ele acreditasse na igualdade racial, sua teologia o cegou ao que agora sabemos é o melhor meio para alcançar essa igualdade”. The Guardian

2 – Billy Graham defendeu a Guerra Fria como uma batalha espiritual, pregando que a maior e mais eficaz arma contra o comunismo era ser um cristão nascido de novo.

Graham passou a ser “o principal motor do renascimento religioso da guerra fria da América”. Pregando a milhares, Graham apresentou o Evangelho como o único meio de salvação não só do inferno eterno, mas também das “forças do mal do comunismo”:

“A batalha é entre o comunismo e o cristianismo! … Quando o comunismo conquista uma nação, torna todo homem escravo! Quando o cristianismo conquista … faz todo homem um rei!” (Belton, 2010)

3 – Billy Graham defendeu a integridade de Nixon profundamente no escândalo Watergate.

“Quando a Casa Branca mostrou gravações que finalmente provaram o envolvimento do presidente na invasão, a primeira reação de Graham foi expressar o choque com o uso de palavrões pelo presidente.” Slate

4 – Billy Graham tinha pontos de vista homofóbicos. Apesar de não ter sido tão homofóbico quanto seu filho, Franklin Graham.

Em 1974, uma jovem escreveu para Graham dizendo que ela estava atraída por outra mulher. Ele escreveu:

“Seu carinho por outro de seu próprio sexo é mal direcionado e será julgado pelos padrões sagrados de Deus”. Graham também disse à mulher que ela poderia ser “curada” de sua atração pelo mesmo sexo através da crença em Cristo. HuffPost

5 – Billy Graham escolheu apresentar o racismo como um pecado do coração humano individual em vez de um mal cívico a ser corrigido pela autoridade política coletiva.

De acordo com Graham, o racismo, e toda injustiça social não é uma questão social / estrutural; é apenas um sintoma do pecado:

“Portanto, tudo o que precisamos fazer para salvar o país é converter os indivíduos ao cristianismo. Para Graham, simples assim: “Tudo o que você precisa é de Jesus”. Belton 2010

6 – Billy Graham convidou Martin Luther King Jr. para fazer uma oração pública em sua cruzada de Nova York em 1957.

Quando King foi preso em Birmingham, Alabama, em 1963, Graham disse ao New York Times que King deveria “puxar os freios um pouco”. Slate

7 – Billy Graham realizou reuniões segregadas no sul no início dos anos 1950.

Para justificar as reuniões segregadas Graham argumentou que se tratava de costume local. Slate

Historicamente Billy Graham, sobre a questão da justiça racial, jogou em ambos os lados promovendo a prática em teoria, mas nunca assumindo uma posição direta e consistente. Graham teve uma abordagem instintivamente moderada que continua a definir o espírito do evangelicalismo branco dominante.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

Referencias:

https://www.theguardian.com/commentisfree/2018/feb/21/billy-graham-wrong-side-history

Belton, David. 2010. “A Alma de uma Nação”. Deus na América.  ( http://www.pbs.org/godinamerica/transcripts/hour-five.html ).

https://slate.com/news-and-politics/2018/02/billy-grahams-impact-on-the-culture-not-to-mention-evangelicalism-is-nearly-incalculable.html

Ubuntu: uma filosofia quântica da África

Ubuntu é uma filosofia africana que vem sendo usada desde a origem da humanidade na Africa. É uma palavra originária do tronco linguístico banto, não tem tradução literal para o português, trata-se de um conceito amplo sobre a essência do ser humano, como palavra mais próxima tenho usado Humanitude.

Adama Samassékou, do Mali, presidente da Conferência Mundial de Humanidades, tem utilizado o conceito de Humanitude para traduzir essa filosofia de vida Africana. Em um artigo: “Humanitude, ou como saciar a sede por humanidade“ (Unesco) Samassékou diz:

“Foi com essas considerações em mente que, vários anos atrás, eu sugeri que explorássemos um novo conceito – humanitude – em referência à negritude, um conceito que herdei de meu mentor, o poeta Aimé Césaire, da Martinica.”

“Utilizo este conceito de humanitude para traduzir o que, na África, nós chamamos de maaya (em bamanankan, a língua bambara), neddaaku (em fulfulde, a língua fula), boroterey (em songai, a língua songai), nite (em wolof) e ubuntu (nas línguas bantu), entre outros. Existem muitos termos que significam, literalmente, “a qualidade de ser humano”.” Diz: Adama Samassékou.

Assim Ubuntu/Humanitude é: humanidade, bondade, compaixão, partilha, humildade, respeito mútuo e responsabilidade, interconexão, harmonia – um vínculo universal que liga toda a humanidade.

Por que o Ubuntu é uma filosofia quântica? A mecânica quântica ecoa o antigo conhecimento do ubuntu e do Kemet (Egito Negro) e outras culturas antigas em todo o mundo como: “a crença em um vínculo universal de partilha que liga toda a humanidade”Ubuntu está bem descrito em ensinamentos antigos que são analisados na ciência moderna, incluindo a noção de totalidade e similaridade, postulada no campo de física quântica por David Bohm.

filosofia africana do Ubuntu afirma que estamos todos conectados e a física quântica está constantemente apontando para a conexão como o caminho do Universo da mesma forma que as tradições espirituais defendidas pelos antigos Africanos.

Lei do Mentalismo, a primeira das sete Leis Universais Quântica do antigo Egito Negro (Kemet), nos diz que existe uma Consciência Universal da qual todas as coisas se manifestam. Todas as energias e assuntos em todos os níveis são criados e subordinados à Mente Universal Onipresente.

Ubuntu baseia-se na ideia de que todas as pessoas estão relacionadas e faz parte de uma grande família. Assim como na física quântica, o Ubuntu sustenta que a separação não existe: estamos todos entrelaçados (os átomos), num emaranhado de conexões, infinitas. Quando estamos em sintonia com essa conexão, significa que estamos trazendo abertura e magnanimidade para os outros.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – do Afrokut

https://afrokut.com.br/blog/o-que-e-ubuntu

Wakanda: O maravilhoso reino afrofuturista do Pantera Negra

O filme Pantera Negra é um acontecimento muito especial e ousado da Marvel, o que torna Pantera Negra um filme especialmente fascinante é a introdução da terra natal do Pantera Negra: o reino de Wakanda, uma maravilhosa terra repleta de tecnologias e com uma forte cultura rica que prospera nos tempos modernos no coração da África, simulando uma versão da África que foi permitida prosperar sem a imposição de cultura e colonização.

No filme, o Pantera Negra, cuja identidade secreta é a de T’Challa, também príncipe de Wakanda, volta para sua terra natal depois que seu pai é assassinado, tornando-se assim, o rei. Wakanda é um reino africano que prosperou graças à extração de um mineral raro e com diversas propriedades chamado vibranium, o metal mais raro e precioso do universo. O vibranium foi usado nas roupas e garras do Pantera Negra (é o material fundamental no escudo do Capitão América). Principalmente pela abundância do mineral, Wakanda é considerado um dos países mais ricos e cientificamente avançados nesta ficção da Marvel.

Devido ao isolacionismo intencional do país, Wakanda está à frente dos países vizinhos em avanços tecnológicos, criando sistemas informáticos impermeáveis à ataques externos. Também é reconhecida por sua medicina avançada e cura, como um subproduto de uma forte ordem religiosa. As práticas religiosas de Wakanda estão interligadas com a monarquia da nação, mantendo os antigos valores religiosos e culturais. Por isso, brilha como um reino construído em tecnologia e magia, sem deixar vestígios de pobreza ou doença, sendo verdadeiramente um reflexo de um afrofuturismo que pode ser encontrado nas histórias do Pantera Negra desde sua criação.

O que torna o filme Pantera Negra tão inovador, foi estabelecer Wakanda longe dos estereótipos “primitivos” e “selvagens” habituais associados à África, como se vê em filmes como Tarzan e muitos outros. Diferente disso, mostra-se um poderoso poder em Wakanda que nunca sentiu os efeitos do colonialismo ou imperialismo branco. Os criadores do Pantera Negra parecem determinados a corrigir as coisas, recorrendo a viagens de pesquisa para a África, recursos históricos e referências culturais específicas. Além do elenco de atores africanos e afro-americanos e a língua nacional de Wakanda sendo o idioma africano, Xhosa.

Pantera Negra não é apenas um filme de super-heróis que agrada e busca audiência, é uma história sobre reis e reinos, também é uma história sobre pais, linhagens e conflitos geracionais. Mesmo parecendo uma história contada em muitos enredos de filmes, o Pantera Negra está dizendo isso de uma maneira nova (Isso sem mencionar a representatividade, o que significa a identidade desses heróis negros e todo o reino mostrados de forma tão poderosa para meninos e meninas negras, heróis negros sendo representados com maior profundidade no Universo Cinematográfico Marvel.) É um momento vital na história do cinema e uma exploração sincera e reflexiva das cicatrizes do colonialismo e da esperança de cura. No Pantera Negra existe empoderamento e orgulho. Um filme com a finura preternatural da “magia negra” no cinema, o que poderia ser uma visualização daquela utopia negra que os pan-africanistas já sonharam.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut

Intolerância religiosa e a física quântica

Uma maneira muito fácil de aprender sobre a física quântica é através das Religiões de Matriz Africana (oriunda das religiões tradicionais africanas e das religiões afro-americanas). Olhando o pensamento e praticas das religiões de matriz africana as teorias quânticas de repente tornaram-se interessantes e as religiões de matriz africana ainda mais. Para compreendermos essa ligação vamos começar pelas três leis da termodinâmica (leis físicas da transferência de energia) sobre a morte, essas leis descreve com precisão a visão dos nossos antepassados sobre o mundo. As ideias africanas sobre a morte são incrivelmente similares às leis das teorias quânticas.

A primeira lei da termodinâmica afirma que a energia não pode ser criada ou destruída. É apenas transformada.

As religiões de matrizes africanas acreditam que a vida não acaba com a morte. Na verdade, a morte é um novo começo que permiti que as pessoas transcendam diferentes reinos. Não existe uma linha sólida entre a vida e a morte. E o mundo dos vivos e o mundo dos mortos nem sempre são mutuamente exclusivos. Nossos antepassados entendiam a energia, muito antes do Ocidente.

A segunda lei envolve um conceito mais complicado chamado entropia.

Entropia mede informações que tendem a diminuir ou aumentar durante um longo período de tempo. Isso significa que algumas das civilizações mais antigas do mundo possuem as informações mais indisponíveis. A informação no mundo de hoje é conhecida como energia. Nossos antepassados o chamavam de “Axé”(de asé, termo iorubá que significa “energia”, “poder”, “força”). Eles o chamaram de Asé, e eles descrevem a morte como a diminuição do poder, Força Vital ou Asé. Eles acreditavam em diferentes níveis de vida e morte. Se alguém estava sofrendo infortúnio, isso significava que sua força vital ou Asé, estava diminuindo.

A terceira lei afirma que, quando a energia diminui para zero, a entropia ou o caos se tornam mais constantes.

Isso ocorre porque os átomos só podem armazenar uma quantidade limitada de informações. Isso significa que a falta de dados é possivelmente armazenada em anti mundos ou realidades paralelas. Nossos antepassados entenderam que a morte não altera ou acaba a força vital de um indivíduo, mas faz com que ele mude sua condição. Como um corpo que se desintegra em uma sepultura, a informação, Força Vital ou Asé começa a se transformar em uma força coletiva chamada “antepassados”.

Muitos conceitos na antiga ciência africana correspondem às ideias da física moderna. Através da ciência da física quântica vamos mudar paradigmas e quebrar preconceitos, ações fundamentais para a superação da intolerância religiosa.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico  – Do Afrokut

Adaptado do artigo The African Science of Deathde  de Yamaya Cruz – http://newafricanspirituality.com

Sojourner Truth – Pregadora, abolicionista e feminista

Sojourner Truth

Pregadora, abolicionista e feminista (1797-1883)

“O que nós damos aos pobres, nós emprestamos a Deus”

Autor: Robert Ellsberg

Tradução: Flávio José Rocha da Silva[2]

        Sojourner Truth nasceu como escravizada em Hurley, Nova York, por volta do ano 1797 (seu proprietário não registrou a data exata do seu nascimento). Seus pais a chamaram de Isabella, um nome que ela abandonou aos quarenta e seis anos quando sentiu o chamado para ser uma profetiza e pregadora.

        O seu primeiro idioma foi o holandês, o mesmo falado pelo seu proprietário. Este fato marcaria o seu inglês com um forte sotaque, da mesma forma como as suas costas foram marcadas pelas surras que recebeu no cativeiro quando ainda era uma criança. Quando jovem, ela foi comprada e vendida várias vezes. Alguns dos seus proprietários eram relativamente bondosos, enquanto outros eram severos e cruéis. Ela foi a nona criança dos seus pais, mas nunca chegou a conhecer os seus irmãos ou as suas irmãs porque todos foram vendidos para donos diferentes.

        Apesar dos sofrimentos de Isabella, a sua mãe a educou com a crença em “um Deus que escuta e vê todas as coisas que você pensa e faz.” Ela também lhe dizia, “Quando você apanhar, for tratada com crueldade ou estiver em apuros, você deve pedir ajuda a Deus. Ele sempre escutará você e lhe ajudará.” Assim, por toda a sua vida Isabella manteve um diálogo contínuo com Deus. Anos mais tarde ela começava as suas pregações coma a frase, “Crianças, eu falo com Deus e Deus fala comigo.” Ela contava os seus sofrimentos para Deus e Deus lhe disse que ela seria livre.

        Ainda jovem, Isabella foi dada em casamento para um escravo mais velho com quem ela teve cinco filhos. Numa manhã de 1926, ela fugiu da fazenda do seu dono e escapou da escravidão. Levou com ela apenas a filha bebê e deixou as outras quatro crianças para trás.

        Isabella trabalhou como empregada doméstica em Nova York por vários anos. Em 1843 ela se convenceu de que Deus a estava chamando para uma grande missão. Então ela saiu de Nova York caminhando com poucas possessões dentro de uma fronha de travesseiro e sem destino certo, mas determinada a ser uma pregadora. Com sua nova condição de liberdade, ela sentiu que era chegada a hora de mudar o seu nome de escravizada. Depois de apelar por inspiração a Deus, ela escolheu o nome de Sojourner Truth, o que refletiu o seu chamado para viajar “para cima e para baixo por aquela terra, mostrando às pessoas os seus pecados e sendo um sinal para elas.”

        Com o novo nome, ela começou um ministério da palavra itinerante, pregando as escrituras que ela tinha aprendido praticamente de coração e pronunciando o julgamento de Deus contra os males da escravidão. A sua autobiografia, A narrativa de Sojourner Truth, a qual ela ditou e publicou em 1847, tornou-se uma poderosa arma para a causa abolicionista.  Porém, tão eloquente e efetiva como uma pregadora como ela era no movimento anti escravidão, Truth dividiu as suas energias com o crescente movimento pelos direitos das mulheres. Muitos abolicionistas eram desconfiados com o movimento feminista e ficaram preocupados que a luta contra a escravidão fosse comprometida se estivesse ligada a uma causa não muito popular como o feminismo. Sojouner insistia que não eram assuntos separados. “Se os homens de cor tem os seus direitos e as mulheres de cor não, os homens de cor serão os proprietários das mulheres e isso será tão ruim quanto a situação anterior,” ela dizia.

        Em um tempo em que aquele país estava cada vez mais dividido sobre o assunto da escravidão, as pregações de Truth eram repelidas com violência. Porém, ela nunca deixou que o medo ou os conflitos a silenciassem. Muitas vezes ela conseguiu  acalmar um público hostil com o seu senso de humor. Quando alguém da multidão certa vez a importunou gritando, “Sua velha, eu não me incomodo com a sua pregação mais do que eu me incomodaria com a mordida de uma pulga.” Então ela respondeu, “Com a vontade de Deus, eu continuarei incomodando você.”

        Sojouner nunca duvidou que a escravidão um dia chegaria a fim. Quando o famoso abolicionista Frederick Douglas um dia findou a sua fala com uma frase desencorajadora, Truth interveio de forma direta e segura dizendo, “Frederick, Deus está morto?” Quando o conflito sobre a escravidão levou os Estados Unidos para uma sangrenta guerra civil, ela colocou as suas energias para apoiar os esforços da guerra, especialmente em visitas às tropas formadas por negros que estavam no Union Army. Em 1864 ela viajou até a capital Washington para encontrar com Abraham Lincoln e encorajá-lo na luta contra a escravidão. Tocada pelo sofrimento de muitos ex-escravos que se amontoavam em campos de refugiados sujos em Washington, ela decidiu ficar na capital e trabalhar para melhorar aquelas condições. Sojouner estava lá quando a guerra acabou em 12 dezembro de 1865 e o Congresso ratificou a Décima Terceira Emenda Constitucional abolindo a escravidão nos Estados Unidos.

        Truth continuou a sua luta por liberdade e igualdade até o dia que morreu em 26 de novembro de 1883, com a idade de 86 anos. Ela era aclamada como uma das mais influentes mulheres do seu tempo, mesmo sendo uma mulher negra analfabeta, uma ativista política sem uma sede ou escritório e uma pregadora sem as credenciais para a sua visão holística sobre o Deus da justiça.

        Em uma das suas mais famosas pregações em uma reunião sobre os direitos das mulheres e respondendo aos homens que tinham falado de forma condescendente sobre as fraquezas das mulheres e a consequente subordinação destas aos homens, ela disse,

Eu tenho arado, plantado e colhido e nenhum homem podia ganhar de mim. E não sou eu uma mulher?  Eu dei à luz a cinco filhos e vi quase todos eles serem vendidos como escravos e quando eu chorei com a dor de uma mãe ninguém me escutou a não ser Jesus. E não sou eu uma mulher? Então aquele pequeno homem de preto ali diz que as mulheres não podem ter tantos direitos quanto os homens porque Cristo não era uma mulher. De onde veio o seu Cristo? De onde veio o seu Cristo? Veio de Deus e de uma mulher! Os homens não tinham nada a ver com ele.

Poucos dias antes de morrer, Truth disse para uma amiga, “Eu não vou morrer, querida. Eu vou para casa como uma estrela cadente.” A sua estrela ainda brilha.

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[1]ELLSBERG, Robert. Sojourner Truth. In All saints: daily reflections on saints, prophets, and witnesses for our time. Cross Road: New York. 2000. pp. 514-516.

[2] Flávio José Rocha da Silva é Missionário Leigo de Maryknoll  e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.

Afrokut

7 Leis Quântica do Kemet que mudarão sua vida

Existem sete Leis ou Princípios Universais através dos quais tudo no Universo é governado.  São antigos ensinamentos (Keméticos) do antigo Egito Negro (Kemet), encontrados em todas as terras e em todas as religiões, o seu apelo é universal. O Universo existe em perfeita harmonia em virtude dessas Leis.

Das Sete Leis Universais, as três primeiras são leis eternas e imutáveis, o que significa que são Absolutas e nunca podem ser mudadas ou transcendidas. Elas sempre existiram e sempre existirão. As outras quatro leis são leis transitórias e mutáveis, o que significa que elas podem ser transcendidas ou pelo menos “melhor usadas” para criar sua realidade ideal.

Depois de entender, aplicar e alinhar-se com estas Leis Universais, você experimentará transformação em todas as áreas da sua vida além daquilo que você já ousou imaginar.

Aqui estão 7 leis quântica do Kemet que mudarão sua vida:

1. A Lei do Mentalismo (Imutável):

A primeira das sete leis universais nos diz que “O Universo é Mental”. Que tudo o que vemos e experimentamos no nosso mundo físico tem sua origem no invisível, no domínio mental. Esta lei nos diz que existe uma Consciência Universal da qual todas as coisas se manifestam. Todas as energias e assuntos em todos os níveis são criados e subordinados à Mente Universal Onipresente. Sua realidade é uma manifestação do seu espírito. É o verdadeiro poder da mente.

Se você entende que tudo é mental, você sabe que pode assumir o controle de seus pensamentos e emoções e então você pode mudar seu mundo interior para mudar seu mundo exterior.

2. A Lei da Correspondência (Imutável):

A segunda das sete leis universais nos diz “Como acima, assim abaixo, como abaixo, então acima”. Isso significa que existe “harmonia, concordância e correspondência” entre os domínios físico, mental e espiritual. Não há separação, já que todo no universo, incluindo você, vem da Consciência Universal. O mesmo padrão é expresso em todos os planos da existência do elétron desde a estrela mais pequena até a maior e vice-versa. Tudo é um. O  Templo de Luxor, e outros templos em Kemet, referiu-se a esta grande lei de correspondência na inscrição “Conhece-se a si mesmo e conhecerás todos os mistérios dos deuses e do universo”.

Se você assimilar isso, você pode entender e liberar muitas emoções positivas e negativas. Esta lei permite que você veja cada problema como um conjunto de “manifestações”. Quando você entende e influencia esses eventos, nada dá a impressão de ser impossível para você.

Princípio da correspondência: “O que está no topo é como o que está na parte inferior

3. A Lei da Vibração (Imutável):

A terceira das sete leis universais nos diz que “Nada repousa; tudo se move, tudo vibra. A terceira e a última das leis universais imutáveis nos diz que “todo o universo é uma vibração”. A ciência confirmou que tudo no universo, incluindo você, é uma energia pura que vibra em diferentes frequências.

O axioma “como energia atrai energia”, em que a lei da atração se baseia, tem sua base nesta lei. Tudo o que experimentamos com os nossos cinco sentidos físicos é transportado através das vibrações. Isso também se aplica ao domínio mental. Seus pensamentos são vibrações. Todas as suas emoções são vibrações onde o “amor incondicional” (no sentido do amor por outro) é o mais alto. Você pode aprender a controlar suas vibrações mentais à vontade. Este é o verdadeiro poder do pensamento.

Ao entender este princípio, você também sabe que uma mudança na vibração causa uma mudança na manifestação. Isso significa que você pode influenciar positivamente sua vida, alterando sua vibração.

4. A Lei da Polaridade (Mutável):

A quarta das sete leis universais nos diz que “Tudo é duplo; tudo tem dois extremos; semelhantes e diferentes têm o mesmo significado; os pólos opostos têm uma natureza idêntica, mas graus diferentes; os extremos se tocam; Todas as verdades são apenas meias verdades; Todos os paradoxos podem ser reconciliados. “

É também a primeira das leis universais mutáveis ou transcendentes. Isso significa que há dois lados para tudo. As coisas que aparecem como opostas são, na verdade, dois extremos da mesma coisa. Por exemplo, calor e frio podem parecer opostos à primeira vista, mas, na verdade, eles são simplesmente graus da mesma coisa variável. O mesmo vale para o amor e o ódio, paz e guerra, positivo e negativo, bom e mal, sim e não, luz e escuridão, energia e matéria. Transforme seus pensamentos do ódio para o amor, do medo para a coragem conscientemente aumentando suas vibrações. Isto é o que é dito nos antigos Ensinamentos Keméticos chamados de arte da Polarização.

Levante-se acima da lei da Polaridade: Este princípio da dualidade pode parecer muito real em sua vida, mas só funciona nos reinos físicos e mentais, e não no reino espiritual onde tudo é um. Como é dito no Bhagavad-Gita dos “Dravidas“, sempre enfatizando o “bem”, mesmo quando as coisas parecem “muito mal”, ao longo do tempo, você se eleva acima da lei da Polaridade. Se você entender esse princípio, você sabe que vai mudar sua vibração, então você pode se mover de um pólo para outro.

5. A Lei do Ritmo (Mutável):

A quinta das sete leis universais nos diz que “Tudo flui dentro e fora; tudo tem duração; tudo evolui e então degenera; o balanço do péndulo se manifesta em tudo; A medida da sua oscilação à direita é semelhante à medida da sua oscilação à esquerda; o ritmo é constante. “

É a segunda das leis universais mutáveis ou transcendentais e isso significa que existem movimentos pendulares em todos. Este princípio pode ser visto no funcionamento das ondas oceânicas, no aumento e queda dos maiores impérios, nos ciclos econômicos, no balanço de seus pensamentos de ser positivo ou negativo e em seus sucessos pessoais e suas falhas. De acordo com esta lei, quando algo chega a um ponto final, o movimento para trás começa quase imperceptivelmente até que todo o movimento para a frente seja totalmente invertido, então o movimento para a frente começa de novo e de novo, o processo é repetido.

Aumentando-se acima da lei do ritmo: Para transcender a oscilação do pêndulo, você deve estar ciente do início sutil do movimento para trás em um dos seus esforços, seja para melhorar sua saúde, suas finanças, seus relacionamentos ou qualquer objetivo que você deseja começar. Quando você sente que a lei está começando a fazer você se afastar, não tenha medo e não desanime. Em vez disso, sabendo que você é um Espirito Onipotente Universal  para o qual nada é impossível, mantenha seus pensamentos centrados em seus resultados e lute para ficar positivo, não importa como essa lei transitória o atraia. Mesmo que seus esforços falhem, pense na garantia de que, ao abrigo desta mesma lei, o movimento ascendente deve começar de novo. Com o tempo, sua perseverança será recompensada por movimentos para trás que se tornam menos negativos em relação aos seus saltos anteriores e você escala mais alto.

Se você entender esta lei, você sabe como usar este movimento do pêndulo para sua vantagem; Quando as coisas estão indo bem, você aproveita o máximo, e quando as coisas dão errado, você neutraliza esse movimento para sofrer o mínimo possível.

6. A Lei da Causa e do Efeito (Mutável):

O sexto das sete leis universais nos diz que “Toda Causa tem seu efeito; Todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a lei; Chance é apenas um nome dado à lei desconhecida; há muitos planos de causalidade, mas nada escapa à lei “

De acordo com esta lei, todos os efeitos que você vê no seu mundo externo ou físico têm uma causa muito específica que tem sua origem em seu mundo interior ou mental. Esta é a essência do poder do pensamento. Cada um de seus pensamentos, palavras ou ações define um efeito específico em movimento que se materializará ao longo do tempo. Para se tornar o mestre de seu destino, você deve dominar sua mente para tudo em sua realidade em uma criação mental. Saiba que não há nada como chance ou sorte. Estes são simplesmente os termos utilizados pela humanidade na ignorância desta lei.

Suas intenções são criadas instantaneamente: a lei da causa e efeito se aplica aos três planos da existência – o espiritual, o mental e o físico. A diferença é que a causa espiritual  os efeitos são instantâneos, pois parecem inseparáveis, enquanto nos outros planos do nosso conceito de tempo e espaço, ele cria uma incompatibilidade entre a causa e o possível efeito. Saiba que quando você se concentra nos objetivos escolhidos com a intenção de usar a visualização criativa, o que você quer criar no mundo físico se manifesta automaticamente no mundo espiritual e com perseverança, prática e continuando a focar seus pensamentos, também virá a materializar-se no mundo físico.

Como isso muda sua vida: se você entender esta lei, você sabe que o acaso não existe e que você pode influenciar sua vibração, subir para um nível diferente, mudar a polaridade, se tornar o mestre de seu destino.

7. A lei do Gênero (Mutável):

A última das sete leis universais nos diz que “O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.”

Esta lei universal mutável  é evidente em toda a criação nas chamadas coisas opostas que podem ser encontradas não apenas em seres humanos, mas também em plantas, minerais, elétrons e pólos magnéticos para citar alguns. Tudo e todos possuem os elementos masculinos e femininos. Entre as expressões externas das qualidades femininas estão o amor, a paciência, a intuição e a gentileza, e as qualidades masculinas são energia, autonomia, lógica e inteligência. Saiba que em todas as mulheres estão todas as qualidades latentes de um homem e em todos os homens o de uma mulher. Quando você sabe disso, você saberá o que significa ser completo.

Se você entende esta lei, você sabe como reconhecer a ação do masculino e do feminino em você e nos outros, bem como em tudo o que o rodeia. Você pode então criar livremente, liberando o “poder para gerar” desse princípio.

Fonte das 7 leis do antigo Egito Negro:  Livro A Ciência do Ser – Eugênio Fersen, 1923; Estudo da filosofia hermética do antigo Egito e da Grécia, baseado nos ensinamentos místicos de Hermes Trismegisto, 1908. Claire C.  – Esprit Science Métaphysiques.com, 2016.

Por:  Hernani Francisco da Silva –  Do Afrokut


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