Reconhecendo a África como o berço da humanidade e o conceito de Ubuntu (Humanitude), que liga todos os seres humanos, a AfroHumanitude enfatiza que as diferenças entre nós são superficiais e não devem ser usadas para justificar discriminação ou hierarquias sociais. A AfroHumanitude tem o potencial de enriquecer e transformar o debate racial no Brasil e no mundo. A AfroHumanitude propõe um entendimento mais inclusivo e holístico das diferenças humanas. A ideia de que a África é o berço da humanidade e que o conceito de Ubuntu conecta todos os seres humanos é poderosa e inspiradora.
Assista ao vídeo completo aqui:
No vídeo, exploramos a inovadora proposta da AfroHumanitude, que vai além das tradicionais dicotomias raciais. Vamos entender como esse conceito unificado e inclusivo reconhece que todos pertencemos à mesma espécie, Homo sapiens, e celebra a diversidade humana em suas múltiplas expressões: Negritude, Indigenitude, Branquitude, Parditude.
O Que é Letramento Racial?
O letramento racial é um processo de conscientização e educação que visa capacitar as pessoas a entenderem e combaterem o racismo. É uma forma de responder às tensões raciais de forma individual e de reeducar as pessoas em uma perspectiva antirracista.
A Parditude é um conceito que busca reconhecer e valorizar a identidade e a cultura das pessoas pardas ou mestiças no Brasil. Em um país marcado pela miscigenação, os pardos são a maioria dos brasileiros, a parditude destaca as experiências únicas e os desafios enfrentados por aqueles que possuem uma herança racial mista, geralmente envolvendo ancestrais indígenas, africanos e europeus. Assim, a Parditude é uma forma de afirmar a identidade mestiça, reconhecendo a riqueza cultural e a diversidade que essa mistura representa. Ela se posiciona contra o racismo e o apagamento histórico que muitas vezes invisibiliza as pessoas pardas, forçando-as a se enquadrarem em categorias raciais binárias.
As pessoas pardas, no Brasil, frequentemente enfrentam uma série de desafios, incluindo: a sensação de não pertencimento a um grupo racial específico, o que pode levar a um sentimento de exclusão social e apagamento de ancestralidade; a falta de reconhecimento e representação nas políticas públicas e na sociedade em geral, o que pode resultar em consequências psicológicas graves; o constante questionamento sobre a própria “raça” e a pressão para se autodeclarar de uma forma específica.
A importância de reconhecer a Parditude é essencial para entender a complexidade das relações étnico-raciais no Brasil. Ela permite que as pessoas pardas afirmem sua identidade e lutem por seus direitos, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e justa. A Parditude, assim como a Negritude, é uma forma de resistência e afirmação cultural, mostrando que a diversidade é uma força e não uma fraqueza. Ao valorizar a Parditude, celebramos a riqueza da diversidade e promovemos a igualdade racial. Isso inclui a aceitação e o orgulho de suas origens múltiplas, bem como a luta contra o racismo e o apagamento histórico que muitas vezes enfrentam. Além disso, é uma forma de afirmar a cidadania e os direitos dos pardos na sociedade brasileira. Nessa perspectiva, é fundamental compreender que a Parditude não é separada da Negritude, Indigenitude e da Branquitude, pois compõe a essência daAfro-humanitude que mostra que a humanidade é uma só, mas com múltiplas expressões.
Lembrando que a AfroHumanitude propõe que todos os seres humanos pertencem a uma única espécie, o Homo sapiens, e que as diferenças entre nós são superficiais e não devem ser usadas para justificar discriminação ou hierarquias sociais. A ciência moderna, especialmente a genética, tem mostrado que a variação genética dentro de qualquer grupo racial é maior do que a variação entre grupos diferentes. Isso significa que as categorias raciais tradicionais não têm uma base biológica sólida.
Entretanto, as categorias raciais binárias, como “branco” e “negro”, foram historicamente usadas para classificar e hierarquizar pessoas com base em características físicas visíveis, como a cor da pele. Essas classificações foram amplamente utilizadas durante o colonialismo e a escravidão para justificar a exploração e a opressão de pessoas. No entanto, essas categorias são simplificações que não capturam a complexidade da diversidade humana. A aceitação da AfroHumanitude e a rejeição das categorias raciais binárias são passos importantes para reconhecer e valorizar a Parditude.
No entanto, é crucial continuar a refletir e agir sobre como a AfroHumanitude pode desempenhar um papel vital na valorização da Parditude e na promoção de uma sociedade mais inclusiva e equitativa, respeitando a diversidade e promovendo a inclusão.
O conceito de Afropassadismo aqui proposto é a Sankofa, que nos incentiva a olhar para nosso passado ancestral para reunir sabedoria e compreensão que podem nos ajudar a moldar nosso presente e futuro. Em essência: Afropassadismo se inicia em África na origem da humanidade e é a Sankofa, que enfatiza a importância de reconhecer e aprender com o nosso passado à medida que vivemos o nosso presente e navegamos em direção ao futuro. Tendo em conta que os fósseis de Homo Sapiens mais antigos foram encontrados em África, no rio Omo, na Etiópia. A África é amplamente reconhecida como o berço da humanidade. A história da nossa espécie, o Homo sapiens, se baseia nos vestígios deixados pelos nossos antepassados. É neste contexto que começa nosso Afropassadismo.
A Paleoantropologia, uma ramificação da Arqueologia que nos ensina sobre evolução das espécies pré-humanas, descobriu uma série de evidências fósseis que demonstra a origem africana da linhagem humana, também temos atualmente várias outras evidências que se complementam para detalhar mais essa nossa história, principalmente no que diz respeito à origem de nossa espécie e como ela povoou todos os continentes. A maioria dos cientistas concorda que há 150 mil anos a África Oriental estava povoada por sapiens. Assim, evidências de arqueologia, genética e linguística se somam aos dados de antropologia física (morfologia e paleoantropologia) para a reconstrução histórica dos nossos antepassados. Os cientistas também concordam que há cerca de 70 mil anos, sapiens da África Oriental se espalharam na península Arábica e de lá rapidamente tomaram o território da Eurásia.
Entendemos que Afropassadismo é a Sankofa: San (voltar, retornar), Ko (ir), Fa (olhar, buscar, pegar). É um símbolo poderoso da sabedoria que pode ser adquirida olhando para trás, para as nossas raízes, e usando esse conhecimento para seguir em frente. Sankofa é um conceito do povo Akan de Gana. A Sankofa está profundamente enraizado na filosofia e cultura africanas. Enfatiza a importância de aprender com o passado para obter progressos positivos no presente e no futuro. O símbolo da Sankofa é um pássaro que parece avançar enquanto olha para trás, significando a ideia de incorporar aspectos do passado ao presente para construir o futuro.
Nas sociedades africanas, o conhecimento, a história e a ciência são produzidos, experimentados e ensinados em comunidade. A relação entre tecnologia e ancestralidade é sobre transformação. A tecnologia ancestral refere-se ao estudo de técnicas, processos e meios pelos quais são promovidas transformações no mundo a partir de atividades já vivenciadas que nos ajudam a transformar as realidades atuais. Nesta perspectiva criamos a tecnologia ancestral: Ciclo Sankofa que está inserido na dimensão do tempo que olha para o Passado (Afropassadismo), ressignifica o presente (Afropresentismo) e cria o futuro desejado (Afrofuturismo).