Nota de solidariedade à pastora Odja Barros e sua família e de repúdio às ameaças de morte sofridas.
A Rede Afrokut enfatiza seu repúdio contra ameaças de morte sofridas pela pastora Odja Barros, da Igreja Batista do Pinheiro, Maceió em Alagoas. As ameaças contra a vida da pastora e teóloga Odja Barros e sua família ocorreram após a religiosa ter celebrado no dia 11 de dezembro de 2021 um casamento homoafetivo entre duas mulheres. O casamento ocorreu em um salão de festas de Maceió e foi uma das primeiras cerimônias realizadas no país entre pessoas do mesmo sexo por pastores batistas — a primeira que se tem notícias celebrada por uma mulher, que em muitas igrejas batistas sequer podem exercer a função de pastora.
Conforme o site g1, o pastor Wellington Santos, da Igreja Batista do Pinheiro e esposo de Odja Barros, a família toda está assustada com as ameaças.
Desde 2016 nós somos criticados pelo nosso trabalho junto às minorias, até campanha pessoal contra nós foi realizada. Mas quando isso toma essa proporção, de alguém ameaçar dar cinco tiros na cabeça da minha esposa, e cita que está monitorando minha família, nos dá a certeza que estamos vivendo uma barbárie. O debate deve acontecer no campo das ideias, quando as discordâncias viram ameaças de morte, é sinal disso”, relatou o pastor.
A Igreja Batista do Pinheiro é uma igreja acolhedora para todas as pessoas, pratica o cristianismo com respeito e apoio a todos os setores excluídos e oprimidos na sociedade, somando com os movimentos sociais na defesa dos direitos humanos. A Igreja Batista do Pinheiro tem sido um foco de resistência contra várias formas de injustiças, um exemplo notável foi a criação da Pastoral da Negritude, fundada por um grupo de pessoas comprometidas em despertar a comunidade evangélica para uma consciência negra, com a proposta de fazer uma releitura da bíblia na ótica étnico racial, resgatando a presença e a cultura africana na história bíblica. Também contribuir na inclusão social dos(as) afrodescendentes, na luta contra a discriminação racial, preconceitos, e xenofobia.
Portanto, manifestamos nossa incondicional solidariedade à pastora Odja Barros e a toda comunidade do Pinheiro e cobramos as autoridades do estado de Alagoas a identificação e punição dos covardes agressores, que se escondem com o vergonhoso véu do anonimato, respondam pelos seus atos.
Imagem: arquivo pessoal