Celebração criada nos anos 1960 nos Estados Unidos resgata vínculo entre comunidades da diáspora africana e suas origens.
Na agenda das festividades de fim de ano, destaca-se uma celebração que tem início no dia 26 de dezembro e só termina no primeiro dia do ano seguinte: a Kwanzaa.
Ao longo de uma semana, descendentes de países africanos se reúnem, principalmente nos Estados Unidos, para celebrar a cultura ancestral e discutir princípios como a união, o trabalho coletivo e a fé. Fazem refeições conjuntas, há danças e músicas africanas, trocas de presentes e uma cerimônia de velas.
A festa é baseada em tradições pré-coloniais de países como Egito e Etiópia, em especial associadas à colheita. Ela propõe uma recriação do vínculo entre as comunidades da diáspora africana e suas raízes. O nome Kwanzaa vem de “matunda ya kwanza”, que significa “primeiros frutos” em suaíli, língua falada por 50 milhões de pessoas no mundo.
No dia 26 de dezembro de 2017, o presidente norte-americano Donald Trump emitiu um comunicado oficial celebrando o início da festa. No mesmo ano, o Google fez a contagem das velas virtualmente, assim como fez com a festa judaica de Chanuká (lê-se “rá-nu-cá”).
Nos EUA, onde foi criada, a Kwanzaa foi bastante popular nas décadas de 1980 e 1990, com respaldo da mídia e do comércio norte-americano, onde eram facilmente encontrados cartões e objetos comemorativos. A canção “Happy Kwanzaa”, do cantor de soul Teddy Pendergrass, é um registro desse período. Ela faz parte do álbum “This Christmas I’d Rather Have Love”, de 1998.
Junto com Natal e o Chanuká, a Kwanzaa compunha a tríade dos feriados mais populares de fim de ano, embora não tenha nenhuma orientação religiosa específica. Há muitas famílias que celebram tanto os sete dias da Kwanzaa como outros eventos religiosos.
Recentemente, o número de participantes da Kwanzaa diminuiu nos Estados Unidos. Em entrevista à NPR (rádio pública americana) em 2012, o professor da Universidade Duke Mark Anthony Neal mencionou uma pesquisa que mostra que 2% dos norte-americanos afirmam celebrar a data. Ainda assim, o país é o lugar onde mais se comemora a festa, que foi difundida para outros lugares da diáspora africana, como Caribe, Colômbia e Brasil.
Por Laura Capelhuchnik – Via NEXO
Imagem: SOULCHRISTMAS