Principais Organizações do Movimento Negro Evangélico no Brasil

O Movimento Negro Evangélico no Brasil é composto por uma rede diversificada de organizações, grupos e coletivos que atuam em diferentes regiões do país. A atuação dessas organizações pode variar em termos de foco, abrangência e estratégias. É importante ressaltar que a dinâmica do movimento é fluida, com novas organizações surgindo e outras se consolidando ao longo do tempo.

O Movimento Negro Evangélico contemporâneo começa a se formar na década de 70 e 80, onde surgem pessoas e organizações com o propósito trabalhar a questão racial negra nas igrejas evangélicas. Em 1973 é criada a Comissão Nacional de Combate ao Racismo por iniciativa de um grupo de negros e negras metodistas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em 1985 a Igreja Metodista oficializa a Comissão Nacional de Combate ao Racismo e cria a Pastoral de Combate ao Racismo. Em seguida é criada a Comissão Ecumênica Nacional de Combate ao RacismoCENACORA, com varias igrejas históricas. Neste mesmo ano, o pastor Rubens dos Santos, cria a Comunidade Martin Luther King, em 1986 o pastor Rubens implanta a Igreja de Deus em Cristo no Brasil, a maior igreja pentecostal negra norte-americana. Nessa década surgem várias outras organizações: a Associação Evangélica Palmares (1987), o GEVANABGrupo Evangélico Afro Brasileiro (1988), o Coral de Resistência de Negros Evangélicos (1988), a Sociedade Cultural Missões Quilombo (1988), Capoeiristas de Cristo, Negros Evangélicos de Londrina, entre outros.

A partir dos anos 2000, o movimento começa a criar forma através do surgimento de organizações em diversos estados brasileiros, voltadas para a temática de combate às discriminações raciais dentro das igrejas evangélicas, tais como:

Grupo de Reflexão Teológica, Teólogos Negros, AGAR (Sociedade Teológica de Mulheres Negras),  Ministério de Combate ao Racismo da Igreja Metodista, o Grupo de Combate ao Racismo da Igreja Batista (Centenário, Duque de Caxias, Rio de Janeiro). Fórum das Mulheres Cristãs Negras de São Paulo, Projeto Palmares da Igreja Batista – SP, Negros Evangélicos do Rio de Janeiro, Ministério Azusa, ANNEB – Alianças de Negros e Negras Evangélicos do Brasil, Fórum de Lideranças Negras Evangélicas,  Fórum Afrodescendentes Evangélicos, Pastorais de Negritudes, entre outras.

Algumas dessas organizações se destacaram por sua atuação histórica e pela influência em suas comunidades, muitas delas hoje extintas.

Atualmente, o MNE está presente em 10 estados brasileiros, engajando as comunidades evangélicas em uma reflexão crítica sobre inclusão e justiça. Embora não exista uma organização jurídica centralizadora do MNE, o Movimento Negro Evangélico tem uma  Coordenação Nacional: o MNE Brasil.

Algumas das principais organizações do Movimento Negro Evangélico:

  • Rede Mulheres Negras Evangélicas: O MNE conta com a participação de mulheres negras evangélicas, a rede foi criada no 1º Encontro de Mulheres Negras Cristãs (EMNC) realizado em Agosto de 2018 pelo Movimento Negro Evangélico em Recife protagonizado pelo Comitê de Gênero e Direitos Humanos do MNE.
  • Cuxi Coletivo Negro Evangélico: a Cuxi é um movimento que luta por justiça e igualdade racial, unindo fé e igualdade. O coletivo promove diálogo e transformação, e tem como ações sociais: Leitura bíblica afrocentrada, Estética negra, Juventude negra, Educação laica.
  • Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil: a ANNEB é uma organização dedicada a promover o fortalecimento do movimento negro evangélico para comungar experiências, reflexões e propostas concretas visando à mobilização da igreja na contribuição de uma sociedade mais justa e igualitária.
  • Fórum de Negritude da Aliança de Batistas do Brasil: é um movimento atuante sobre questões relacionadas à negritude. A Aliança de Batistas do Brasil se compromete com a construção de uma sociedade justa, plural e democrática.
  • Coletivos e grupos de estudo: Existem diversos coletivos e grupos de estudo espalhados pelo país, que se reúnem para discutir temas relacionados à teologia negra, à identidade negra e à luta por justiça racial. São elas: Coletivo Reverendo Martin Luther King Jr.Coletivo Independente de Pessoas Negras da Igreja MetodistaColetivo NúbiasGrupo de Estudos Antirracista África BíblicaGT “Teologia e Negritude” da FTLPastoral de Negritude Igreja Batista do PinheiroPastoral da Negritude Rosa Parks, entre outros.
  • Afrokut: Uma das plataformas online mais conhecidas sobre o tema, o Afrokut oferece informações, artigos e debates sobre o Movimento Negro Evangélico, além de promover eventos e ações de conscientização.

Características comuns dessas organizações:

  • Foco na teologia negra: A maioria dessas organizações se baseia nos princípios da teologia negra, buscando uma interpretação da Bíblia a partir da experiência da pessoa negra.
  • Luta contra o racismo: A luta contra o racismo institucional e cultural é uma das principais bandeiras dessas organizações.
  • Promoção da identidade negra: Essas organizações trabalham para promover a valorização da identidade negra e da cultura afro-brasileira.
  • Articulação com outros movimentos sociais: O Movimento Negro Evangélico mantém estreitas relações com outros movimentos sociais, como o Movimento Negro e o Movimento Feminista.

Desafios e perspectivas:

  • Visibilidade: Apesar de sua importância, o Movimento Negro Evangélico ainda enfrenta desafios para conquistar maior visibilidade na sociedade brasileira.
  • Diversidade interna: O movimento é composto por pessoas com diferentes visões teológicas e políticas, o que pode gerar debates internos e divergências.
  • Articulação com as igrejas: Uma das grandes desafios é promover um diálogo mais profundo com as igrejas evangélicas, buscando transformar as práticas e as teologias predominantes.

As organizações do Movimento Negro Evangélico desempenham um papel fundamental na luta por justiça racial no Brasil. Ao unir fé e ativismo, elas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Do Afrokut

 

A teologia negra: um marco fundamental para o Movimento Negro Evangélico no Brasil

A Influência da Teologia Negra no Brasil

A teologia negra desempenhou um papel fundamental na formação e no desenvolvimento do Movimento Negro Evangélico no Brasil. Originária dos Estados Unidos, essa corrente teológica, que busca interpretar a Bíblia a partir da experiência da pessoa negra, encontrou um terreno fértil em nosso país, onde as questões raciais sempre foram cruciais.

Como a teologia negra influenciou o Brasil:

  • Conscientização e Empoderamento: A teologia negra proporcionou ferramentas teóricas e espirituais para que os negros brasileiros se conscientizassem da dimensão racial de suas opressões e se empoderassem para a luta por justiça social. Ela ofereceu uma nova leitura das Escrituras, destacando os aspectos que falam de libertação e de luta contra a opressão.
  • Críticas ao Racismo Institucional: A teologia negra contribuiu para uma crítica contundente ao racismo institucionalizado na sociedade brasileira, incluindo as igrejas. Ela denunciou as formas sutis e explícitas de discriminação racial, incentivando os evangélicos negros a se posicionarem contra essas práticas.
  • Valorização da Cultura Negra: Ao valorizar a experiência negra e sua cultura, a teologia negra contribuiu para o resgate da autoestima e da identidade dos negros brasileiros. Ela incentivou a valorização das tradições afro-brasileiras e a busca por uma expressão religiosa mais autêntica e contextualizada.
  • Articulação com a Luta Social: A teologia negra impulsionou a articulação do Movimento Negro Evangélico com outros movimentos sociais, como o Movimento Negro e o movimento estudantil. Ela fortaleceu a luta por direitos civis e justiça social, inspirando muitos ativistas a se engajarem nessa causa.
  • Formação de Lideranças: A teologia negra contribuiu para a formação de lideranças negras dentro das igrejas e nos movimentos sociais. Esses líderes, inspirados pelos princípios da teologia negra, passaram a ocupar espaços de decisão e a influenciar as políticas das igrejas e da sociedade em geral.

Exemplos de aplicação da teologia negra no Brasil:

  • Criação de grupos de estudo: Muitos grupos de estudo foram criados para aprofundar o estudo da teologia negra e discutir suas implicações para a realidade brasileira.
  • Desenvolvimento de projetos sociais: Diversos projetos sociais foram desenvolvidos por negras e negros evangélicos, visando promover a inclusão social e o desenvolvimento de comunidades empobrecidas.
  • Produção de materiais didáticos: Livros, artigos e outros materiais didáticos foram produzidos para difundir os princípios da teologia negra e facilitar o acesso a essa corrente teológica.
  • Organização de eventos: Conferências, seminários e encontros foram organizados para debater as questões raciais e a teologia negra, reunindo teólogos, pastores, ativistas e outros interessados no tema.

Em suma, a teologia negra foi um marco fundamental para o Movimento Negro Evangélico no Brasil, fornecendo um arcabouço teórico e espiritual para a luta contra o racismo e a promoção da justiça social. Ao valorizar a experiência negra e a cultura afro-brasileira, a teologia negra contribuiu para o empoderamento dos negros brasileiros e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Do Afrokut

A História do Movimento Negro Evangélico no Brasil

O Movimento Negro Evangélico no Brasil tem raízes profundas, entrelaçando fé, identidade e luta por justiça racial. Embora suas manifestações mais organizadas se concentrem nas últimas décadas, suas origens remontam ao período colonial.

Os Primórdios: Igrejas Negras e a Resistência

  • Século XIX: A primeira Igreja Protestante Brasileira, a Igreja do Divino Mestre, fundada por Agostinho José Pereira em 1841, o Lutero Negro, era predominantemente negra. Essa e outras iniciativas demonstravam a presença e a organização de negros evangélicos desde o início do protestantismo no país.
  • Resistência e Identidade: Essa igreja pioneira servia como espaço de resistência e afirmação da identidade negra, oferecendo um contraponto à hegemonia católica e às discriminações sofridas pela população negra.

A Década de 1970: Um Novo Impulso

  • Influência da Teologia Negra: A teologia negra, que emergiu nos Estados Unidos, inspirou muitos líderes religiosos negros no Brasil a refletir sobre a fé a partir da experiência da opressão racial.
  • Conscientização e Organização: A década de 1970 foi marcada por um crescente processo de conscientização racial e pela organização de movimentos sociais, e o pontapé inicial para o surgimento do Movimento Negro Evangélico contemporâneo.
  • Articulação com a Luta Social: Os evangélicos negros passaram a se articular com outros movimentos sociais, como o Movimento Negro e o movimento estudantil, fortalecendo a luta por direitos civis e justiça social.

Décadas de 1980 e 2000: A Consolidação do Movimento

  • Crescimento e Diversidade: Nas décadas seguintes, o movimento se consolidou, com a criação de diversas organizações e grupos de estudo. A diversidade de expressões religiosas e teológicas também se ampliou.
  • Questões Centrais: A luta contra o racismo institucional, a defesa de políticas públicas afirmativas e a valorização da cultura negra foram e continuam sendo questões centrais para o movimento.
  • Principais Organizações do Movimento Negro Evangélico no Brasil: A partir dos anos 2000, o movimento começa a criar forma através do surgimento de organizações em diversos estados brasileiros, voltadas para a temática de combate às discriminações raciais dentro das igrejas evangélicas.

Século XXI: Desafios e Avanços

  • Novos Desafios: O século XXI trouxe novos desafios, como o crescimento do conservadorismo religioso e a intensificação do debate sobre questões de gênero e sexualidade.
  • Articulação e Visibilidade: Apesar dos desafios, o movimento negro evangélico continua atuante, articulando-se com outros movimentos sociais e buscando maior visibilidade na sociedade brasileira.
  • Uma Força pela Justiça Racial: A luta por justiça racial permanece como uma das principais bandeiras do movimento, que busca transformar as realidades de desigualdade e discriminação que ainda persistem no país.

Legado e Importância

O Movimento Negro Evangélico tem um papel fundamental na história da luta antirracista no Brasil. Ao unir fé e ativismo, ele contribui para:

  • Democratizar as igrejas: Promove a discussão sobre raça e racismo dentro das igrejas, contribuindo para a democratização desses espaços.
  • Fortalecer a luta por justiça social: Articula a fé com a luta por justiça social, inspirando outras pessoas a se engajarem nessa causa.
  • Diversificar o movimento negro: Amplia a luta antirracista, incluindo um público que antes era pouco representado.

Em síntese, a história do Movimento Negro Evangélico no Brasil é marcada por resistência, organização e luta por justiça racial. Desde suas origens até os dias atuais, esse movimento tem sido fundamental para a construção de um Brasil mais justo e igualitário.

Do Afrokut

O Movimento Negro Evangélico: Uma Força pela Justiça Racial

O Movimento Negro Evangélico é uma importante expressão da luta antirracista no Brasil, que busca conciliar a fé cristã com a identidade negra. Esse movimento, que se desenvolve desde os anos 1970, reúne pessoas negras que se identificam com o protestantismo evangélico e que atuam para combater o racismo dentro e fora das igrejas.

Principais Objetivos:

  • Combater o racismo institucional e cultural: O movimento busca denunciar e combater as diversas formas de discriminação racial presentes na sociedade, inclusive dentro das próprias igrejas.
  • Promover a igualdade racial: Defende políticas públicas e ações afirmativas que garantam a igualdade de oportunidades para pessoas negras.
  • Valorizar a cultura negra: Promove a valorização da cultura negra dentro das igrejas e na sociedade em geral, buscando resgatar a história e as tradições afro-brasileiras.
  • Conscientizar sobre a teologia negra: Difunde a teologia negra, que busca interpretar a Bíblia a partir da experiência da pessoa negra, enfatizando a libertação e a justiça social.

Influências e Desafios:

  • Teologia Negra: um marco fundamental para o Movimento Negro Evangélico no Brasil. A teologia negra, desenvolvida por teólogos negros nos Estados Unidos, exerceu grande influência sobre o movimento no Brasil, inspirando a luta pela libertação e a justiça social.
  • Luta pelos direitos civis: A luta pelos direitos civis nos Estados Unidos, liderada por Martin Luther King Jr., também foi uma importante referência para o movimento negro evangélico brasileiro.
  • Desafios internos: O movimento enfrenta desafios internos, como o conservadorismo de algumas igrejas e a resistência à discussão sobre raça e racismo.
  • Desafios externos: O movimento também enfrenta desafios externos, como o racismo estrutural e a desvalorização da cultura negra.

Importância:

O Movimento Negro Evangélico é fundamental para a luta antirracista no Brasil, pois contribui para:

  • Diversificar o movimento negro: Amplia a luta antirracista, incluindo um público que antes era pouco representado.
  • Democratizar as igrejas: Promove a discussão sobre raça e racismo dentro das igrejas, contribuindo para a democratização desses espaços.
  • Fortalecer a luta por justiça social: Articula a fé com a luta por justiça social, inspirando outras pessoas a se engajarem nessa causa.

Portanto, o Movimento Negro Evangélico é uma força importante na luta por um Brasil mais justo e igualitário. Ao unir fé e ativismo, esse movimento contribui para a construção de uma sociedade livre de racismo e discriminação.

Do Afrokut

Porque a inteligencia artificial é racista?

Computadores não se tornam racistas por conta própria. Eles precisam aprender isso de nós.

Durante anos, a vanguarda da ciência da computação tem trabalhado no aprendizado de máquina, geralmente fazendo com que os programas aprendam de maneira semelhante aos humanos – observando o mundo (ou pelo menos o mundo que mostramos) e identificando padrões. Enquanto isso, os cientistas da computação enfrentam um desafio desconhecido: seu trabalho necessariamente olha para o futuro, mas ao abraçar as máquinas que aprendem, elas se vêem amarradas aos nossos velhos problemas do passado. A IA, embora inicialmente neutra, é influenciada por dados que contêm discriminação por seres humanos e está simplesmente refletindo a sociedade humana, essencialmente refletindo preconceitos e ódios humanos.

As máquinas aprendem a linguagem engolindo e digerindo corpos enormes de toda a escrita disponível que existe online. O que isto significa é que as vozes que dominaram o mundo da literatura e da publicação durante séculos – as vozes dos homens ocidentais brancos – são fossilizadas nos padrões linguísticos dos instrumentos que influenciam o nosso mundo hoje, juntamente com as suposições que os homens tinham sobre pessoas que eram diferentes deles. Isso não significa que os robôs sejam racistas: significa que as pessoas são racistas e estamos criando robôs para refletir nossos próprios preconceitos.

Os dados que alimentamos as máquinas refletem a história de nossa própria sociedade desigual, estamos, na verdade, pedindo ao programa que aprenda nossos próprios preconceitos e racismo.  As máquinas só podem trabalhar a partir das informações que lhes são dadas, geralmente pelos homens brancos e heterossexuais que dominam os campos da tecnologia e da robótica.

Continua:  Os principais desafios para criar inteligência artificial sem racismo

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial

ALBERT EINSTEIN é reverenciado pelo seu intelecto científico, que lançou as bases para a física quântica. Suas opiniões sobre raça, política e guerra também foram incrivelmente progressivas para o seu tempo. Einstein era um anti racista apaixonado e comprometido. Esta faceta da vida de Einstein foi praticamente ignorada pela mídia, de acordo com o livro intitulado Einstein on Race and Racism de Fred Jerome e Roger Taylor, o cientista era um ativista no combate ao racismo e a segregação. Einstein estava profundamente consciente das semelhanças entre a segregação americana e o tratamento dos judeus na Alemanha. Nos últimos 20 anos de sua vida, Einstein se envolveu significativamente em atividades de promoção da justiça racial. Aqui estão 10 fatos que mostram a paixão de Albert Einstein pela justiça racial:

1. Einstein apoiou uma campanha para defender jovens negros que foram falsamente acusados;

Sua aliança com a situação dos afro-americanos começou antes mesmo de chegar ao EUA. Em 1931, Einstein enfrentava a ameaça do regime nazista na Alemanha. Ele lia uma história sobre alguns jovens nos Estados Unidos, cujas vidas também estavam em perigo. Os jovens eram os meninos de Scottsboro, um grupo de adolescentes negros que foram injustamente acusados de estuprar duas mulheres brancas. Einstein juntou-se ao polêmico comitê Theodore Dreiser para fazer campanha pela justiça para os jovens.

2. Einstein convidou uma cantora, vitima de racismo, para ficar em sua casa;

Quando o Nassau Inn de Princeton se recusou alugar um quarto para a estrela de ópera, Marian Anderson, devido à sua cor da pele, Einstein convidou a cantora para ficar em sua casa. Sua amizade durou desde 1937 até sua morte em 1955, e a estrela hospedava-se na casa de Einsteins sempre que visitava Princeton.

3. Einstein chamou o racismo de “uma doença de pessoas brancas”;

Em 1946, Einstein deu um discurso raro na Lincoln University, na Pensilvânia, uma universidade historicamente negra(foto acima), onde também aceitou um diploma honorário e louvou por sua lealdade ao movimento dos Direitos Civis. A presença foi significativa porque Einstein tinha o hábito de recusar todas as solicitações para falar nas universidades. Durante seu discurso, ele atestava que o racismo era uma doença de pessoas brancas:

“Minha viagem a esta instituição foi em favor de uma causa que vale a pena”, disse Einstein em seu discurso em Lincoln. “Há uma separação de pessoas negras de pessoas brancas nos Estados Unidos. Essa separação não é uma doença de pessoas negras. É uma doença de pessoas brancas. Eu não pretendo ficar quieto sobre isso”.

4. Einstein era um amigo e apoiante do ator e cantor afro-americano Paul Robeson;

Paul Robeson estava sendo perseguido por causa de seu trabalho em direitos civis. Os dois trabalharam juntos em 1946 em uma campanha de petição anti-linchamento. Em 1952, quando a carreira de Robeson tinha terminado por causa da perseguição, Einstein convidou Robeson para Princeton onde trabalharam juntos para defender a justiça racial.

5 – Einstein foi co-presidente de uma organização dedicado a eliminar o linchamento nos Estados Unidos;

A aliança de Einstein com a comunidade negra foi reforçada quando se juntou à NAACP e à American Crusade Against Lynching (ACAL), uma organização fundada pelo ator e cantor ativista Paul Robeson. Einstein foi especialmente apaixonado por promover legislação anti-linchamento e, eventualmente, se tornar co-presidente da ACAL.

6 – Einstein apoiou a NAACP e seu amigo Du Bois;

Durante décadas, Einstein ofereceu incentivo público à Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP) e seu fundador, WEB Du Bois. E em 1951, quando o governo federal indiciou Du Bois, de 83 anos, como “agente estrangeiro”, Einstein ofereceu-se para comparecer como testemunha durante o julgamento. A iniciativa de Einstein fez o juiz abandonar o caso.

7 – Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais;

Einstein aceitou um convite do co-fundador da NAACPWEB Du Bois, para enviar um artigo à sua revista The Crisis. Em seu artigo, Einstein aplaudiu os esforços dos negros americanos para lutar contra injustiças raciais e incentivou-os a não deixar o racismo manchar sua auto-estima.

8 – Einstein ficou consternado com a segregação nos Estados Unidos;

Em 1933, Einstein fugiu da Alemanha e começou a trabalhar no recém-fundado Insitute For Advanced Study em PrincetonNova Jersey. Enquanto vivia em Princeton, Einstein ficou consternado com a segregação que dividia a cidade universitária. Como Fred Jerome e Rodger Taylor escreveram em seu livro, Einstein on Race and Racism: “Einstein percebeu que os afro-americanos em Princeton eram tratados como os judeus na Alemanha”.

9 – Einstein tinha amizades profundas com afro-americanos;

Uma das maneiras pelas quais Einstein foi capaz de ser aliado do movimento dos Direitos Civis foi formando amizades profundas com afro-americanos. Jerome e Taylor entrevistaram os antigos residentes de Princeton que recordam o quão envolvido Einstein se tornou na comunidade afro-americana. Eles se lembram de vê-lo vagando pelas ruas segregadas, conversando com seus vizinhos negros e distribuindo doces para crianças.

10 – Einstein foi criticado por outros físicos e colocado sob vigilância pelo FBI.

O trabalho de justiça racial de Einstein aprofundava sua amizade com pessoas negras, e isso incomodava muita gente. O físico Paul Ehrenfesst, amigo íntimo de Einstein, pediu-lhe que permanecesse em silêncio sobre questões fora do domínio científico; Robert Millikan, físico americano e vencedor do Prêmio Nobel, criticou Einstein pelo apoio dos jovens no caso Scottsboro; Henry Fordrepublicou vários ensaios alemães que criticava Einstein. O diretor do FBIJ Edgar Hoover, colocou Einstein sob vigilância.

Nenhum desses esforços conseguiu diminuir a paixão de Einstein pela justiça racialAlbert Einstein, o físico, continuou a usar seu status de celebridade para falar pelo que sabia que era certo até o momento de sua morte em 1955.

Por Hernani Francisco da Silva – Ativista Quântico Negro – Do Afrokut

Crédito da imagem de Albert Einstein e estudantes da Lincoln University: Coleção de fotografia de John W. Mosley, coleção afro-americana Charles L. BlocksonBibliotecas da Universidade de Temple, Filadélfia, PA.

Referências:

livro “Einstein on Race and Racism” http://www.einsteinonrace.com/preface.htm

https://www.livescience.com/50051-albert-einstein-civil-rights.html

http://thewisdomdaily.com/the-little-known-history-of-how-einstein-used-his-status-to-fight-racism/

A África é aqui!

Igreja, a negra e o negro que está dentro do seu templo, no seu bairro, na sua cidade, no seu estado e no seu país é a sua África. E defender os seus direitos, segundo o Evangelho, essa é a sua grande missão!

“O Brasil é o segundo país mais negro do mundo. Só perde para a Nigéria, nação mais populosa da África”.

Uma igreja que diz ter o chamado missionário para pregar o reino de Deus em África, mas que não se preocupa com as questões étnico-raciais do seu próprio país, onde as negras e os negros são mais da metade da população e nem tão pouco se envolve no combate as injustiças raciais que os oprime, a saber, o racismo, o preconceito, a discriminação, as desigualdades e genocídio da juventude negra, essa igreja certamente está equivocada quanto ao seu chamado e do lado errado da justiça.

Não faz nenhum sentido, uma igreja dizer que ama a África, mas não se preocupa com milhares de jovens negros que estão morrendo ao lado do seu templo. Não faz nenhum sentido uma igreja que diz que ama a África, mas discrimina as mulheres negras dentro do seu templo.

Não faz nenhum sentido, uma igreja que diz amar a África, mas que não ama os africanos e os chamam de um povo amaldiçoado. Não faz nenhum sentido, alguém dizer que ama a África, mas não ama o seu povo, antes o trata com intolerância, não respeita a sua religião, demoniza a sua cultura, as suas vestes e os seus cabelos.

Não faz nenhum sentido, uma igreja que diz amar a África, mas que não estende a mão aos imigrantes haitianos e africanos que sofrem o racismo e a xenofobia, em nosso país.

Eu desconfio de uma igreja que quer fazer missão em África, quando ela não se importa com a dor sofrida pelos filhos da África, a saber, as negras e os negros, com os quais ela convive no seu dia a dia.

A quem esta igreja representa? Qual seu objetivo em ir para a África, quando não assiste as filhas e os filhos dela que estão aqui? Porque o reino de Deus é JUSTIÇA, PAZ e ALEGRIA no Espírito Santo. A justiça sempre foi parte integrante do evangelho do nosso Mestre e não apenas uma metáfora ou um conceito moderno. Essa igreja precisa urgente rever a sua teologia, assim como, as suas motivações e suas práticas.

Por Luiz de Jesus

10 artistas que já sofreram racismo

O racismo existe em todo o Brasil e mundo, é uma realidade que está nas relações de todas as classes, ele não poupam pessoas negras ricas nem pobres, famosos ou celebridades. Todas as pessoas negras tem uma historia de racismo para contar.  O racismo é um mal que precisa sair das pessoas, é perverso é CRIME.  Conheça o depoimento de 10  artistas que já sofreram racismo:

O cantor Thiaguinho foi vítima de preconceito em um restaurante

Em 2012, o cantor Thiaguinho foi vítima de preconceito em um restaurante. “Fui almoçar num restaurante de shorts, camiseta e chinelo. Quando o manobrista trouxe o meu carro e eu fui entrar, ele colocou a mão na frente. Não achou que aquele carro pudesse ser o meu e perguntou: ‘Você é o dono?’ Tem um preconceito velado quando alguém vê um negro com um carrão. Logo perguntam: ‘É jogador ou pagodeiro?’. Ou seja, no Brasil o negro só pode ter dinheiro se tiver uma dessas duas profissões. E vivem me perguntando se sou jogador”, contou ele ao site ‘Ego’.

Adriana Bombom, revela que já sofreu muito preconceito pelo fato de ser negra

“No começo da carreira eu fui muito discriminada, pelo fato de ser mulata grande e bunduda, mas não era só um preconceito profissional não, por não ter o perfil… Os bookers da época falava que eu tava mais para Sargentele, do que para modelo. Não tinha muitos negros nas agências na época e sempre existiu uma panela muito grande. Sem falar que existia a queridinha dos bookers e eu sempre ficava na geladeira”, contou ao site ‘O Fuxico’ a dançarina Adriana Bombom, revelando que já sofreu muito preconceito pelo fato de ser negra.

Taís Araújo: eu sofro muito

Taís Araújo é hoje uma atriz consagrada. Mas, em 2004, quando interpretava a Preta de ‘Da Cor do Pecado’, a atriz, que na época namorava um rapaz branco, desabafou sobre o preconceito ao site ‘Vírgula’: “Eu sofro muito. Qual negro que não sofre com preconceito nesse país?! Meu namorado é branco, e ele fala que não é bem assim, que não há tanto preconceito. Só que eu digo pra ele: Se um dia eu tiver um filho com você, o nosso filho vai ser negro. E aí sim você vai sentir na pele esse preconceito. Só sentindo na pele pra saber. Dizem que, hoje em dia, está melhor, diminuiu bastante o preconceito. Porém, o dia que você nascer negro, ter um filho negro, vai saber como é. É duro, mas estamos aí, batalhando, na luta”, disse ela.

Gloria Maria, foi barrada na porta de um hotel de luxo no Rio de Janeiro

A primeira repórter negra da TV brasileira,Gloria Maria, foi barrada na porta de um hotel de luxo no Rio de Janeiro, no começo de sua carreira. “Fui a primeira repórter negra da televisão. A primeira a apresentar o jornal das sete, a primeira no comando do ‘Fantástico’… Mas tive que enfrentar muitas barreiras e obstáculos para conseguir as coisas. Tudo é mais difícil para um negro. Você tem que provar 100 vezes que você é o melhor. É cansativo, duro, doloroso. Se você não tiver uma força extraordinária, não consegue passar por isso. Mas eu vim ao mundo para lutar. Sou uma guerreira!”, contou a jornalista ao ‘Ego’.

Lázaro Ramos revelou que sofreu bastante com o preconceito

Em entrevista à Marília Gabriela, o ator Lázaro Ramos revelou que sofreu bastante com o preconceito antes de virar um ator famoso. “Sofri diversas vezes. Algumas delas de uma maneira mais explícita e outras de uma maneira que entendi depois. Por exemplo, eu tive a minha primeira namorada aos 17 anos, eu sempre fui o melhor amigo. Eu estudava em colégios particulares que tinham, em sua maioria, pessoas brancas, e eu tinha muita dificuldade em me relacionar”, contou ele.

Thalma de Freitas chegou a ser levada a uma delegacia por ‘engano’

A atriz Thalma de Freitas chegou a ser levada a uma delegacia por ‘engano’ depois de ser abordada saindo da casa de uma amiga. “Fui parada numa dura, saindo da casa da minha amiga Dani no Vidigal. Revistaram minha bolsa, não acharam nada e me trouxeram para a delegacia”, contou ela ao site ‘Quem Online’. Os policiais do caso foram autuados por abuso de autoridade.

Seu Jorge foi muito discriminado durante a temporada que passou na Itália

O cantor e ator Seu Jorge revelou que foi muito discriminado durante a temporada que passou na Itália para filmar o longa ‘A Vida Marinha com Steve Zissou’. “Não volto lá nunca mais. O italiano é racista. Eles têm sérios resquícios da colonização que sofreram: não aprenderam a lidar com outras etnias. Me maltrataram muito. Lá, percebi que, por ser negro, não era brasileiro, era da África, da Somália. No Brasil, isso também é forte ainda, viu?”, contou ele ao jornal ‘Extra’.

Preta Gil irei até o fim contra esse deputado, racista

Em março de 2011, em entrevista ao programa “CQC”, da TV Bandeirantes, o deputado Bolsonaro respondeu que não discutiria “promiscuidade” ao ser questionado por Preta Gil sobre como reagiria caso o filho namorasse uma mulher negra. “Advogado acionado, sou uma mulher negra, forte e irei até o fim contra esse deputado, racista, homofóbico, nojento”, escreveu a cantora no Twitter após a resposta do parlamentar. Sobre o caso do jogador Daniel Alves, Preta desabafou no Facebook: “Fiquei orgulhosa com a atitude do Daniel Alves, ele deu uma banana para o preconceito e mostrou que de macaco não tem nada. Ele foi muito humano. Estou vendo o movimento da banana e respeito quem aderiu, pois, tenho certeza que foi de coração. Mas não sou macaca, eu tenho minha própria opinião, sou negra com muito orgulho! Racismo é crime, cadeia neles!”.

Gaby Amarantos rolou uma parada meio de racismo

“Quando era garota, queria fazer balé e tinha uma escola muito tradicional de balé. A minha mãe foi até lá para tentar me inscrever e rolou uma parada meio de racismo. Não pude participar. Fiquei meio frustrada com isso e triste porque queria muito ser dançarina. Não permitiram que eu me matriculasse por ser negra. Era uma escola mais elitizada e a minha mãe, na inocência, pensou: ‘A minha filha quer e vou lá perguntar como é’. Eu estava junto e fiquei meio frustrada com a dança por causa do preconceito. Era garotinha, tinha uns 4 ou 5 anos. Mas se tivesse me dedicado desde cedo talvez tivesse até um corpo diferente porque também queria fazer ginástica olímpica. Talvez fosse mais preparada para a dança. Depois disso não quis fazer mais nada ligado a dança. Fiquei com aquele trauma”, contou a cantora Gaby Amarantos à revista ‘Raça’.

Jonathan Azevedo foi abordado pelo segurança

O ator Jonathan Azevedo também já sofreu com racismo. Quando estava com a namorada em um shopping do Rio de Janeiro, o ator deixou a garota na fila do cinema para atender ao telefone. Quando voltou, Jonathan foi abordado pelo segurança: “Ele disse que não era para eu pedir dinheiro para a moça. Na hora pedi para ela ficar calma e conversei com ele. Expliquei a situação com educação”, contou o ator ao ‘Diário Grande ABC’.

Informações e imagens do Yahoo.

Do  Afrokut

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10 frases com imagens para a Consciência Negra

A rede Afrokut preparou também 10 frases e imagens com temas da Consciência Negra para você postar no Facebook e compartilhar conteúdo em comemoração ao Mês da Consciência Negra. Confira as frases e imagens e compartilhe:

1 – O Poeta da Consciência Negra

2 – Alcançando a Humanitude

3 – Palmares abrigo de Todos e Todas

4 – Vamos comemorar o ano inteiro

5 – Força, Resistência e Sabedoria

6 – Pela libertação do povo negro no Brasil

7 – Abdias do Nascimento disse

8 – Defendendo seu Povo e Comunidade

9 – Contrapuseram-se  ante às tentativas de aniquilamento de seus valores Africanos

10 – Zumbi: Baluarte da luta negra contra a escravidão

Do Afrokut


Consciência Negra