O trabalho gráfico da Ubisoft no game Assassin’s Creed: Origins foi extraordinário. Veja aqui: 12 imagens do Kemet perfeitamente recriadas. Um exemplo notável da busca pela autenticidade para recriar o ambiente perfeito sobre uma civilização que tanto marcou a história da humanidade. Assassin’s Creed: Origins, apesar de não ser um retrato totalmente preciso do Kemet (antigo Egito), é autêntico. O enredo detalha o período histórico real da época, em que os romanos dominava o Egito, pouco tempo depois da ascensão de Cleópatra. A Ubisoft buscou recriar o Kemet (Egito Antigo), usando materiais originais, hieróglifos e contribuições de egiptólogos, historiadores e linguistas. Assassin’s Creed: Origins, como o próprio nome diz, se propõe a contar a criação da irmandade dos Assassinos, a Sociedade Secreta do qual fazem parte todos os protagonistas da série até hoje. A Ordem dos Assassinos que tem sua origem no Kemet (Antigo Egito).
Embora tecnicamente o game seja fantástico, o cenário histórico escolhido para o jogo é muito estereotipado. A imagem do Egito antigo que impera não é diferente da imagem que os europeus (desde os gregos e romanos) tinham de si mesmos. O Egito antigo que temos no senso comum do ocidente contemporâneo é tão artificial que um jogador do Assassin’s Creed: Origins, além do entretenimento, só consegue ver: um Egito cheio de intriga e traição, com suas Múmias, Tumbas, Anúbis, Pirâmides, Tutancâmon, Ramsés II e Cleópatra. Teria sido historicamente justo, menos estereotipado e mais educativo, definir o jogo durante o período pré-dinástico, ou um dos “períodos intermediários” do Kemet (Egito antigo) triunfando sobre seus opressores. Reinando sobre o mundo e florescendo no auge de seu império, tanto nos estágios militares quanto artísticos e tecnológicos. O Assassin’s Creed no Egito foi uma ótima oportunidade para Ubisoft fazer seu protagonista africano (não fez). Nas series do Assassin’s Creed tivemos duas pessoas negras como protagonistas, Aveline e Adéwalé.
Nos aspectos multiculturais para a criação de Assassin’s Creed: Origins, à Ubisoft estudou a demografia do Egito na época, o jogo se passa no Egito que era província romana (nos últimos suspiros do Kemet), um período histórico que cobre cerca de 100 anos antes de Cristo, difícil para balancear diversas representações com autenticidade histórica. Segundo a Ubisoft o cenário foi composto de personagens com origens árabes, hebraicas e africanas.
Enfim, o mundo aberto desse jogo é uma bela recriação realista do Egito clássico. É grande, detalhado e muito bem feito. Surpreendentemente, à Ubisoft lançou um modo que transforma a recriação do Egito antigo em um museu aberto: o modo Discovery Tour, que permiti aos jogadores viajar pelo ambiente por visitas guiadas escritas por historiadores e egiptólogos. De Alexandria a Memphis, do Delta do Nilo ao Grande Mar de Areia, do planalto Giza ao Oasis Faiyum, do Sinai ao Vale dos Reis, ou fazer os 75 passeios temáticos criados pelas equipes de desenvolvimento da Ubisoft em colaboração com especialistas em história e egiptólogos.
Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut
Imagem: Ubisoft