Movimento Negro Evangélico, letramento racial e educação antirracista

A tríade Movimento Negro Evangélico, Letramento Racial e Educação Antirracista são a base conceitual para o mapeamento e análise dos dados levantados sobre o MNE, o entendimento aqui é que essa tríade venha trabalhar sob uma base conceitual e epistemológica contemporânea intrinsecamente ligada ao campo dos estudos em educação, que, segundo Brandão (1985) em seu livro O que é Educação, nos dois primeiros capítulos, faz a reflexão de que todos vivemos em situações que envolvem aprendizagens, sendo: na rua, no lar, na tribo, enfim na vida social. (aqui a reflexão é de que, a igreja ou qualquer espaço religioso, constitui-se de relações interpessoais interativas, portanto, espaços de aprendizagens e educação).

A princípio estes são os referenciais teóricos preliminares que dão norte a este trabalho: Kleiman (2010), Soares, Rojo (1998), Caldeira (2023), Gomes (2022), Hall (2003), Bauman (1997) e Gohn (2012) que apresentam reflexões relevantes para a compreensão do objeto de estudo compõem o corpus teórico de discussão deste estudo.

Para Oliveira (2021), O Movimento Negro Evangélico pode ser compreendido, não como uma entidade completamente consolidada, mas em construção, formado pelo conjunto das ações produzidas por coletivos evangélicos negros com o objetivo de enfrentar o racismo tanto nas igrejas quanto na sociedade. Pode-se falar em Movimento Negro evangélico (MNE), por um lado, na medida em que se tem como referencial um conjunto de ações produzidas por grupos consolidados ou em construção, cujos agentes são pessoas que se autoclassificam como “evangélicas” e negras (pretas ou pardas, de acordo com a nomenclatura adotada pelo IBGE). Por outro, deve-se considerar que, em geral, os destinatários dessas atividades são também pessoas negras que participam de alguma igreja classificada como “evangélica”. O combate ao racismo no interior das igrejas, em particular, e na sociedade em geral, pode ser tomado como o elemento central a partir do qual se organizam as diversas iniciativas com temática racial empreendidas por esses grupos. (FERREIRA, 2021,170)

A reconstrução da história do Movimento Negro Evangélico é uma tarefa complexa, Oliveira (2021) a difícil tarefa de mapear a trajetória do MNE reside no fato de este ser um movimento em construção, mesmo tendo os seus agentes se movendo no segmento evangélico há décadas.

O que se entende como MNE, na verdade é um conjunto de ações de coletivos consolidados ou em construção (o que classifico como negros evangélicos em movimento). O MNE é composto por várias organizações que lutam em defesa de uma leitura e uma hermenêutica afro centrada da Bíblia, das ações afirmativas, da igualdade racial e do combate ao racismo e seus desdobramentos.

Segundo Silva (2011), o MNE é como uma rede que interconecta os atores, instituições e ações como, a título de exemplo, a Sociedade Cultural Missão Quilombo, fundada em 1991, que tem como foco principal das suas ações, modificar a visão que as igrejas têm da cultura negra, Silva (2011) dessa forma, provocar o enfrentamento ao racismo no seu interior.

Texto extraído do artigo acadêmico: EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA E LETRAMENTO RACIAL: AS PROPOSTAS E AÇÕESDO MOVIMENTO NEGRO EVANGÉLICO
Magno Santana da Silva – UNEB – Universidade do Estado da Bahia. ANPEd – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação.

AfroHumanitude na Promoção do Letramento Racial

Reconhecendo a África como o berço da humanidade e o conceito de Ubuntu (Humanitude), que liga todos os seres humanos, a AfroHumanitude enfatiza que as diferenças entre nós são superficiais e não devem ser usadas para justificar discriminação ou hierarquias sociais. A AfroHumanitude tem o potencial de enriquecer e transformar o debate racial no Brasil e no mundo.  A  AfroHumanitude propõe um entendimento mais inclusivo e holístico das diferenças humanas. A ideia de que a África é o berço da humanidade e que o conceito de Ubuntu conecta todos os seres humanos é poderosa e inspiradora.

Assista ao vídeo completo aqui:

No vídeo, exploramos a inovadora proposta da AfroHumanitude, que vai além das tradicionais dicotomias raciais. Vamos entender como esse conceito unificado e inclusivo reconhece que todos pertencemos à mesma espécie, Homo sapiens, e celebra a diversidade humana em suas múltiplas expressões:   NegritudeIndigenitude,  BranquitudeParditude.

O Que é Letramento Racial?

O letramento racial é um processo de conscientização e educação que visa capacitar as pessoas a entenderem e combaterem o racismo. É uma forma de responder às tensões raciais de forma individual e de reeducar as pessoas em uma perspectiva antirracista.

Do Afrokut

 

AfroHumanitude: Uma Ferramenta Poderosa na Promoção do Letramento Racial

A AfroHumanitude é uma proposta inovadora que busca ir além das dicotomias raciais tradicionais, promovendo uma visão unificada e inclusiva da humanidade. Ao reconhecer que todas as pessoas pertencem a uma única espécie, o Homo sapiens, e que nossas diferenças são superficiais, a AfroHumanitude se posiciona como uma ferramenta poderosa na promoção do letramento racial. Este conceito não apenas reconhece a diversidade humana, mas também celebra suas múltiplas expressões, como a Negritude, Indigenitude, Branquitude e Parditude.

O letramento racial é um conjunto de práticas e ensinamentos que visam conscientizar as pessoas sobre a estrutura e o funcionamento do racismo na sociedade. O objetivo é tornar os indivíduos capazes de reconhecer, criticar e combater atitudes racistas em seu cotidiano. Esse processo envolve a desconstrução de formas de pensar e agir que foram naturalizadas socialmente, promovendo uma perspectiva antirracista. Em outras palavras, é sobre aprender a identificar e desafiar os privilégios e desigualdades raciais que existem em nossa sociedade.

A AfroHumanitude, com sua visão inclusiva e holística da humanidade, tem um grande potencial para trabalhar o letramento racial de forma efetiva e significativa. Aqui estão algumas maneiras de como isso poderia ser implementado:

  • Promover espaços de diálogo onde diferentes humanitudes possam compartilhar suas experiências e visões é fundamental para o letramento racial. Esses espaços de conversação permitem a aprendizagem mútua e a empatia, essencial para a construção de relações sociais mais saudáveis e justas. A reflexão sobre as próprias atitudes e crenças em relação às diferentes “raças” (entre aspas, para denotar o seu caráter de construção social) é um passo crucial para a mudança pessoal e social.
  • A integração da AfroHumanitude nos currículos escolares e programas de formação continuada para educadores é essencial para promover o letramento racial. Ao abordar a história e as contribuições de todas as humanitudes de forma equitativa, as instituições de ensino podem criar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e respeitoso. Isso ajuda a desconstruir estereótipos e preconceitos, proporcionando uma compreensão mais profunda e ampla da diversidade humana.
  • Celebrar as diversas culturas e identidades nas comunidades escolares e nos espaços públicos é uma maneira eficaz de promover a AfroHumanitude. Reconhecer e valorizar as contribuições únicas de cada grupo ajuda a construir uma sociedade mais inclusiva, onde todos se sentem vistos, ouvidos e valorizados. Eventos culturais, feiras temáticas e semanas de conscientização são exemplos práticos de como isso pode ser implementado.
  • Desenvolver políticas e práticas pedagógicas que combatam o racismo e promovam a igualdade racial é fundamental. A formação de alianças entre diferentes comunidades para enfrentar conjuntamente o racismo e outras formas de discriminação promove uma solidariedade baseada no respeito e na equidade. A AfroHumanitude incentiva essas alianças, reforçando a ideia de que a luta contra o racismo é uma responsabilidade coletiva.
  • Utilizar materiais didáticos que representem a diversidade humana em todas as suas formas é crucial para o letramento racial. Evitar estereótipos e promover narrativas positivas e inclusivas ajuda a construir uma visão mais equilibrada e justa da sociedade. Essa abordagem não só enriquece o processo educativo, mas também prepara os alunos para serem cidadãos mais conscientes e empáticos.

A AfroHumanitude, com sua perspectiva interseccional, oferece uma abordagem poderosa para a promoção do letramento racial. Ao reconhecer a unidade da espécie humana e celebrar suas múltiplas expressões, a AfroHumanitude promove a desconstrução de hierarquias sociais e a valorização da diversidade. Implementar essa visão nas práticas educacionais e sociais pode gerar um impacto profundo e duradouro, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e unida. Inspirados pelo conceito de Ubuntu, podemos avançar juntos na luta contra o racismo e na promoção da dignidade humana para todas as pessoas.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

5 práticas para uma Educação Antirracista com Equidade

Para uma Educação Antirracista acontecer o trabalho fora e dentro da sala de aula precisa ser contínuo e baseado na EQUIDADE. Mas o que é equidade e como basear os momentos de aprendizagem a partir desse viés?

Relembrando o conceito, equidade significa “dar às pessoas o que elas precisam para que todos tenham acesso às mesmas oportunidades.” Ou seja, é sobre reconhecer que os alunos não são todos iguais e que é preciso ajustar esse “desequilíbrio”, adaptando às necessidades à realidade de cada um.

Pensando em levar essa discussão tão importante adiante, a Nova Escola preparou uma lista com 5 conteúdos que propõem atividades para trazer mais equidade ao ambiente escolar. Confira!

  1. Feira de Ciências antirracista: inovações e saberes negros e indígenas [Clique Aqui]

  2. Etnomatemática para valorizar culturas e diversificar as aulas [Clique Aqui]

  3. Abolição da Escravatura: baixe jogo para usar na sala de aula[Clique Aqui]

  4. 10 brincadeiras africanas e indígenas para explorar na escola[Clique Aqui]

  5. Como incluir culturas afro-brasileiras e indígenas em diferentes componentes curriculares[Clique Aqui]

Curtiu? Inclua as atividades no seus planos de aula e colabore com uma Educação Antirracista e com mais equidade!

Fonte:  Nova Escola

Dia Nacional da Consciência Indígena

O Dia Nacional da Consciência Indígena no Brasil é uma data comemorativa que visa promover a reflexão sobre a importância da cultura e da história dos povos indígenas. A data é celebrada no dia 20 de janeiro, em homenagem à morte do cacique Aimberê, líder da Confederação dos Tamoios, que lutou contra a colonização portuguesa no século XVI.

O Dia da Consciência Indígena é uma oportunidade para celebrar a diversidade cultural dos povos indígenas brasileiros. É também uma oportunidade para refletir sobre os desafios que esses povos enfrentam, como a violência, a discriminação e a perda de terras.

No Brasil, existem cerca de 900 mil indígenas, que representam mais de 0,4% da população total. Esses povos vivem em diferentes regiões do país, falando mais de 270 línguas diferentes.

Os povos indígenas têm uma rica cultura e história. Eles são os guardiões de uma grande diversidade cultural e natural. O Dia da Consciência Indígena é uma oportunidade para aprendermos mais sobre a Indigenitude   e para valorizarmos sua contribuição para a formação do Brasil.

Aqui estão algumas atividades que podem ser realizadas no Dia da Consciência Indígena:

  • Visitar uma aldeia indígena.
  • Assistir a um filme ou documentário sobre os povos indígenas.
  • Ler um livro ou artigo sobre a cultura indígena.
  • Participar de um evento cultural indígena.
  • Celebrar a Indigenitude.

O Dia da Consciência Indígena é uma data importante para todos os brasileiros e brasileiras. É uma oportunidade para aprendermos mais sobre nossa história e nossa cultura e para valorizarmos a diversidade que nos torna únicos.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

Letramento Racial para Gestores(as) da Educação Básica: Pressupostos, Orientações e referenciais

Historicamente, o racismo é uma realidade social e cultural no Brasil, que permeia também o âmbito escolar. As instituições do Estado Brasileiro no geral e consequentemente a escola reproduzem o racismo estrutural.  Isto é: aquele que permeia historicamente a sociedade, estruturando suas relações sociais, políticas, econômicas, jurídicas como componente orgânico. Torna-se pressuposto para a educação necessária para o século XXI avança para além desse racismo, não o reproduzindo institucionalmente, mas investindo seriamente no seu desmantelamento.

Muitos são os documentos normativos, pesquisas acadêmicas e trabalhos científicos que convocam a escola a fazer o exercício de rever seus posicionamentos e ações pedagógicas nesse sentido. Estes são conhecidos e consultados pelos profissionais de educação na elaboração de intervenções pedagógicas antirracistas? Existe um planejamento contemplando esse propósito?

Achismos e senso comum já não cabem nas escolas ao tratar a Educação para as Relações étnico-Raciais.  Planejar, construir e efetivar um “Plano de Ação”, é fundamental para incluir de forma curricular e sem equívocos este propósito.  É urgente e imprescindível qualificar os(as) profissionais de educação  para que a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, alterada em seu Artigo 26-A e 79-B pela Lei Federal 10.639/03, seja observada quanto à obrigatoriedade de incluir no currículo a História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, bem como disseminar a Educação para as Relações Étnico-Raciais nas escolas.

Assim, torna-se necessário alguns questionamentos: Os gestores escolares estão preparados e fundamentados teoricamente para enfrentar esse desafio? Quais práticas escolares cotidianas, refletindo uma educação antirracista e emancipatória deverão ser consolidadas e como? Quais seriam os compromissos profissionais, éticos e pedagógicos a serem assumidos pelos Técnicos Educacionais das Secretarias de Educação e pelos gestores e coordenadores escolares nesta tarefa? Que conhecimentos deverão fazer parte das reflexões de gestores para se criar condições didático-metodológicas favoráveis a construção de uma cultura escolar de respeito às diferenças e valorização da diversidade e implantação da História e Cultura Afro-brasileira e Africana e Indígena?

É urgente desqualificar a narrativa equivocada de que o racismo no ambiente escolar é apenas uma questão moral, de relações interpessoais. A escola antirracista é aquela que além de não aceitar o racismo em suas estruturas, se posiciona contra ele impedindo sua reprodução por meio de ações concretas. Qualificar as reflexões e debates no meio escolar para descortinar as formas como o racismo estrutural entrelaça seus fios nas ações escolares cotidianas é uma ação ética, política e pedagógica, urgente e necessária.

Objetivando ampliar o letramento racial  de educadores e educadoras, subsidiando os trabalhos dos  Técnicos educacionais, dos gestores escolares, e  dos coordenadores/orientadores pedagógicos, fortalecendo suas atuações profissionais quando a consolidação de uma educação antirracista, a DLR -Assessoria Afropedagógica,  coloca à disposição  sua vasta experiência nesse tema e  apresenta seu trabalho, oferecendo a realização do curso:

Letramento Racial para Gestores(as) da Educação Básica: Pressupostos, Orientações e referenciais para uma Educação Antirracista.  

OBJETIVOS:

  • Possibilitar reflexões sobre uma educação antirracista ampliando conhecimentos em relação ao trato didático/ pedagógico da Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na perspectiva da gestão escolar.
  • Refletir sobre o papel que deverá ser desempenhado por gestores quanto a Educação para as relações Étnico Raciais, fortalecendo ações afirmativas na Educação Básica.
  • Elencar princípios e referenciais para a elaboração, de um plano de gestão para o e consolidação efetiva da Lei 10.639/03 -11.645/08 na escola de atuação.
  • Identificar os pressupostos e as várias dimensões que deverão ser observadas ao se pensar um plano gestor de ações contemplando a consolidação de práticas escolares que reflitam uma educação antirracista e emancipatória, buscando a equidade étnico racial na educação.
  • Compreender diversos conceitos ligados ao Racismo Estrutural/ Institucional, relacionados às práticas escolares cotidianas pensando ações para avançar para além desse racismo.
  • Possibilitar aos cursistas reflexões e análise de alguns itens de documentos normativos que apresentam indicações para atuação efetiva de gestores quanto às questões raciais nas escolas.

SAIBA MAIS

PUBLICO-ALVO: Técnicos Educacionais das Secretarias de Educação, Gestores escolares, coordenadores e orientadores pedagógicos e demais interessados no assunto.

CARGA HORÁRIA: A carga horária, destinada a esse curso é de 8 Horas/Aulas, divididas em (4) quatro módulos de (2) duas horas.

Informações:

DLR-ASSESSORIA AFRO PEDAGÓGICA

Rosa Margarida de Carvalho Rocha

Negritude

Perto do fim de sua vida, Aimé Césaire declarou que a pergunta que ele e seu amigo Léopold Sédar Senghor começaram a levantar depois de se conhecerem foi: “Quem sou eu? Quem somos nós? O que somos nós neste mundo branco? ” E ele comentou: “Isso é um grande problema” (Césaire 2005, 23). “Quem sou eu?” é uma questão que Descartes colocou, e um leitor do filósofo francês naturalmente entende tal questão como universal, e o sujeito que diz “eu” aqui para representar qualquer ser humano. Mas quando “quem sou eu?” deve ser traduzido como “quem somos nós ?” tudo muda principalmente quando o “nós” tem que se definir contra um mundo que não deixa espaço para quem e o que são, porque são negros em um mundo onde “universal” parece significar naturalmente “branco”.

Negritude”, ou a autoafirmação dos povos negros, ou a afirmação dos valores da civilização de algo definido como “o mundo negro” como resposta à pergunta “o que somos nós neste mundo branco?” é de fato “um grande problema“: ele levanta muitas questões que serão examinadas aqui através dos seguintes títulos:


Fonte:

Diagne, Souleymane Bachir, “Négritude“, The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Summer 2018 Edition), Edward N. Zalta (ed.), URL = <https://plato.stanford.edu/archives/sum2018/entries/negritude/ >.


 A gênese do conceito de Negritude

14 personalidades negras que receberam o Prêmio Direitos Humanos do Governo Brasileiro

Conheça catorze personalidades negras que receberam o Prêmio Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil.

O Prêmio Direitos Humanos é a mais alta condecoração do Governo Brasileiro a pessoas e entidades que se destacam na defesa, na promoção e no enfrentamento às violações dos Direitos Humanos. Esses agraciados, negros e negras, são pessoas com destacada atuação na luta antirracista, direitos do povo negro, e na promoção dos Direitos Humanos no Brasil.

O prêmio é uma honraria concedida pelo Governo Federal, desde 1995, a cerimônia de entrega do Prêmio acontece tradicionalmente em dezembro, em homenagem às comemorações da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Conheça os negros e negras agraciados do Prêmio Direitos Humanos:

1 – Eunice Aparecida de Jesus Prudente

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos em 2018, na categoria Igualdade Racial.

Eunice Prudente é advogada, com graduação, mestrado e doutorado pela USP. É autora do livro “Preconceito Racial e Igualdade Jurídica”, publicado em 1988 – obra pioneira no Brasil, com a tese pela criminalização da discriminação racial. Foi Secretária da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo (2007).

2 – Sonia Aparecida Dos Santos

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos em 2016, na categoria Igualdade Racial.

Ativista na luta contra o racismo, a militante integra o Movimento Negro UnificadoMNU, atuando na garantia dos direitos dos afro-brasileiros. Entre as ações desenvolvidas por ela, constam o enfrentamento ao genocídio da juventude negra, condições dignas à população da periferia e defesa das mulheres negras.

3 – Silvana do Amaral Verissimo

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos em 2015, na categoria Igualdade Racial.

Silvana atua em prol da mulher negra e do combate ao racismo, hoje ocupa várias atividades e posições nesse contexto, é membro do Comitê de Articulação e Monitoramento do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres – PNPM; do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, representando a mulher negra; e do Fórum Nacional de Mulheres Negras.

4 – Mário Lucio Duarte Costa

Goleiro Aranha; Vencedor do Prêmio Direitos Humanos em 2014, na categoria Igualdade Racial.

O Aranha, atuava como goleiro no Santos, foi um dos homenagedos em 2014. Ele foi premiado na categoria Igualdade Racial, por ter protagonizado uma forte cena de racismo. Em um jogo no Rio Grande do Sul, ele foi xingado por uma torcedora do Grêmio de macaco.

5 – Creuza Maria Oliveira

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Igualdade Racial em 2011.

Em 1983, Creuza  ingressou na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas. Participou da fundação da Associação Profissional das Domésticas, em 1986, e foi umas das criadoras do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia, em 1990. Atualmente, exerce a função de presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, além de ser membro do Conselho Nacional da Promoção da Igualdade.

6 – Beatriz Moreira CostaMãe Beata

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Igualdade Racial em 2010.

Mãe Beata foi escolhida para receber o Prêmio de Direitos Humanos 2010 do Programa Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República na Categoria Igualdade Racial.  A cerimônia de entrega do Prêmio aconteceu no dia 13 de Dezembro de 2010 em Brasília e contou com a presença do então presidente Lula. 

Mãe Beata de Iemanjá,  foi uma mãe-de-santo, escritora e artesã brasileira, que desenvolveu trabalhos relacionados à defesa e preservação do meio ambiente, aos direitos humanos, à educação, saúde, combate ao sexismo e ao racismo.

7 – Abdias Nascimento

Vencedor do Prêmio Direitos Humanos em 2009, na categoria Igualdade Racial.

Abdias do Nascimento foi ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.

Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo. Fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira, a Negritude e o Pan-Africanismo.

8 – Aurelielza Nascimento Santos

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Igualdade Racial em 2008.

Licenciada em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia no Departamento de Ciências HumanasCampus-V.  Foi Coordenadora da Executiva Baiana dos Estudantes de Geografia (CEBEGEO), Coordenadora do Centro Acadêmico de Geografia (CAGEO) da UNEB-Campus V e Diretora de Promoção da Igualdade Racial no município de Amélia Rodrigues – BA. Especialista em Educação à Distância pela UNEB e mestranda em Educação e Contemporaneidade pela UNEB – Campus I.

9 – Milton Santos (post mortem)

Vencedor do Prêmio Direitos Humanos em 2007, na categoria Igualdade Racial.

O geógrafo, doutor e autor de 40 livros, recebeu homenagem póstuma. Milton Santos, foi um dos grandes nomes da renovação da geografia no Brasil ocorrida na década de 1970. Também se destacou por seus trabalhos sobre a globalização nos anos 1990. A obra de Milton Santos caracterizou-se por apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista, e seus pressupostos teóricos dominantes na geografia de seu tempo.  Ele também ganhou o Prêmio Vautrin Lud, em 1994, o de maior prestígio na área da geografia. O prêmio é considerado “o Nobel da Geografia”.

 

10 – Mãe Hilda Jitolu

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Personalidades em 2005.

Liderança de um dos terreiros mais tradicionais da cidade de Salvador, Mãe Hilda Jitolu foi um símbolo de resistência das religiões de matriz africana, que têm sofrido agressões vitais nos últimos anos no Brasil. 

Hilda Dias dos Santos, mais conhecida como Mãe Hilda Jitolú ou simplesmente Mãe Hilda, foi uma Ialorixá do candomblé Jeje, que tinha por ori a Obaluaiê, e ainda educadora e defensora da identidade afro-descendente, uma das mentoras do Ilê Aiyê.

11 – Maria José de Jesus Alves Cordeiro

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Ações Afirmativas em 2004.

A Professora Maria José de Jesus Alves Cordeiro, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero, Raça e Etnia (GEPEGRE/CNPq/UEMS); coordenadora do Centro de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação, Gênero, Raça e Etnia (CEPEGRE/UEMS); e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas Políticas de Educação Superior/Mariluce Bittar  (GEPPES/MB). Coordenadora de subprojeto PIBID/Pedagogia. Membro do Coletivo de Mulheres Negras ‘Raimunda Luzia de Brito’ (CMNEGRAS/MS). Pesquisadora filiada a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN).Integrante do GT 21- Educação e Relações Étnico-Racias da ANPED e pesquisadora da Rede Universitas/Br.

12 – Ivete Alves do Sacramento

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Ações Afirmativas em 2003.

Ivete Sacramento foi reitora da UNEB, no período de 1998 a 2006. Em 2002 ela surpreendeu o país a implantar as cotas para estudantes negros na universidade, dando início a uma polêmica e disputas juridicas em todo o país, que perdurou até este ano, com a constitucionalidade das cotas reconhecida por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A atuação da ex-reitora em defesa da democratrização do ensino superior foi reconhecido no Brasil e no exterior. São mais de 30 prêmios e condecorações, como o Prêmio Cláudia 2007, na categoria políticas públicas; a Medalha 2 de Julho, concedida pelo Governo da Bahia, a Medalha Tomé de Souza, da Câmara de Salvador e o Prêmio Direitos Humanos 2003, da Presidência da República.

13 – Maria da Fé da Silva Viana

Vencedora do Prêmio Direitos Humanos na categoria Livre em 2001.

Maria da Fé da Silva Viana (Fezinha), teóloga de formação, educadora, ativista do movimento negro, coordenadora da Pastoral de Combate ao Racismo da Igreja Metodista e do Fórum Permanente de Mulheres Negras Cristãs. Vice-presidente do COMIRA (Conselho Municipal pela Igualdade Racial). Empenhada na busca de uma sociedade mais justa e fraterna.  Membro da Igreja Metodista de Fonte Carioca.

14 – Hernani Francisco da Silva

Vencedor do Prêmio Direitos Humanos em 2000, na categoria Livre.

Hernani recebeu o prêmio na categoria livre, pelo movimento, criado em 1988, para engajar jovens na luta contra o racismo; em 1991, fundou a Sociedade Cultural Missões Quilombo para modificar a visão equivocada e preconceituosa que as igrejas evangélicas têm da cultura negra

Hernani é fundador e editor da Rede Afrokut, uma plataforma voltada para a produção de conteúdo, com uma nova abordagem na superação do racismo, focada em uma mudança interior (autoconhecimento), com uma visão holística.

Do Afrokut


LEIA TAMBÉM:

https://afrokut.com.br/blog/mulheres-negras-que-ganharam-o-premio-nobel/


https://afrokut.com.br/blog/15-pessoas-negras-agraciadas-com-o-premio-nobel/

O racismo religioso se apropriou até mesmo da bíblia para atacar tudo que vem da África

Interpretações racistas da Bíblia foram base para a escravidão e sustentam o racismo e a intolerância religiosa ainda hoje

Uma parte da história dos irmãos Caim e Abel é muito conhecida: o primeiro matou o segundo por inveja. Mas ela tem outras camadas. Uma delas foi alvo de uma interpretação teológica racista que serviu de base para a escravidão e ainda hoje sustenta o racismo e a intolerância religiosa. Quando Caim assassinou seu irmão, ele recebeu de Deus um sinal. A Bíblia não descreve esse sinal, mas não vacila quanto ao seu objetivo: proteger Caim.

“O Senhor, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse qualquer que o achasse.” (Gênesis 4.15). É o que diz o trecho. Ainda assim, entre os séculos XV e XVI, teólogos racistas elaboraram um discurso que apontava a marca como negra e sendo um sinal do pecado; que Deus havia tornado Caim um homem negro como punição.

 É nossa tarefa usar a mesma Bíblia para denunciar esses crimes, esse pecado

Segundo Ras André Guimarães, educador popular e pastor da Igreja Metodista Filadélfia, essa não é a única passagem bíblica que foi distorcida nesse sentido. Em um episódio de embriaguez de Noé, Cam, seu filho, o vê deitado nu em uma rede. Ao se deparar com a cena, ele a relata a seus irmãos, o que foi considerado um desrespeito. Quando Noé toma conhecimento do ato de seu filho, ele amaldiçoa seu neto Canaã, filho de Cam.

Noé diz que Canaã seria escravo de seus irmãos. E aí se construiu um discurso de que Canaã seria a África, logo todos os africanos seriam escravos desses irmãos. Então, tanto a maldição de Caim quanto a de Canaã são utilizadas para justificar a escravidão. E aí a gente vai ver todo um processo de ocupação de territórios da América com esse tipo de discurso de que o negro é fruto do pecado.”, explica Ras André.

Segundo o pastor metodista, a insinuação é de que existe uma ordem divina que justifica a exploração desse povo.

E aí qual o grande problema: a mentalidade religiosa, tanto do protestantismo, quanto do catolicismo, vai absorver esse imaginário, essa perspectiva racista, para justificar seu distanciamento com os pretos, descendentes de africanos. A leitura bíblica construída daí pra frente é toda de negação da figura negra”, complementa.

Nessa perspectiva, ele também acrescenta que a igreja cristã não rompeu com essa matriz escravagista.

Quando ela se depara com um país de maioria negra e essa maioria tá numa situação de sofrimento, não há resposta pra essa dor e sofrimento por parte dessas igrejas. Quem vai chorar pelos meninos mortos com 111 tiros? Pelos rapazes presos e torturados no supermercado? Há o imaginário de que aquilo é o destino, permissão de Deus”.

Para ele, todos os textos da Bíblia podem ser usados para combater o racismo:

O texto bíblico precisa ser lido com o viés das práticas de justiça, da mudança que Jesus trouxe. Salvação é as pessoas se livrarem desse inferno, do racismo, da intolerância religiosa. Quem são os samaritanos do tempo presente? São os povos subalternizados de hoje. Estão nas comunidades empobrecidas, na população indígena, nos terreiros de Candomblé.”.

Se uma igreja se coloca como cristã – que tem como sua base a vida, o testemunho, a luta e o serviço de Jesus Cristo – não há como separar o seu papel da luta antirracista. Se não há abraço, acolhimento, se uma criança sofre bullying por ser do Candomblé, a tarefa da igreja é denunciar. Conversar com os/as fiéis, apresentar textos que provocam o senso por justiça. Ouvir os relatos de quem sofre com a intolerância religiosa. Acho que essa é a nossa maior tarefa.”.

E todo esse racismo se estende ao campo religioso.

Em pleno século 21, espaços são depredados, pessoas são impedidas de trabalhar com suas indumentárias, deixam de conseguir um emprego. Tudo por conta de uma mentalidade que foi construída lá atrás, por alguém que usou a Bíblia para dizer que tudo que vinha da África era maldito. É nossa tarefa usar a mesma Bíblia para denunciar esses crimes, esse pecado.”, afirma o pastor.

A intolerância contra as religiões de matriz africana

Iyá Márcia destaca a importância do diálogo inter-religioso na luta contra a intolerância. Ela cresceu vendo sua mãe pedir e dar a benção a pastores/as, reverendas/os, padres.

Eu a questionava, falava que aquelas pessoas não eram do Candomblé e ela respondia que a gente pode tomar a benção de qualquer pessoa. ‘É muito bom ouvir um ‘Jeová lhe abençoe’, ‘Deus te abençoe’, dizia. O diálogo inter-religioso é promotor da paz.”.

O racismo religioso, dentre tantas formas de ataque, traz consigo a demonização das divindades da África. Diz que são “do mal”, mas é algo tão enraizado que as pessoas nem mesmo sabem dizer o porquê de pensarem assim. Foi naturalizado no imaginário social. E é preciso se refletir: religiões como o budismo ou o espiritismo não sofrem ataques como as religiões de matriz africanas. Por vezes, são até romantizadas.

Iyá Márcia de Ogum, ialorixá criada no Candomblé, ironiza a demonização feita por cristãos/as contra as religiões de matriz africana. Ela afirma que os povos de terreiro são acusados de cultuarem o diabo, mas o diabo sequer existe na sua cultura.

Diabo é uma nomenclatura das religiões cristãs. No Candomblé, existe o culto à ancestralidade e aos Orixás – Ogum, Oxum, Oyá, Iroko, logun edé.”.

Como exemplo escancarado de racismo, ela cita o caso da mãe que perdeu a guarda da filha após a jovem passar por rituais de iniciação no Candomblé, em São Paulo.

Só aconteceu porque se tratava do Candomblé. Com qualquer outra religião não haveria essa postura. A gente cresce ouvindo que a Justiça deve ser imparcial, mas a nossa termina sendo tendenciosa quando deixa de ouvir uma mãe para ouvir terceiros/as.”.

Ela também denuncia as estruturas negligentes do Estado para tratar do assunto.

Infelizmente nós não temos delegacias especializadas para receber as denúncias de racismo religioso e tomar as providências cabíveis contra os criminosos no nosso país. Muitas vezes, o/a criminoso/o não é chamado/a para ser ouvido/a no caso. Só se for um flagrante, como aconteceu uma vez com o busto de Mãe Gilda.”.

O busto de mãe Gilda, localizado no parque metropolitano do Abaeté, em Salvador, já foi alvo do racismo religioso na forma da depredação por duas vezes – em 2016, sendo reformado no mesmo ano, e em 2020, à luz do dia e em plena pandemia. No caso mais recente, o agressor disse que atacou a imagem da Mãe de Santo “a mando de Deus”. À época, a ialorixá Jaciara dos Santos, filha de Mãe Gilda, questionou: “que Deus é esse?”.

A CESE na luta e prática antirracista

A CESE entende o racismo como gerador de injustiças contra pessoas negras e sempre apoiou movimentos, organizações e grupos deste segmento. Nos últimos 15 anos, foram cerca de 660 projetos apoiados no campo da luta antirracista, beneficiando 314 mil pessoas com um investimento de 5 milhões de reais. Neste Dia da Consciência Negraa CESE reafirma a sua Política Institucional de Equidade Racial, na qual estão definidas estratégias para a superação do racismo no âmbito da gestão e ação institucionais.

Helivete Ribeiro,  pastora da Aliança de Batista do Brasil e presidenta da CESE, destaca que, como mulher negra evangélica, sabe que o racismo presente na sociedade tem reflexo nas comunidades de fé.

Poucas mulheres negras são pastoras, diaconizas ou seminaristas. Falta representatividade nas igrejas, na história e na tradição cristã, que na maioria das vezes, ainda é apresentada de forma eurocentrada, branca e heteronormativa.”, afirma.

Ela reforça a necessidade de se possibilitar a construção de uma teologia mais inclusiva, incorporando elementos da cultura negra sem demonizá-los, valorizando a identidade negra. 

Como evangélica, entendo que devemos estudar a liturgia universal que aceita todas as pessoas sem discriminação. Não podemos negar que há uma rejeição da herança cultural e religiosa africana que tem levado muitos/as de nós a negar nossa identidade racial para sermos ‘bons e boas cristãs’.’”.

“Como diz Lélia Gonzalez, escritora negra: ‘tonar-se negra é uma conquista’.

Ser mulher negra, pastora evangélica, ativista, divorciada, sim, é uma conquista. Não se trata só de mim. Como presidenta da CESE, me orgulho em fazer parte de uma organização que reconhece a existência dos racismos – institucional, estrutural, ambiental, religioso – na construção histórica do Estado e da sociedade brasileira e atua na defesa e garantia de direitos e tem o compromisso com a luta e a prática antirracista, finaliza a pastora Helivete.

As pastoras Sônia Mota e Bianca Daébs, respectivamente Diretora Executiva e Assessora para Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CESE reafirmam a importância do diálogo entre as religiões para a promoção da paz.

Posturas exclusivistas, verdades absolutas, demonização da religião do outro não contribuem para uma cultura de paz, que é o que, a princípio, as religiões defendem.”, afirmam,

 Fonte:  CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço

10 sites com conteúdos antirracistas

O desmantelamento do racismo deve ser um processo regular e intencional que ocorre ao longo de nossas vidas. Desaprender o racismo e se tornar anti-racista é um processo contínuo e vitalício. Para apoiá-lo neste trabalho, separamos 10 sites com conteúdos antirracistas:

 CEERT

Criado em 1990, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e DesigualdadesCEERT é uma organização não-governamental que produz conhecimento, desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e de gênero.

Desenvolve projetos nas áreas de acesso da população negra à Justiça, ao direito de igualdade racial, à liberdade de crença, de implementação de políticas públicas, de educação, saúde e relações de trabalho. Saiba mais

Alma Preta

A Alma Preta é uma agência de jornalismo especializada na temática racial. Com objetivo de construir um novo formato de gestão de processos, pessoas e recursos através do jornalismo qualificado e independente.

No site você encontra reportagens, análises, coberturas de eventos, artigos opinativos e demais conteúdos jornalísticos em formato textual e audiovisual.
Saiba mais

Resistência Afroliterária

O Resistência Afroliterária nasceu com o intuito de ser um espaço de divulgação e exposição de arte negra. No site você encontra análises, resenhas, divulgações, indicações, reflexões e notícias sobre literatura e cultura feita por e para pessoas negras. Saiba mais.

Portal Geledés

O Portal Geledés é a plataforma virtual do Instituto da Mulher Negra – Geledés. Uma organização da sociedade civil, fundada em 30 de abril de 1988, que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigente na sociedade brasileira.

É uma das maiores ONGs de feminismo negro do Brasil com várias campanhas e ações significativas contra o racismo. Seu nome deriva do conceito de gelede, sociedades secretas femininas na cultura Iorubá. Saiba mais

Notícia Preta

O Notícia Preta é um jornal antirracista que acredita na comunicação como uma ferramenta de não reprodução de preconceitos e estereótipos, estigmatizantes ou pejorativos em relação à população negra e periférica na imprensa.

Um jornal antirracista e uma plataforma educativa pois, através da informação, trabalha na mudança de termos e formas comunicacionais historicamente preconceituosas e, que muitas vezes, já estão enraizadas em nossa sociedade. Saiba mais

Coletivo Pico Preto

A Pico Preto, antes chamada de Coletivo Ponto Art, nasceu em 2016 com o propósito de desenvolver ações artísticas afirmativas e evidenciar o protagonismo negro nas produções artístico-cultural da cidade. 

O Coletivo Pico Preto organiza uma série de outros projetos importantes, como a Revista Pico Preto, espetáculos de teatro e encontros de cultura. Saiba mais.

Site Negrê

O Site Negrê tem como princípio um jornalismo ancestral, antirracista e descolonizador. Como primeiro portal de notícias e mídia negra nordestina no Brasil, o Negrê tem como lema unir modos de ver, ser, sentir e escrever sobre questões raciais.

O portal de notícias e mídia preta nordestina amplifica vozes negras e seus múltiplos olhares. Saiba mais.

Revista Afirmativa

A Revista Afirmativa é um veículo multimídia de mídia negra, que rompe com o discurso de pretensa imparcialidade pregado pela grande mídia, tradicionalmente racista, machista e heteronormativa.

A Afirmativa é feita pela Juventude Negra Voz Ativa, construindo mais um horizonte afirmativo para o jornalismo da diversidade e do direito à informação.  Saiba mais

Mundo Negro

O Mundo Negro é um portal de notícias voltado para comunidade negra brasileira e demais etnias que se interessem pelos assuntos relacionados à cultura e ao cotidiano dos negros no Brasil e no mundo.

O Mundo Negro traz notícias recentes, dicas de entretenimento voltadas para o universo negro e matérias sobre arte, cultura e estilo. O site ainda possui uma agenda cultural, dicas sobre carreira e negócios, entre outras editorias. Saiba mais

Portal Correio Nagô

Portal Correio Nagô, um veículo de comunicação do Instituto Mídia Étnica criado em 2008. Uma plataforma digital que tem como objetivo divulgar as ações comunidade negra do Brasil e da diáspora. 

O Correio Nagô é uma das maiores plataformas de conteúdo sobre a comunidade negra brasileira do Brasil, possuindo correspondentes em diversos estados do Brasil e do mundo. Saiba mais

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut