Agostinho José Pereira, não se denominava “Divino Mestre“. Mesmo com seu trabalho de alfabetização vinculado ao ensino das Escrituras, Agostinho não se deixava ver como um divino mestre. O Diário de Pernambuco acrescentava:
“[He assim, que chamam ao tal Agostinho José Pereira, não só este pobre fanático, como todos os outros, que se tem deixado levar de suas alicantinas… ]” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 1846).
Agostinho não ficava a vontade com o nome de Divino Mestre, e respondia em depoimento:
“o povo quem diz isto!”
Sua inspiração divina era, complementava, indiferente [ … ] para que o povo me trate com este nome. O “povo quem diz isto” na resposta de Agostinho mostra que o apelido, Divino Mestre, se originava do seu legado.
Quando Agostinho foi preso um de seus discípulos, o africano forro Joaquim José Marques, pediu para ser preso junto, dizendo:
“Quero compartilhar a sorte com meu divino mestre!”
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Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut
Citações e Referências:
Léonard, Émile-G. O protestantismo brasileiro: estudo de eclesiologia e história social. 2ª ed. Rio de Janeiro: JUERP e ASTE, 1981.
Marcus JM de Carvalho – Rumores e rebeliões: estratégias de resistência escrava no Recife, 1817-1848 – 49 – Tempo – Revista do Departamento de Historia da UFF – Nº 6 Vol. 3 – Dez. 1998.
Marcus JM de Carvalho “FÁCIL É SEREM SUJEITOS, DE QUEM JÁ FORAM
SENHORES”: O ABC DO DIVINO MESTRE Afro-Ásia, número 031 Universidade Federal da Bahia, Brasil pp. 327-334, 2004.
O DIVINO MESTRE OU NOTAS SOBRE UMA DEVOÇÃO DE FRONTEIRA – Alexandro Silva de Jesus – Doutorando em Sociologia pela uFpE.