Exposição sobre Antigo Kemet inaugura em SP

Exposição inédita sobre o Kemet (Egito Antigo), considerada uma das mais importantes civilizações da história da humanidade. Por meio de um amplo panorama sobre o cotidiano, a espiritualidade e os costumes ligados à crença na eternidade, o recorte reúne esculturas, pinturas, objetos, sarcófagos e até uma múmia, vindos do Museu Egípcio de Turim (Itália), segundo maior acervo egípcio do mundo. A múmia, chamava-se Tararo, que data de 700 anos A.C. Era ela uma mulher integrante da 25ª dinastia, que ficou conhecida como Dinastia Núbia ou “Faraós Negros”. Além de instalações cenográficas e interativas que permitem uma viagem ao tempo dos faraós.

 A exposição “Egito Antigo: Do Cotidiano À Eternidade” vão ocupar os seis andares do CCBB São Paulo, já está em cartaz  e vai até 11 de maio. Curadoria: Paolo Marini e Pieter Tjabbes.


Local:  CCBB SP. Rua Álvares Penteado, 112, Centro  –  tel: 3113-3651.

Quarta a segunda, 9h às 21h. Grátis. 19 de fevereiro a 11 de maio.

Do Afrokut  com  informações do CCBB. Imagem crédito: Museo Egizio

Veja tambem:

https://afrokut.com.br/blog/exposicao-sobre-o-kemet-antigo-egito/

O Kemet retratado no trabalho gráfico da Ubisoft

O trabalho gráfico da Ubisoft no game Assassin’s Creed: Origins foi extraordinário. Veja aqui: 12 imagens do Kemet perfeitamente recriadas. Um exemplo notável da busca pela autenticidade para recriar o ambiente perfeito sobre uma civilização que tanto marcou a história da humanidade. Assassin’s Creed: Origins, apesar de não ser um retrato totalmente preciso do Kemet (antigo Egito),  é autêntico. O enredo  detalha o período histórico real da época, em que os romanos dominava o Egito, pouco tempo depois da ascensão de Cleópatra. A Ubisoft buscou recriar o Kemet (Egito Antigo), usando materiais originais, hieróglifos e contribuições de egiptólogos, historiadores e linguistas. Assassin’s Creed: Origins,  como o próprio nome diz,  se propõe a contar a criação da irmandade dos Assassinos, a Sociedade Secreta do qual fazem parte todos os protagonistas da série até hoje. A Ordem dos Assassinos que tem sua origem no Kemet (Antigo Egito).

Embora tecnicamente o game seja fantástico,  o cenário histórico escolhido para o jogo é muito estereotipado. A imagem do Egito antigo que impera  não é diferente da imagem que os europeus (desde os gregos e romanos) tinham de si mesmos. O Egito antigo que temos no senso comum do ocidente contemporâneo é tão artificial que um jogador do Assassin’s Creed: Origins, além do entretenimento, só consegue ver: um Egito cheio de intriga e traição, com suas Múmias, Tumbas, Anúbis, Pirâmides, Tutancâmon, Ramsés II e Cleópatra. Teria sido historicamente  justo, menos estereotipado e mais educativo, definir o jogo durante o período pré-dinástico, ou um dos “períodos intermediários” do Kemet (Egito antigo) triunfando sobre seus opressores. Reinando sobre o mundo  e florescendo no auge de seu império, tanto nos estágios militares quanto artísticos e tecnológicos. O Assassin’s Creed no Egito foi uma ótima oportunidade para Ubisoft fazer seu protagonista africano (não fez). Nas series do Assassin’s Creed  tivemos duas pessoas negras como protagonistas, Aveline e Adéwalé.

Nos aspectos multiculturais para a criação de Assassin’s Creed: Origins, à Ubisoft  estudou a demografia do Egito na época, o jogo se passa no Egito que era província romana (nos últimos suspiros do Kemet), um período histórico que cobre cerca de 100 anos antes de Cristo, difícil para balancear diversas representações com autenticidade histórica. Segundo a Ubisoft o cenário foi composto de personagens com origens árabes, hebraicas e africanas.

Enfim, o mundo aberto desse jogo é uma bela recriação realista do Egito clássico. É grande, detalhado e muito bem feito. Surpreendentemente, à Ubisoft lançou um modo que transforma a recriação do Egito antigo em um museu aberto: o modo Discovery Tour, que permiti aos jogadores viajar pelo ambiente por visitas guiadas escritas por historiadores e egiptólogos. De Alexandria a Memphis, do Delta do Nilo ao Grande Mar de Areia, do planalto Giza ao Oasis Faiyum, do Sinai ao Vale dos Reis,  ou fazer os 75 passeios temáticos criados pelas equipes de desenvolvimento da Ubisoft em colaboração com especialistas em história e egiptólogos.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut

Imagem: Ubisoft


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O que é Kemet?

Acredita-se que Kemet é sinônimo de Egito antigo, porém, desta forma, ignora-se que a palavra “Egito” é o nome que os antigos gregos deram ao país. Kemet e Egito são duas identidades diferentes. Vejamos nesta série de artigos elaborada pelo Afrokut, um pouco da história de Kemet e o que ela representa hoje para Africanos, a Diáspora Africana e para todo o mundo.

A palavra Kemet foi escrita em Medu Neter, linguagem escrita mais antiga da Terra, com quatro hieróglifos:

um pedaço de pele de crocodilo com espinhos fazendo o som K; uma coruja fazendo o som M e um meio pedaço de pão fazendo o som T. O símbolo redondo representa uma encruzilhada e mostra que, neste contexto, este é um nome de lugar.

A Kemet começou a se formar no final do período paleolítico, quando o clima árido do Norte da África e a desertificação do Saara, levaram muitos africanos a se mudarem para o Vale do Nilo, formando várias comunidades agrícolas que viviam em grupos ao redor do Rio Nilo. Mas, foi no período chamado pré-dinástico, antes que houvesse um Faraó e Kemet fosse unificada, que as culturas keméticas formadas pelas comunidades ribeirinhas do Nilo começaram a se unificar e formar pequenos Estados ao longo do Rio Nilo, este período começou por volta de 4000 aC, que é mais de 6.000 anos atrás. Segundo a Pedra de Palermo o Kemet se unificou em dois reinos, um no Alto e outro no Baixo Kemet.

Kemet se transformou em um complexo de civilizações formadas por diversas nações africanas, ao redor do Rio Nilo, em uma área que se estendia desde a Núbia, Sudão, até ao rio Eufrates. Por volta de 3300 aC, há evidências de um reino unificado, como mostram os achados em Qustul, a cultura Núbia/kushita teve uma grande contribuição para a unificação da Kemet, que se desenvolveu por milhares de anos e se tornou a civilização com mais influência em sua época e tornando-se mãe de todas as civilizações modernas.

Por Hernani Francisco da Silva – Do Afrokut


VEJA TAMBÉM:

https://membro.afrokut.com.br/2020/10/10/introducao-ao-yoga-kemetica/